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sábado, 31 de outubro de 2015

O rock e o pop no Brasil - Terceiro Milênio

Salve galera que curte o Blog do Véio. Fico feliz em saber que se estão aqui, foi porque o assunto lhes interessou e, para mim, isso é muito importante, saber que vocês querem saber ou relembrar tudo o que leram e ouviram da música brasileira até agora. Fiquem agora com os comentários sobre os 15 atuais anos de música brasileira.

O Terceiro Milênio

Duas décadas bastante tristes para a música brasileira, com a morte de alguns artistas, que já haviam alicerçado suas carreiras e alguns acidentes que de certa forma chocaram seus públicos e transformaram o rumo de algumas bandas e cantores(as). Juro para vocês que eu não queria terminar (a década ainda está na metade) esta postagem de maneira tão trágica, mas as mortes não anunciadas abalam demais por não estarmos preparados para elas.

Década de 2000

O início da década foi ''trágico'' para o rock brasileiro. Vou relatar os acontecimentos e algumas decisões tomadas após os acontecidos, de maneira cronológica, para que saibam como aconteceram .

Herbert Vianna e Marcelo Yuka
No início do mês de novembro de 2000, Marcelo Fontes do Nascimento Viana de Santa Ana, ou Marcelo Yuka, baterista da banda O Rappa, foi vítima de um assalto, ao qual tentou fugir e foi baleado, o que o deixou paraplégico e o impossibilitou de tocar bateria. Um fato curioso, para não dizer irônico, foi que o assaltante, após ser preso, disse à polícia que não reconheceu Yuka, pois era um grande fã da banda. Coisas da vida.

No mês de fevereiro de 2001, Herbert Lemos de Sousa Vianna, vocalista, guitarrista, jornalista, e principal compositor do grupo Os Paralamas do Sucesso, sofreu um acidente aéreo no Rio de Janeiro, quando o ultraleve que pilotava (onde estava também sua mulher, Lucy) caiu no mar por problemas de fabricação, na baía de Angra dos Reis, quando tentou realizar um ''looping''. No acidente, Lucy morreu e Herbert ficou internado por 44 dias, parte deles em estado de coma. O músico ficou paraplégico e perdeu parte da memória depois do acidente, porém, gradualmente, através de um processo de recuperação, retomou sua carreira. Voltou aos palcos e já gravou quatro álbuns depois do acidente.

Marcelo Frommer, guitarrista dos Titãs.
Em razão de um atropelamento causado por um motociclista, mor-ria, em junho de 2001, aos 39 anos, Marcelo Frommer, guitarrista da banda Titãs. Depois de uma difícil decisão, onde pesou até mesmo o fim da banda, Os Titãs re-solveram continuar sem Marcelo. 

Em dezembro de 2001, morria, Cássia Rejane Eller, cantora e violo-nista, aos 39 anos de idade, no auge de sua carreira. Embora muitos pensassem que ela havia morrido por over-dose de cocaína, já que era usuária da droga desde a adolescência, o laudo do legista revelou que a causa de sua morte havia sido em razão de um infarto repentino.

Rodolfo, ex-Raimundos
Algumas bandas dos anos 90 pas-saram por mudan-ças: No Raimun-dos, Rodolfo con-verteu-se ao protes-tantismo e saiu da banda para formar o Rodox (que aca-baria algum tempo depois) e, atual-mente, faz carreira solo com músicas gospel. A banda Skank fez experi-mentalismo nos dis-cos de 2003, Cosmotron e o de 2006, Carrossel, voltando às origens em 2008, com Estandarte.

Surgiram bandas como CPM 22, Cachorro Grande, Reação Em Cadeia, Detonautas Roque Clube e a cantora Pitty, que tomaram a atenção da mídia durante toda a década.

Surgiram, a partir de 2000, bandas de rock contendo letras simples e que tratam de sentimentos e emoções, popular entre o público jovem, e que tiveram influências do emocore, hardcore melódico e do pop punk, como Nx Zero, Fresno, Forfun, Strike, entre outras.

Década de 2010

Os coloridos do Restart.
Uma tendência que entrou em destaque no cenário musical brasileiro, foram as chamadas Bandas Coloridas, com foco definido e dedicado especialmente para o público feminino jovem, tendo como suas principais características as roupas coloridas, óculos estilizados, letras alegres e agitadas e o uso de sintetizadores. 

O sucesso começou com a banda Cine, que com seu single ''Garota Radical'' em 2009, obteve grande sucesso nas rádios, tanto pela música, como pelo estilo em se vestir dos integrantes. 

Depois disso, outras bandas adotaram o estilo, como a banda Hori e a cantora Jullie. Em 2010, surgiu a banda Restart, que popularizou e firmou o estilo de vez no Brasil, apesar de muito criticado (inclusive pela banda Cine).

Depois que as bandas brasileiras aderiram ao estilo (já que foram influenciado por bandas norte americanas), os fãs também começaram a vertir-se com o mesmo visual aderido pelas bandas. O dito estilo colorido é cultuado, principalmente, por jovens e adolescentes, o que gerou polêmica na sociedade e culminou quando, ao receber um prêmio, a banda Restart apareceu com calças com a estampa de ''oncinha'', o que ''queimou o filme'' para as bandas coloridas.

