Salve galera que curte o
Blog Opinião do Véio! Que bom saber que vocês estão aqui curtindo a segunda parte da história da banda Depeche Mode.
Após um "pequeno" intervalo de dois meses entre a primeira parte e a segunda, estou eu aqui, lidando com as "birras" de meu notebook!
Agora comentarei sobre o período que se inicia em 1985, com
uma mudança significativa no estilo, com músicas mais pesadas e sombrias, um
álbum que não emplacou na Inglaterra, mas em compensação nos Estados Unidos...
1985-1988:
Celebrações negras, amores
estranhos
e a consagração mundial
- |
A coletânea The Singles 81-85, lançado no mercado europeu, chegou também ao Brasil ... |
Em 1985, após o lançamento
de quatro álbuns (dois por ano), Depeche
Mode dá uma pausa e lança duas coletâneas. The Singles 81-85 para o
mercado europeu e Catching Up With Depeche Mode para o americano. Das duas,
somente a coletânea européia foi lançada no Brasil, com a faixa inédita
"Shake The Disease", que foi sucesso de público e crítica e é faixa
obrigatória na coleção dos fãs da banda.
... já a coletânea Catching Up With Depeche Mode, foi lançada exclusivamente para o mercado norte-americano, com diferença de duas ou três músicas. |
Em julho de 1985, a banda
tocou pela primeira vez do outro lado da Cortina
de Ferro, com concertos em Budapeste e Varsóvia.
A maior transformação do Depeche Mode aconteceu em 1986, com o
lançamento do 15º single "Stripped" e o quinto álbum Black
Celebration. As letras se tornaram mais reflexivas e a sonoridade mais
complexa e mais afastada do "industrial-pop" dos dois álbuns
anteriores, porém sem perder a característica do uso de samplers.
O álbum de 1986. |
O resultado
foi um som sinistro, altamente atmosférico e texturizado. Os destaques ficam
por conta de "Black Celebration" e "Fly On The Windscreen".
Neste álbum, uma música cantada por Martin L. Gore se tornou um grande sucesso
nos Estados Unidos: "A Question Of Lust". Na edição americana foi
incluída uma faixa bônus chamada "But Not Tonight".
O videoclipe de "A
Question of Time" foi o primeiro dirigido por Anton Corbijn, diretor
responsável pelos vídeos da banda e que, até hoje, já dirigiu mais de 20 de
seus vídeos. Além das gravações ao vivo, ele também assina as capas de álbuns e
singles.
Alan aproveitou o momento
para trabalhar em duas demos, lançado o material como primeira realização de
seu projeto paralelo que atendia pela alcunha de Recoil, o álbum recebe o
título de 1+2, de 1986.
Em 1987, o álbum Music
For The Masses reforça as mudanças no estilo da banda. O produtor Dave
Bascombe (que produziu Tears for Fears) participou da produção e
"aparentemente” a banda havia abandonado os samplers por mais
experimentação musical. Embora o desempenho de "Strangelove",
"Never Let Me Down Again" e "Behind The Wheel" nas paradas
tenha sido decepcionante no Reino Unido, o álbum teve uma ótima aceitação em
países como Canadá, Brasil (particularmente com "Strangelove"),
Alemanha Ocidental, África do Sul, Suécia e na Suíça, muitas vezes atingindo o
top 10 das paradas desses países.
O álbum de 1987. |
Seguindo o Music
For The Masses, o grupo fez a turnê mundial de 1987 a 1988, a Concert For The Masses Tour.
Praticamente todos os ingressos disponíveis para os shows desta turnê se
esgotaram e foi encerrada em um show com um público de 80 mil pessoas. Esta
turnê foi documentada no vídeo 101
(agora em DVD duplo com extras).
O álbum duplo, ao vivo de 1988. |
No Brasil, o álbum também foi um sucesso de
vendas com excelente divulgação nas rádios, principalmente para o grande hit
"Strangelove", música indispensável em qualquer referência aos anos
80 e até hoje pode ser ouvida em casas noturnas e eventos em todo o mundo.