Depois deste evento, várias bandas abandonaram os coloridos em suas roupas, entre elas Cine, Replace e Izi, inclusive não aceitam mais o rótulo de ''happy rock'' que a banda  Restart criou. 

Na última década surgiram no cenário alternativo, bandas como: O Terno, Apanhador Só, Maglore, Vespas Mandarinas, Selvagens à Procura de Lei, Vivendo do Ócio, com influências do rock brasileiro e do indie rock.

Talvez o único fenômeno roqueiro recente, tenha sido a da banda Malta, vencedora do pro-grama Superstar, da Rede Globo, e que logo de saída receberam a certi-ficação de Disco de Platina Triplo, refe-rente a 300 mil cópias vendidas do seu primeiro álbum, SupernovaOutro grupo que também se destacou, nesta mesma temporada do Superstar, ganhando diversos admiradores e fãs em todo o país, foi a banda Suricato.

Recentemente as bandas Ira!, Viper, RPM e Gram retomaram suas atividades. Barão Vermelho, Kid Abelha e Camisa de Vênus vem se reunindo para eventuais turnês comemorativas.

As tragédias tam-bém abalaram a dé-cada de 2010. Em março de 2013, Alexandre Magno Abrão,  mais conhe-cido pelo seu nome artístico Chorão, tinha as funções de cantor, compositor, cineasta, poeta, roteirista e empre-sário brasileiro. 

Foi o vocalista, principal letrista e co-fundador da banda santista Charlie Brown Jr., formada em 1992, sendo o único integrante a participar de todas as formações. Com o Charlie Brown Jr., lançou dez discos, que somaram cinco milhões de cópias vendidas. 

Chorão foi encontrado morto por seu motorista, na madrugada do dia 06 de março de 2013, no apartamento em que ele ocupava esporadicamente, no bairro Pinheiros, em São Paulo. A causa da morte foi por overdose de cocaína, segundo o laudo apresentado pelo Instituto Médico Legal.

Em uma entrevista dada dias após a morte de Chorão, sua ex-esposa afirmou que Chorão era dependente de drogas (cocaína), e que a dependência piorou em 2005, quando ele ficou muito triste com o fim da formação original da banda. 

Champignon, do Charlie Brown Jr.
Em setembro de 2013, cometeu suicídio Luiz Carlos Leão Duarte Junior, conhecido como Champignon, baixista da banda Charlie Brown Jr. Ele havia assumido os vocais da banda após a morte de Chorão, além de mudar o nome da banda para A Banca, em homenagem a ele. Champignon cometeu suicídio com uma arma de fogo, após discussão com sua mulher, grávida de cinco meses. 

Ele tinha 35 anos de idade e tirou a própria vida seis meses após Chorão ter morrido e quatro meses depois que Pedro Sérgio dos Santos Maia de Sousa, mais conhecido por Peu Sousa, ter cometido suicídio, também. 

Pedro Sérgio dos Santos Maia de Sousa, mais conhe-cido como Peu Sousa era um gui-tarrista e compositor baiano, companhei-ro de Champignon na banda Nove Mil Anjos (em que inclusive participou Junior Lima, ex-Sandy & Junior) e que ficou famoso por acompanhar a cantora Pitty. Peu Sousa cometeu suicídio após uma discussão com sua esposa, que saiu de casa levando os dois filhos. A esposa, ao retornar, bem mais tarde, encontrou o corpo de Peu enforcado com um cinto, no quarto do casal. Peu tinha 35 anos de idade.

Em fevereiro de 2015, uma funcio-nária de um hotel em Guarujá, São Paulo, encontrou Renato da Silva Rocha, também conhecido por Billy ou Negrete, morto no quarto . Renato era baixista e também compositor da banda Legião Urbana, e participou dos três primeiros discos do grupo: Legião Urbana, Dois e Que Pais é Este.

Este tipo de episó-dio acontece com qualquer ser humano comum, porque não poderia acontecer com um artista, também? Infelizmente as perdas fazem parte da história musical, afinal o próprio Cazuza escreveu: ''Meus heróis morreram de overdose'', se referindo à morte por overdose de Jimi Hendrix, Janis Joplin e Jim Morrison (The Doors) e alguns outros que tiveram um final trágico e saíram de cena do mundo musical.

Bem pessoal, infelizmente estou encerrando de maneira triste esta metade de década e também a História do Pop e do Rock Brasileiro. Mas isso não é, de maneira alguma, baixo astral para a música brasileira, afinal, só coincidiu de acontecer seguida uma após a outra. Como já disse, são coisas da vida. Valorizo cada vez mais as coisas boas que a vida tem a nos proporcionar. E viva a boa música!!!

Muito obrigado por terem visualizado mais esta postagem e até a próxima, da qual comentarei sobre o Faith No More.

Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta

Mais sobre o pop e o rock de 2000 até 2015 em:



































quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Os diferentes estilos da dance music

Olá, sejam bem vindos ao blog. A minha idéia hoje é um pouco louca: tentar definir as vertentes da dance music. Ninguém gosta de rótulos, mas vou tentar definir o indefinível (nossa, como estou filosofando!). A maioria das pes-soas generaliza a dance music como música eletrônica. Sim, ela não deixa de ser eletrônica, porque tem alguém produzindo com sons artificiais esses petardos musicais. Mas, espera lá! Tem muito mais coisa por trás disso tudo! Agora vou começar um pequeno histórico de cada subgênero.

* Disco music - a música ''discoteca'' ou simplesmente disco, foi um gênero musical surgido na década de 70, com influência da soul music e do funk, dois estilos de música negra que tinham muito ritmo. Esse estilo foi amplamente divulgado mundialmente através de três filmes que se passam, na maioria do tempo, dentro de uma discoteca, em uma pista de dança: ''Saturday Night Fever - Os Embalos de Sábado à Noite'', ''Até Que Enfim é Sexta-Feira'' e ''Studio 54''. Estes filmes contam o que os jovens passavam naquela época, dentro de uma discoteca. Destaco como expoentes da disco, quatro grandes vendedores de disco, mundialmente falando: ABBA, Bee Gees, Donna Summer e Boney M.


* E-music - a e-music ou electronic music, mostra que a música eletrônica não é nova, não. Surgiu no final da década de 60, com a banda alemã Kraftwerk. Esse es-tilo de música foi uma grande in-fluência para a dance music e Kraftwerk, conside-rada como a primeira banda de música eletrônica.

* Synthpop - música que utiliza sintetizadores (teclados que emitem diferenciadas sonoridades), muito usado nos anos 80 por bandas como: Depeche Mode, New Order, Pet Shop Boys, Erasure, Human League, Eurythmics, Devo e outras.

* Eurodance - música surgida na Europa, derivada da ítalo disco. Ganhou popularidade nos anos 90, quando os artistas de música eletrônica europeus começaram a difundir um ritmo mais acelerado, enérgico, acelerando as batidas da ítalo disco e mesclando, ora com vocais masculinos com uma backing vocal cantando o refrão, ora com uma voz feminina e rap masculino. Se destacam nesse gênero, nomes como: Culture Beat, Kylie Minogue, Technotronic, 2 Unlimited, Cappella, Haddaway, Captain Hollywood Project, 2 Brothers On The 4th Floor, Whigfield, Masterboy, Gottsha (brasileiríssima), D.J. Bobo, Double You, Ice M. C., Alexia, Corona, Fun Factory e muitos outros.

* Techno - estilo de música eletrônica dançante, de ritmo acelerado e melodia monótona. Surgida na década de 80, se assemelha ao estilo house, com estilo criado nos Estados Unidos com influências alemãs. Esse estilo identificava todas as músicas que eram feitas exclusivamen-te por computador, sem fazer uso de instrumentos musicais tradicionais e, nem sempre, com pouca utilização de vocais.

* Trance - estilo de música eletrônica nascido na Alemanha, derivado da house music e techno, mas com características específicas como batidas repetitivas e melodias progressivas, que levam o ouvinte, geralmente jovem, a um estado de transe. Por isso, trance, literalmente transe, é um gênero que oscila seu tempo entre 130 e 190 bpms e utilização excessiva de sintetizadores.

Local aberto com amplo espaço para rave.
* Psy Trance - estilo musical nascido em Israel e conhecido como psychedelic (psicodélico), riva-liza com o trance, porque mantém a mesma proposta de transe que o trance tem. Sua estrutura também mantém bpms altas, sinteti-zadores e pode, ou não, apresentar melodia com vocais. Estilo bastante frequente em festas ''rave'' (produzidas em locais amplos ou lugares abertos), onde, normalmente (sem policiamento) usa-se a droga chamada ''pílula do amor'' (ecstasy), que produz energia suficiente para uma pessoa dançar a noite inteira, sem parar.

* Electro House - também conhecido por dirty house, é um subgênero da house music que se caracteriza pela mistura do electro dos anos 80, por exemplo, ''Planet Rock'' de Afrika Bambaataa e ''Rockit'' de Herbie Hancok, ambas de 1983, somados à musicalidade da house music atual, além dos pesados e graves baixos. É uma vertente da e-music que se caracteriza pelos graves fortes, melódicos, a batida do house e alguns elementos de psicodelia. Destacam-se artistas como: Wolfgang Gartner, Star Killa, Hardwell, Erick Morillo, Deep Dish, Benny Benassy, Felguk, Tiga, Fedde Legrand, David Guetta, DJ. Solovey, The Saturdays, Martin Garrix e muitos outros mais.


* Chillout - termo da língua inglesa que significa ''relaxar totalmente'', ''não deixar que as coisas te incomodem''. Originalmente não era considerado um estilo musical, mas um ambiente para relaxar, lugar onde se tocavam músicas calmas, semelhantes ao que se entende atualmente por chillout. Com o tempo, chillout começou a ser usado para se referir ao estilo musical em si. Estilo surgido na metade dos anos 90, sua batida tem bpms muito baixas, com a inciativa dos produtores das bandas The Orb e The KLF. Atualmente o gênero chillout é usado pelos D.J.s em festas que começam cedo da tarde e as seleções musicais deste estilo abrem os trabalhos desses profissionais com um tipo de ''esquenta'' chamado warm up. Os outros estilos seguem durante o resto da noite.

Casa noturna também designada boate ou danceteria.
* House Music - estilo musical que surgiu nos Estados Unidos, teve como um de seus ''pais'' o D.J. e produtor norte-americano, Frankie Knuckles, um dos pioneiros do gênero. Tem como característica uma batida 4 x 4 gerada numa bateria eletrô-nica, com uma linha de baixo, também eletrônica, às vezes com acréscimos de samplers (pequenos trechos retirados de outras gravações ou músicas). Representa a evolução da disco music dos anos 70 e seus D.J.s/produtores desenvolveram seus projetos musicais e/ou grupos, tendo origem na Itália, Alemanha, Bélgica, além dos Estados Unidos e Reino Unido.