A
revista especializada Record Mirror descreveu Music For The Masses como "o álbum mais completo e sexy do Depeche
Mode até agora". Apesar do fracasso inicial no seu país de origem, o álbum
fez um gigantesco sucesso no mercado americano, algo que a banda não tinha
conseguido alcançar com os álbuns anteriores.
A turnê Music For The Masses Tour começou logo após o lançamento do álbum.
Em 07 de março de 1988, a banda fez um show extra-oficial (uma vez que nada
havia sido oficialmente anunciado anteriormente) na arena esportiva
Werner-Seelenbinder-Halle, em Berlim Oriental. Naquela época, o regime
comunista ainda estava em vigor e o Depeche Mode seria uma das únicas bandas a
conseguir tocar no lado oriental da Alemanha. Por volta da mesma época, também
fizeram concertos em Budapeste e Praga (1988). A turnê mundial terminou em 18
de Junho 1988, com um concerto no estádio Rose Bowl em Pasadena, Califórnia,
EUA, com a presença de 60.453 pagantes (o maior público em oito anos no local).
1990-1994:
Fé e devoção a uma das bandas mais bem-sucedidas da história
Em 1989 é a vez de Martin
Gore mostrar seu trabalho solo em Counterfeit, com músicas cover de
The Durutti Column, Tuxedomoon, Sparks, entre outros.
No meio de 1989, a banda
começou a gravar em Milão com o produtor Flood. O resultado dessa sessão foi o
single "Personal Jesus", completamente diferente das gravações
anteriores. Antes deste lançamento, foram colocadas mensagens publicitárias nos
jornais do Reino Unido com a frase "Your own personal Jesus" (ao pé
da letra, “Seu próprio Jesus pessoal, individual”.
Em seguida, os anúncios
incluíam um número de telefone que era discado, ouvia-se a canção. Existem
regravações dessa faixa por inúmeros artistas, entre eles Johnny Cash e Marilyn
Manson. Em 2006, ela foi escolhida com umas das melhores canções de todos os
tempos através de votação pela Revista Q.
Em 1990, é a vez do
lançamento do single "Enjoy The Silence", que seria um dos mais
bem-sucedidos singles da banda até o momento (chegou ao número 6 nas paradas
britânicas, sendo o primeiro da banda a atingir o top 10 depois de "Master
And Servant") e posteriormente viria a se tornar um dos maiores hits de
toda a história da banda. Nos Estados Unidos, o single alcançou a oitava
colocação nas paradas daquele país, recebendo certificação de ouro.
O álbum de 1990. |
O álbum Violator veio alguns
meses depois, também sob a assinatura do produtor Flood (U2, Erasure). Para
promover o novo lançamento, a banda realizou uma sessão de autógrafos no interior
da loja Wherehouse Entertainment em
Los Angeles. O evento acabou atraindo um número muito elevado de fãs e terminou
em uma confusão generalizada entre as 20 mil pessoas presentes. Algumas pessoas
acabaram ficando feridas após serem pressionadas sobre o vidro da loja pela
multidão e na confusão que se formou.
Como um pedido de desculpas aos fãs que
ficaram feridos, a banda lançou uma fita cassete de edição limitada
especialmente para os fãs de Los Angeles, distribuído através de estação de
rádio KROQ (o patrocinador do evento na Wherehouse).
Violator chegou
no Top 10 das paradas tanto dos EUA
quanto do Reino Unido. O álbum foi o primeiro da banda a chegar ao Top 10 da Billboard 200. Ficou em sétimo
lugar por 74 semanas (Isso mesmo, quase um ano e meio!!). A banda também
recebeu certificação de platina tripla nos EUA pelas 4,5 milhões de vendas do
álbum por lá. Violator continua a ser o álbum mais vendido da história da
banda. Mais dois singles do álbum, "Policy Of Truth" e "World In
My Eyes", também atingiram as paradas dos EUA e Reino Unido. No Brasil,
"Policy Of Truth" foi a faixa de maior sucesso do álbum, sendo
executada em diversas rádios voltadas ao público jovem.