Diz a lenda, que o nome house, ''casa'' em inglês, tenha surgido do nome de uma casa noturna de Chicago, chamada The Warehouse, que funcionou de 1977 a 1982. Nesta casa noturna, trabalhou o D.J. Frankie Knuckles. Ele deixou a casa em 82, mas o termo ''house'' tornou-se popular entre os habitantes de Chicago, se referindo às seleções musicais de Frankie Knuckles. Curiosidade: No Brasil, a house destronou outros ritmos em 1989 (dois anos após o surgimento da house), por causa do mega hit ''Pump Up The Jam'' do Technotronic. O hit e o gênero em geral, invadiram as pistas de dança brasileiras e a house ficou conhecida popularmente por ''poperô''.

* Deep House - estilo também derivado da house music, surgiu na década de 80, misturando elemen-tos da chamada Chicago house com o jazz, o funk e um toque de soul music. Tem como característica o an-damento da música com batidas entre 110 e 130 bpms e o uso constante de vocais. Característica essa, muito mais comum nesse gênero que nos outros estilos. Dizem os especialistas: ''A deep house possui melodias dissonantes lentas e concentradas, com um comportamento suave e elegante. Raramente a música atinge um climax (''pico de euforia''), ao contrário dos outros subgêneros de house music, mas persiste como um som confortável e relaxante''. Concordo, este estilo é, como direi, mais sofisticado, um passeio onde você passa pelo que a música tem de mais harmonioso, sublime. Nela os D.J.s brincam com as sonoridades, criam efeitos, e é, ao mesmo tempo, gostoso de se ouvir e, porque não, dançar sem se sentir sufocado pelos apelos exagerados da house music. Só quem é apaixonado por música irá entender o que falo. 

Devo salientar que existem muitos outros gêneros como o breakbeat, o garage house, o industrial, o hard house, drum 'n' bass  e muitos outros que teria que dividir esse comentário em duas partes, mas eu destaquei as principais ou mais conhecidas. Vejam vocês, que as duas vertentes da dance music que eu deixei para o final são as minhas preferidas dentre todos o gêneros citados. Claro que eu gosto muito da eurodance, além das músicas 80's e 90's. Como eu faço comentários sobre diversos assuntos, eu deveria ser imparcial, mas eu vou ser diferente, não posso me abster, eu gosto muito desses dois gêneros. São estilos dançantes, normalmente possuem vocais poderosos e eu sou aficionado por artistas que literalmente ''se acabam'' tentando dar o melhor de si em vocais emocionantes e harmoniosos. 

Por isso que eu sempre digo: música com vocal tem que ter alguém ''se esgoelando'' para passar emoção para quem ouve. Porque, vamos ser bem sinceros, cantar é para poucos e esses poucos nasceram com ''o'' dom. E viva a boa música! 

Obrigado galera por mais essa visualização, e até a próxima postagem. 

Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta

Curta mais dos estilos de dance music em:

Eurodance

Electro House


House Music


Trance


Deep House


Psy Trance


Techno House


Chillout


Disco Music

O pop e o rock no Brasil - Anos 90

Olá galera que prestigia o Blog do Véio, sejam bem vindos. Nesta pos-tagem eu comen-tarei sobre a dé-cada de 1990, suas revelações musi-cais, suas notas tristes (isso acon-tece com todos os mortais) e o que de bom ela deixou para o terceiro milênio. 

Anos 90

A década de 90 começou com uma triste notícia: em 7 de julho de 1990, aos 32 anos de idade, morria um dos maiores com-positores da música brasileira. Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhe-cido como Cazuza, sucumbia à AIDS ou SIDA (Síndrome da Imuno Deficiência Adquirida). Em 1989 havia se declarado soropositivo, ou se-ja, estava infectado com o vírus da AIDS (comentei sobre sua vida polêmica na postagem dos anos 80).

Em outubro de 1990, uma novidade estreava, a MTVBrasil, que veio estabelecer o contato do público entre o som e o vídeo clipe dos artistas nacionais e internacionais, para que pudéssemos visualizar a imagem que a banda ou o artista passava através de sua música. A MTVBrasil chegou quase nove anos após a MTV americana ter estreado.

Os mineiros do Skank.
Em 1991, o primeiro ''grande grupo'' da década, estreou. Nascida em Minas Gerais, o Skank, banda que mistu-rou os gêneros rock, reggae e dub (técnica que retira grande parte dos vocais e se valoriza o baixo e a bateria), influenciados pelo clima dancehall de Bob Marley. Nesta década também surgiram mineiros como Jota Quest, Pato Fu e Tianastácia. 
Nascida em 1993, Jota Quest é uma banda de pop rock que em muitas vezes abusa do eletrônico, por isso ser definido como um grupo pop. 

Em 1994, nasceu o Mangue beat, um movimento contra-cultural que mistu-rava ritmos regio-nais, como o mara-catu, com rock, hip hop, funk rock e música eletrônica. O resultado disso foi a mistura de percus-são pernambucana e guitarras pesa-das (a crítica ado-rou), liderados por Chico Science & Nação Zumbi e Mundo Livre S/A. O movimento tinha co-mo principais críti-cas, o abandono econômico-social do mangue, da desigualdade do que estava fora do eixo Rio-São Paulo. Participavam do movimento, também, as bandas BaianaSystem, Sheik, Tosado, Mestre Ambrósio, DJ. Dolores, Comadre Fulozinha, Jorge Cabeleira, Eddie, Via Sat e Querosene Jacaré.