A World Violation Tour marcou o ponto mais alto da popularidade da
banda. Nos Estados Unidos, 42 mil ingressos foram vendidos em quatro horas para
o show no Giants Stadium em Nova Jérsei e 48 mil foram vendidos em meia hora
para o show no Dodger Stadium em Los Angeles. Estima-se que a soma de todas as
pessoas presentes nos show da turnê seja de cerca de hum milhão e duzentas mil
pessoas.
Alan aproveita o intervalo
para, em 1991, lançar mais um EP do Recoil, o Bloodline, que contava
com a participação especial de Douglas McCarthy do Nitzer Ebb no vocal em uma
das músicas.
Songs Of Faith And Devotion é
lançado em 1993 e rendeu umas das maiores turnês da história da banda, a Devotional Tour. O álbum, mais uma vez
produzido por Flood, abusava das guitarras distorcidas de Martin L. Gore e da
bateria acústica de Alan Wilder, e assim que chegou ao mercado, atingiu o
primeiro lugar de assalto, tanto no Reino Unido como nos Estados Unidos.
O álbum de 1993. |
Com um
estilo mais rock que os álbuns anteriores, o Songs Of Faith And Devotion
também contou com influências da musicalidade gospel na presença de duas
backing vocals de vozes marcantes em "Condemnation", "In Your
Room" e "Get Right With Me". A turnê durou cerca de um ano e
meio e, em 1994, chegou ao Brasil para duas apresentações em São Paulo.
A Devotional Tour também foi documentada e lançada em vídeo (agora em
DVD duplo com extras) junto com uma nova versão do álbum ao vivo, chamada Songs
of Faith and Devotion Live. Apesar da indicação ao Grammy de
"Melhor Vídeo Longo de Show" e a sua aclamação, o álbum ao vivo foi
muito mal em vendas e tomado como um dos maiores erros comerciais da banda. Em
1994, o Depeche Mode tinha atingido o patamar da elite das bandas “de estádio”
do mundo, ao lado de U2, R.E.M., INXS e The Rolling Stones.
David Gahan |
A longa duração da turnê, o abuso de drogas, as instáveis mudanças de
comportamento de David Gahan devido seu vício em heroína e as constantes
convulsões de Martin L. Gore geraram desgastes no relacionamento interno.
Martin L. Gore |
No meio da turnê Andrew Fletcher voltou
para casa com uma crise nervosa (fontes afirmam que foi também por causa do nascimento
de seu filho, na época) e foi substituído nos shows por Daryl Balmonte,
assistente da banda e que também trabalhava com o The Cure, inclusive nos shows
de São Paulo. Por fim, Flood disse que devido ao inferno moral pelo qual passou
dentro da banda, nunca mais trabalharia com ela. Mudou de opinião depois e
produziu um remix de "Freelove" em 2001.
Andrew Fletcher |
1995-1999:
A terrível queda, o doloroso
ressurgimento
e o reconhecimento definitivo
Em junho de 1995, Alan
Wilder anunciou que estava deixando o Depeche Mode, dizendo que estava
“insatisfeito com as relações internas do grupo e métodos de trabalho”. Ele
continuou trabalhando com seu projeto individual Recoil.
Alan Wilder |
Ainda segundo algumas informações, Alan disse que tinha contribuído significativamente com os
últimos trabalhos e que sua participação nunca recebeu o respeito e
reconhecimento que merecia. Após a saída de Alan Wilder, houve inúmeras
especulações se o Depeche Mode continuaria a carreira e se gravaria mais.