Raimundos
Dois grupos que fizeram sucesso pe-lo seu bom humor, nasceram, respec-tivamente em 1994, os brasilienses Rai-mundos que cria-ram um estilo chamado forrocore, ou seja, forró mis-turado com hard core. Em 1995, os paulistas de Gua-rulhos, Mamonas Assassinas, trou-xeram seu bom humor e alegria, fazendo parodias que iam do heavy metal ao sertanejo (mais tarde, farei uma postagem exclusiva deles).

Alguns rappers tiveram ligação com o rock, como Gabriel, o Pensador, Planet Hemp (pedindo a legalização da maconha) e o Pavilhão 9 (falando sobre a violência policial).

Também destaco O Rappa, banda for-mada em 1993, às pressas, para a vinda do cantor Papa Winnie, que aqui fez shows, onde esses músi-cos acompanharam sua turnê pelo Brasil, naquele ano, como banda de apoio. Após este período, decidiram continuar e anun-ciaram em jornal que precisavam de um vocalista, que foi escolhido em uma extensa lista, o nome de Marcelo Falcão. Suas letras têm forte impacto social e seu som mistura (nem a banda sabe definir) desde rock, samba, pop, rap e MPB com uma pitada de reggae.

Charlie Brown Jr.
Outro destaque, Charlie Brown Jr., paulistas de Santos, formada em 1992, misturou vários es-tilos como o rock, hardcore, o reggae, o rap, o skate punk, criando um estilo próprio.

Tivemos, ainda, a carioca Cássia Eller, cantora de voz grave, com um repertório eclético, interpretou canções de grandes compositores do rock brasileiro como Cazuza e Renato Russo, artistas da MPB como Caetano Veloso e Chico Buarque, o pop de Nado Reis e rocks clássicos de Janis Joplin, Jimi Hendrix, Rita Lee, Beatles, John Lennon e Nivana.

Los Hermanos
Tivemos, ainda, a banda carioca Los Hermanos, que fler-taram com o ska e o hardcore, mas que predominou seu estilo na mistura de rock com MPB, surgiram com ''Anna Júlia'', canção pop que não combinava com sua imagem intelectual.

No segmento heavy metal, o Sepultura teve um crescimen-to de popularidade nos anos 90, fazendo da banda uma das principais do metal mundial, o que lhes trouxe razoável exposição e caiu no gosto dos amantes do heavy. Pouco tempo depois, Max Cavalera deixou a banda.

Também no heavy metal, o Angra, que gravou músicas em inglês, seguindo o caminho do Sepul-tura, e que mistu-rou power metal com ritmos tipica-mente brasileiros, alcançou sucesso na cena metal bra-sileira e reconheci-mento mundial, o que os fez serem bem recepcionados na França e, princi-palmente, no Japão.

Outro fato da década, é que todas as bandas do ''quarteto sagrado'', com exceção da Legião, tiveram que se reinventar para reconquista a audiência, que estava caindo gradativamente. Os Paralamas, depois de uma fase experimental, voltaram às paradas com ''Vamo Batê Lata'', seus álbum de 1995, os Titãs voltaram com seu ''Acústico MTV'', de 1997 e o Barão Vermelho voltou com o semi-eletrônico ''Puro Êxtase'', de 1998 .

Em outubro de 1996, morria, Rena-to Manfredini Junior, o Renato Russo, grande compositor e cantor brasileiro, que ficou conhecido por ter sido o voca-lista e fundador da banda Legião Urba-na. Renato morreu, aos 36 anos de ida-de, devido às com-plicações causadas pelo HIV. A história completa de Renato & Legião Urbana, comentarei mais tarde em outra postagem.

Bem pessoal, por enquanto era isso. Muito obrigado por mais essa visualização, volto com a próxima postagem sobre o Terceiro Milênio. 

Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta

Veja mais dos anos 90 em:





























terça-feira, 27 de outubro de 2015

O pop e o rock no Brasil - Anos 80

Salve galera, sejam bem vindos ao Blog do Véio. Vamos continuar nosso passeio musical, agora pela ri- quíssima década de 80, a ''era de ouro'' para a música brasileira. Para quem viveu essa década em sua plenitude, sabe muito bem o que eu vou falar, pois foi uma época em que começaram a des-pontar as rádio de F. M. (Frequência Modulada). 

Lembro-me como se fosse hoje, eu agarradinho com meu rádio de pilha (isso era muito comum naquela época), ouvindo rádios de A. M. (Amplitude Modulada). Vou explicar rapidamente, dando um exemplo de como funcionam as diferentes frequências. 

Num exemplo só: vamos dizer que a A. M. é uma frequência que é retransmitida, via aquelas antenas enormes e que ''viajam'' eletricamente no espaço entre o solo e as nuvens, sendo enormemente castigadas em dias de chuva, dando aquela chiadeira toda. Agora, as rádios estão modernas, o sinal é via satélite, mas acontece essa mesma interferência em dias chuvosos e de muitos raios, criando muita estática. E, ainda, algumas rádios diminuem suas potências, à noite, para economia de energia.

Nas rádios de F.M., o sinal ''viaja'' no espaço, em linha reta, não chegando nem na metade da distância que daria entre o solo e as nuvens (dizem que as nuvens ficam à uma distância de 3 mil metros do solo), portanto, este sinal viaja limpo, sem interferência, mas, quando encontra um obstáculo na frente (uma montanha), ele se perde, sendo só sintonizadas estações de rádios próximas. Por isso essa enorme diferença de qualidade. 
Agora temos tudo via Internet, não podemos mais reclamar. Mas vamos voltar ao assunto que me traz aqui, por isso falei nas rádio, pois na década de 80 ''fervilharam'' novidades no mercado fonográfico brasileiro.

Anos 80

Para a música, os anos 80 foram uma década de criatividade, onde misturava-se o romantismo, com o bom humor, outras vezes se protestava, enfim, havia uma variedade incrível de estilos e tipos diferentes de artistas. Era um enorme prazer em ouvir as F.M.s da vida, porque havia muitas bandas e cantores novos, despontando para o sucesso. Alguns de um sucesso só, outros, em atividade até hoje.

Os anos 80 foram, também, a era dos poetas Cazuza e Renato Russo, que nos presentearam com pérolas que curtimos até hoje, embora, infeliz-mente não os tenhamos mais juntos de nós. Artistas com ''A'' maiúsculo, que deram sua contri-buição à boa e nem sempre valorizada música brasileira.

Diz-se que esta década popularizou o rock, levando essas músicas para as F.M.s e aproximando o ritmo das massas, coisa que os anos 70 não conseguiram fazer. Por falta de espaço nas mídias e por isso mesmo com relativa (pouca) divulgação, o rock era considerado de pouca vendagem e pouco público para assistir um show. 

Eu sempre ouvi falar, que o rock era um gênero exclusivo da elite, na época, pois eram poucos que tinham acesso e sabiam como encontrar os discos nas poucas lojas especializadas. O movimento dos anos 80 só se aproveitou da onda do estilo musical, rock, que já havia se consagrado nos anos 70, no mundo todo.

Nos anos 80, houve a chamada ''explosão'' do rock brasileiro. Claro que isso só foi possível, em parte, à criação de casas de show, que divulgaram, e muito, bandas iniciantes. Posso citar duas casas de show que divulgaram essas bandas: Circo Voador, no Rio de Janeiro e Aeroanta, em São Paulo.

Em 1982, no chamado ''verão do rock'', quem pri-meiro se apresen-tou nessas casas e fizeram muito su-cesso, porque isso eu lembro de ter lido na revista Bizz, foi a banda Blitz  (''Você Não Soube Me Amar''), João Penca & Seus Miquinhos Amestrados (''Lágri-mas de Crocodilo'') e Eduardo Dusek (''Rock da Cachor-ra'').

Antes de me aprofundar nas bandas e cantores que surgiram (e até terminaram) na década de 80, devo falar de um apresentador, misto de palhaço e ''entertainment'', chamado de Chacrinha. Abelardo Barbosa foi o apresentador que mais lançou bandas e cantores, e, podem falar o que quiserem, esteve sempre antenado com o que estava despontando na música brasileira. 

Abelardo ''Chacrinha'' Barbosa
Quem vê seus vídeos na Internet, acredita que ele seja uma pessoa sem noção, quase um louco. Mas, ao contrário, ele sem-pre estava conec-tado com o que havia de melhor tocando nas rádios. Chacrinha foi para música brasileira, o que um caça talentos é para qualquer artista ou modelo. Posso afirmar, sem medo de errar, que sem Chacrinha, não teríamos escutado (e assistido) nem metade dos talentos que o pop rock brasileiro aplaudiu.

Lembro muito bem, de nas tardes de sábado assistir a seus programas (que se vistos hoje, parecem uma piada e ainda chamariam de brega), mas conheci muitos artistas ali naquele programa, como: Lobão, Marina Lima, Titãs, Kid Abelha & Seus Abóboras Selvagens (era assim que eles se chamavam), Os Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Ney Matogrosso (agora em carreira solo), e muitos outros.

Kid Abelha original: George, Paula, Bruno e Leoni
Houveram muitas bandas (listarei algumas, descul-pem, mas foram tantas), mas vou citar nomes como: Sempre Livre, Lobão e os Ronaldos, Titãs (como citei acima), Metrô, Magazine (de Kid Vinil), Blitz, Herva Doce, Biquini Cavadão, Capital Inicial, Hanói Hanói, Hojerizah, Grafitti, Ed Motta & Conexão Japeri, Gang 90 e as Absurdettes e outros tantos grupos. Na parte dos cantores (as), posso citar: Léo Jaime, Lobão, Ritchie, Lulu Santos, Marina Lima, Cazuza (após a saída do Barão), Ed Motta (agora solo), Alice Pink Pank e May East (ex-Absurdettes) entre tantos outros.