Os problemas do grupo eram
inúmeros. Notícias que David Gahan havia tentado suicídio correram mesmo sob a
negação do cantor. Outra polêmica foi uma overdose quase fatal que Gahan sofreu
em sua casa em Los Angeles. Nos meados de 1996, finalmente o cantor se internou
em um centro de reabilitação para combater seu vício em heroína e, atualmente,
ele se declara completamente livre do vício.
Apesar dos problemas
pessoais de David, Martin Gore tentou várias vezes entre 1995 e 1996 fazer a
banda voltar aos estúdios. Entretanto, David não aparecia e quando ia, levava
semanas para conseguir gravar qualquer linha vocal. Apesar das dúvidas sobre a
continuidade da banda, inclusive por parte de Martin, após a reabilitação de
David Gahan, o Depeche Mode voltou a gravar.
Em abril de 1997, a banda
lança o single "It's No Good", maior sucesso desta nova fase. A
música ficou muito bem colocada, inclusive no Brasil. Então o álbum Ultra
é lançado, dessa vez produzido por Tim Simenon, que já usara a alcunha de Bomb The
Bass (conjunto musical eletrônico que fez sucesso no Brasil e no mundo nos anos
80) e leva disco de ouro no Brasil.
O álbum de 1997. |
Ultra é o álbum mais pesado e
"úmido" da história da banda. Outro single de grande sucesso no mundo
foi "Barrel Of a Gun", a mais pesada do álbum e uma das mais fortes
da banda. Apesar do sucesso dos seus singles e a estreia em primeiro lugar no
Reino Unido, o álbum não foi tão bem recebido pela crítica e pela maioria dos
fãs, considerando um trabalho "pobre e hermético". Em função dos
tratamentos do Dave Gahan para se livrar das drogas e dos próprios problemas da
banda na turnê anterior, não houve nada além de duas pequenas apresentações,
uma na Europa e outra nos Estados Unidos.
Neste mesmo ano Recoil lança
o seu quarto álbum (o primeiro depois que saiu do Depeche Mode), chamado Unsound
Methods. Ele contou com muitos artistas convidados, entre eles a
cantora Maggie Estep, novamente o vocalista Douglas McCarthy do Nitzer Ebb e a
backing vocal da turnê Devotional, a
saber, Hildia Cambell.
1998 foi o ano em que o
Depeche Mode lança a compilação The Singles 86 - 98 em CD e VHS (The
Videos 86 - 98), que incluía um novo single, "Only When I Lose
Myself" (gravada durante a produção de Ultra), de bela letra.
Neste mesmo ano, a banda faz uma curta turnê chamada The Singles Tour de apenas quatro meses pela Europa, EUA e Canadá.
Nos teclados, assumindo o lugar de Alan, estava Peter Gordeno. Na bateria, o
austriaco Christian Eigner.
Mesmo se recuperando ainda
dos problemas internos e com uma curta turnê, ela atraiu um grande público, deu
disco de platina à coletânea (era uma coletânea dupla!!) e estabeleceu o Depeche
Mode como uma banda que não importa se vende bem ou não, sempre tem turnês
muito bem-sucedidas.
Outras bandas nesse patamar são R.E.M., The Rolling Stones
e U2. Também nesse ano foi relançada a edição remasterizada de The
Singles 81-85. Ainda em 1998, chegou ao
mercado um álbum tributo chamado For The Masses que continha versões
de canções do Depeche Mode gravadas por bandas como Smashing Pumpkins, The
Cure, Rammstein e Deftones.
Bem pessoal, esta foi a
segunda parte da história dessa banda inglesa, que como outras, teve seus altos
e baixos, dependência de drogas e desentendimentos por causa do tamanho dos
egos. Mas para alegria dos fãs (e nossa também), soube dar a volta por cima e
se reciclar, voltando ainda mais rock, mais pesada e continuando a entreter
seus admiradores e consumidores.
Fique com mais de Depeche
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