Vou regionalizar o nascimento de algumas bandas e cantores: no Rio de Janeiro surgiram Léo Jaime, Kid Abelha & Os Abóboras Selvagens, Uns e Outros, Lulu Santos, Ritchie e Lobão. Em 1981, o Festival Punk, em São Paulo, revelou bandas como: Inocentes, Cólera e Ratos de Porão (do João Gordo). Além desse festival, surgiram, também, bandas como Titãs, Ultraje a Rigor (ainda com Edgard Scandurra, que depois tocou no Ira!), RPM, Zero, Ira!, Metrô e Magazine. Tínhamos ainda em São Paulo, os independentes (bandas ou cantores sem gravadora) Smack, Fellini (lembro que os críticos falavam bem deles, nas revistas), Mercenárias, Akira S e as Garotas Que Erraram e Voluntários da Pátria.

Em Brasília, algu-mas bandas que surgiram, depois se transferiram para o Rio de Janeiro ou São Paulo, como: Aborto Elétrico (Renato Russo participou), depois virou Capital Inicial (se fixou em São Paulo) e Plebe Rude.

Do Rio Grande do Sul, meu estado natal, vieram: Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, TNT, Garotos da Rua, Cascavelletes, Taranatiriça, Os Replicantes, Os Eles, Bandalieira, DeFalla, entre outras. Na Bahia, chegou ao sucesso o Camisa de Vênus, de Marcelo Nova.

Banda Sepultura na década de 80.
No heavy metal, ori-ginou-se em Minas Gerais, a banda bra-sileira de maior su-cesso, o Sepultura, que toca o estilo trash metal, com ''letras'' em inglês. Uma vez, li na revista Bizz, que os países onde se ouvia Sepultura não entendiam nada do que eles cantavam. Embora os títulos sejam em inglês, a língua em que eles cantavam era pura invenção dos inte-grantes. Claro, que isso no tempo em que Max Cavalera ainda fazia parte da banda.

Outra banda que conseguiu algum destaque no exterior, mais precisamente no Japão, foi a paulista Viper, que também tinha as letras em inglês. Dessa banda saiu o vocalista André Matos, que participou de outras duas grandes bandas: Angra e Shaman.

De algumas bandas saíram muitos artistas em carreira solo. Do Lobão e os Ronaldos, saiu Lobão, do Barão Vermelho, saiu Cazuza (como já citei acima), do grupo Gang 90 & As Absurdettes, saíram para carreira solo Mae East e Alice Pink Pank (como também já citei) e da formação original de João Penca & Seus Miquinhos Amestrados, saíram Eduardo Dusek e Léo Jaime.

Deixei para esta parte, aquilo que os críticos acreditavam ser ''o quarteto sagrado''. Vou explicar e comentar sobre as quatro badaladas bandas dos anos 80 que têm fôlego de gato e que seriam quatro ainda, não fosse a morte do vocalista de uma delas (já sacou, não é?). Vou citar uma a uma com um breve histórico.

Os Paralamas do Sucesso - carioca do Rio de Janeiro, mas seus integrantes haviam se conhecido em Brasília (por isso as pessoas diziam que eles faziam parte da ''turma de Brasília'') e começaram tocando na garagem da casa da avó de Bi Ribeiro, um dos integrantes. 

Os Paralamas do Sucesso: Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone.
No início, seu estilo misturava rock com ska e reggae e mais tarde agregaram ritmos latinos. Durante o ensaio, o que se ouvia não eram músicas sérias. Tanto que o nome do grupo foi escolhido porque eles acharam engraçado. 

Escreveram a música "Vital e Sua Moto", tendo como ''protagonista'' um ex-baterista,Vital Dias, e mandaram uma fita com essa e mais 3 músicas para a Rádio Fluminense. Esta música foi muito tocada durante o verão de 83, e os Paralamas tiveram a primeira grande apresentação, ao abrir para Lulu Santos no Circo Voador.

Durante sua carreira, houveram muitos altos e baixos, como no início. Gravaram seu primeiro disco que ficou esquecido pela mídia. Só engrenaram em 1984, com o disco O Passo do Lui, que trouxe uma sequência de êxitos como ''Óculos'', ''Meu Erro'', ''Me Liga'', ''Ska'' e ''Romance Ideal''.

Essa combinação de sucesso popular mais a aclamação da crítica especializada, acabou levando o grupo a tocar no Rock in Rio, no qual o show dos Paralamas foi considerado um dos melhores. De lá até hoje, são 11 álbuns de estúdio, 7 álbuns ao vivo, 8 álbuns internacionais, 4 coletâneas oficiais e 10 DVDs lançados no decorrer de sua carreira.
Está em atividades até hoje, mesmo após o acidente que deixou Herbert Vianna preso à uma cadeira de rodas, vítima de um acidente aéreo em que Herbert pilotava um ultraleve e perdeu sua mulher nesse episódio. 

Titãs - paulista, iniciaram sob o nome de Titãs do Iê-Iê, reduzindo mais tarde. Quando apareceram na mídia com seu primeiro sucesso ''Sonífera Ilha'', já assinavam apenas Titãs. No início, misturavam estilos como o new wave, o reggae e a MPB. No período de 1982 à 1984, nove integrantes formavam o grupo, só se tornando octeto por causa da morte do guitarrista Marcelo Fromer, atropelado por uma moto. Na época, chegou até se cogitar o fim do grupo, porém, eles decidiram seguir em frente. Como diz o ditado popular, ''A vida continua'', e eles prosseguiram. 

Titãs, na época de ''Sonífera Ilha''.
Curiosidade: os Titãs estavam insa-tisfeitos com o jeito de tocar bateria de André Jung e decidiram o subs-tituir, pois estavam admirados pela for-ma de tocar de Charles Gavin, ba-terista que estava, na época, ensai-ando com o RPM, e que, também, já havia feito parte da banda Ira! 

André Jung não ficou nem um pouco satisfeito em saber que seria substituído, pois já tinha feito planos de passar o ano novo, com a namorada, no Rio de Janeiro. Com a decisão da banda, André voltou para São Paulo e dois dias depois, já entrou para o grupo Ira! 

Outro músico que não ficou satisfeito, foi Paulo Ricardo, que só descobriu que o baterista tinha saído do RPM, quando assistiu um programa de televisão que mostrava a preparação dos Titãs para um show e ele estava lá, como novo integrante da banda, fato este, que deixou um clima tenso entre Paulo Ricardo  e Charles Gavin.

Barão Vermelho - banda carioca, surgida em 82, onde seus jovens integrantes aproveitaram a oportunidade porque um deles era filho de um produtor musical da Som Livre, no caso, Cazuza, e lançaram dois discos antes de alcançarem o sucesso. Eles podiam até ser promissores, mas as emissoras de rádio não queriam tocar suas músicas. Até que Ney Matogrosso gravou ''Pro Dia Nascer Feliz'', daí sim é que as rádios começaram a tocar a versão original do Barão. Na época, Caetano Veloso disse que Cazuza era um grande poeta e incluiu "Todo Amor Que Houver Nessa Vida'' no repertório de seu show. 

Barão Vermelho no começo: Guto, Frejat, Cazuza, Maurício e Dé.
A partir daí, o Barão Vermelho começou a ter o destaque que merecia e, devido à toda essa repercussão, foram convidados para gravar a trilha so-nora do filme Bete Balanço, um su-cesso de bilheteria. 

Em 1984, sua música já tocava em todo o país e eles aproveitaram o embalo para gravar o terceiro disco, Maior Abandonado, que ultrapassou as 100 mil cópias vendidas em apenas seis meses, uma dificuldade para a época, o que os levou ao convite para abrir os shows internacionais no Rock In Rio, em 1985. Depois de tanto sucesso, estava claro para todos, que a carreira da banda estava consolidada.

Mas como nem tudo são flores, Cazuza, começou a fazer uma mistura ''venenosa'' para sua vida. Começou a abusar do álcool e a injetar cocaína na veia, segunda a própria biografia autorizada dele e que, mais tarde virou filme. Por si só, isso já é perigoso e ainda, promiscuamente, fazia uso do compartilhamento de seringa. Na época, a Saúde Pública brasileira alertava sobre o risco de se contrair AIDS, tão temida nos anos 80, através do uso coletivo da mesma seringa.

Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza.
Cazuza tanto fez, que começou a não ir mais ensaiar e se atrasava regular-mente às grava-ções da banda. Ele já havia falado sobre sua vontade em seguir carreira solo para todos os integrantes do Barão Vermelho. Frejat o apoiara, contanto que Cazuza não abandonasse a banda. 

Sua saída foi bastante conturbada, sendo anunciado, inclusive, no final de um show. Isso abalou, e muito, a forte amizade que unia Frejat e Cazuza e que só veio a ser restabelecida anos mais tarde. Cazuza levou junto, com sua saída do Barão, algumas músicas que a banda já estava ensaiando para o próximo disco e as usou em seu disco solo.

O Barão Vermelho superou este forte baque em sua carreira e conseguiu prosseguir, diga-se de passagem, com bastante empenho e profissionalismo, embora tenha demora mais algum tempo para emplacar. Isso só aconteceu quando lançaram o disco Carnaval, em 1988, que estourou em vendagens quando ''Pense e Dance'' entrou para a trilha sonora da novela Vale Tudo, da Rede Globo, voltando a se firmar no cenário musical, agora com Frejat nos vocais.

Legião Urbana - não quero exagerar, mas talvez seja a mais influente banda dos anos 80. Fundada em 1982, em Brasília, após a saída de Renato Russo da banda Aborto Elétrico, que mais tarde, parte dos seus integrantes formariam o Capital Inicial.

Renato era uma pessoa muito culta, lia obras de escritores chamados ''cabeça'', e tudo isso foi adicionado ao seu jeito de escrever. Ele levava histórias simples, como ''Eduardo e Mônica'', que fala sobre a diferença de idade no relacionamento de um casal de amigos e ''Pais e Filhos'', que fala sobre o conflito entre gerações, onde filhos acham seus pais chatos, mas ele querem só protegê-los.

Legião no início: Renato Rocha, Renato Russo, Dado e Bonfá.
A banda terminou na década de 90, mais precisamente, em 1996, com a morte de Renato, mais tarde relatado em diversos meios de mídia, como causa principal consequências da AIDS, pois ele se recusara em tomar o coquetel de drogas que era oferecido, na época, e que ajudou muita gente a prolongar (alguns até hoje) suas vidas. Mais tarde, em uma próxima postagem, falarei somente a Legião Urbana.

Bem pessoal, por aqui eu encerro essa década maravi-lhosa para a música nacional. Me perdoem, mais uma vez, se eu esqueci alguma banda ou cantor (talvez, de sua preferência) mas, eram tantas, que haja memória para recordar de todas agora. 
Obrigado por mais essa visualização no blog e até a década de 90, próxima postagem, em breve. 

Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta

Mais sobre os anos 80 em:
























































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