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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

RPM, A BANDA QUE ENCANTOU UMA GERAÇÃO - PRIMEIRA PARTE



Salve galera que curte o Blog Opinião do Véio! Esse ano está cheio de inserções nacionais no meu blog. Sinto que até agora comentei pouco sobre o rock nacional brasileiro e estou disposto a amenizar essa falha de minha parte.

A banda que vou comentar nesta postagem, se destacou como uma das maiores revelações da música da década de 80. Eu acredito que os anos 80 foram muito promissores para a música brasileira, com sacadas criativas, bem elaboradas e a melhor fase das letras nacionais, hora flertando com o humor, hora partindo para o lado “cabeça”, politicamente falando.

Como citei já em outras postagens, tive muitos LPs, mas infelizmente não os tenho mais. Do RPM tive os discos Revoluções Por Minuto, Radio Pirata Ao Vivo e Os Quatro Coiotes.

Em ordem: Luiz Schiavon, Paulo Ricardo, P. A. Pagni e Fernando Deluqui.
RPM

Revoluções por Minuto (também conhecida somente por RPM) é uma banda de rock brasileira surgida em 1983, tendo sido uma das mais populares do país nos anos de 1984 a 1987. Foi uma das bandas mais bem sucedidas da história da música brasileira, inclusive batendo recordes de vendagens e de bilheterias.

Na segunda metade dos anos 80, conseguiram bater todos os recordes de vendagens da indústria fonográfica brasileira. A visão crítica e bagagem cultural do letrista Paulo Ricardo foi um argumento de marketing na vendagem dos discos da banda. A banda vendeu mais de 5 milhões de discos em sua carreira.


HISTÓRIA

FORMAÇÃO

Tudo começou em 1980, em São Paulo, quando Paulo Ricardo namorava Eloá, que morava em frente à casa onde Luiz Schiavon ensaiava com May East, cantora que fez parte da Gang 90 & As Absurdettes.

O casal resolveu um dia visitar os vizinhos, que estavam num ensaio crucial que decidiam entre cantar em inglês ou português. Paulo Ricardo deu seu voto, opinando pelas letras em português e assim conheceu Luiz Schiavon.

Neste dia conversaram muito sobre música. Paulo estava começando sua carreira como crítico musical e Schiavon era um pianista clássico, que buscava um novo caminho, mais popular, mas sentiu dificuldade em encontrar alguém.


Foi assim que Paulo recebeu o convite para integrar o Aura, uma banda de jazz-rock que ainda tinha Paulinho Valenza na bateria e o curitibano Edu Coelho na guitarra.

 Depois de três anos de ensaios e nenhum show, Luiz encantou-se pela música eletrônica e pela tecnologia de novos sintetizadores, enquanto Paulo decidiu morar na Europa, primeiro na França e depois em Londres, de onde escrevia sobre novidades musicais para a revista Somtrês e se correspondia com freqüência com Schiavon.

Este choque de personalidades impulsionou a criação do RPM depois que o trabalho da dupla foi retomado em fins de 1983, já em São Paulo.

Juntos, criaram as primeiras canções. As primeiras foram "Olhar 43", "A Cruz e A Espada" e a música que batizara a banda que ali nascia: "Revoluções Por Minuto". Gravaram uma fita demo destas canções com uma bateria eletrônica e encaminharam à gravadora CBS, que considerou-as ambíguas e difíceis de tocar nas rádios.


O nome 45 RPM (45 Rotações Por Minuto) foi sugerido inicialmente em uma lista de nomes feita por uma amiga. Schiavon e Paulo gostaram do nome, mas tiraram o 45 e mudaram o Rotações por Revoluções. Convidaram o guitarrista Fernando Deluqui (ex-guitarrista da cantora May East) e o baterista Junior Moreno, na época com apenas 15 anos e impedido de fazer futuras excursões com a banda.

Posteriormente, devido aos estudos abriu mão das baquetas sendo substituído por Charles Gavin (ex-Ira!, futuro baterista dos Titãs) para completar o grupo.

Já batizados de RPM, conseguiram um contrato com a gravadora Sony Music, com o compacto de 1984, que viria com as faixas "Louras Geladas" (a música virou um hit das danceterias e das paradas de sucesso das rádios) e "Revoluções por Minuto" (que foi censurada na época).

"Louras Geladas" caiu no gosto do público de todo o país e levou a banda a gravar o seu álbum de estreia, já com o baterista Paulo P.A. Pagni (ex-Patife Band), que entrou para o RPM como convidado, no meio da gravação do LP, o que explica a sua ausência na capa do disco Revoluções Por Minuto. Charles Gavin havia saído do grupo para se integrar aos Titãs.

Capa do disco (LP) de estreia da banda, de 1985.

1985: REVOLUÇÕES POR MINUTO

No mês de maio chegava às lojas Revoluções Por Minuto, no vácuo de um país ainda perplexo com a morte de Tancredo Neves. O misto de paixão platônica e pretensa declaração de amor de "Olhar 43" emplaca nas rádios e abre caminho para que outras faixas, mais politizadas e/ou conceituais, façam o mesmo.

As faixas do disco tratam também de temas como política internacional e transformações sócio-econômicas. As canções são marcadas pela forte presença da bateria eletrônica e pelo clima soturno dos arranjos de Luiz Schiavon.

O sucesso do álbum é tanto que o RPM emplaca rapidamente uma seqüência de hits no rádio (oito entre as onze faixas do álbum) e chega à marca de 100.000 LPs vendidos (disco de ouro). Revoluções por Minuto chegou a vender 300 mil cópias.

Capa do segundo disco, ao vivo, de 1986.

1986: RÁDIO PIRATA AO VIVO

Logo depois dos primeiros shows de divulgação, o RPM fecha contrato com o megaempresário Manoel Poladian, que procurava uma banda em ascensão no rock brasileiro para o seu elenco de artistas platinados de MPB.

Os costumeiros palcos das danceterias são trocados por uma megaprodução, com direito a Ney Matogrosso assinando luz e direção, canhões de raio laser e multidões espremidas em ginásios e estádios. A esta altura, Paulo Ricardo já é sex symbol: estampa diversas capas de revistas e enloquece garotas histéricas.

Sem “futuros hits” na manga e para manter a banda em alta, Poladian, músicos e gravadora lançam em julho de 1986, um novo álbum, com parte do registro de dois shows da histórica turnê.

O repertório de Rádio Pirata Ao Vivo traz quatro gravações inéditas (sendo duas covers) e cinco faixas de Revoluções Por Minuto. Com a ajuda dos preços congelados do Plano Cruzado, 500 mil cópias são vendidas antecipadamente.

Rapidamente as vendas de Rádio Pirata Ao Vivo disparam e chegam a 3,7 milhões. O RPM transforma-se na banda de maior vendagem da indústria fonográfica nacional até então. O sucesso foi tanto que, no mesmo ano, o grupo foi o tema principal de uma edição integral do programa jornalístico Globo Repórter, com reportagem de Pedro Bial.

Porém, o vocalista Paulo Ricardo passou a ser conhecido apenas como "sex symbol" e procurado e visto por jornalistas e fãs como se fosse modelo e não músico.


1987: A PRIMEIRA SEPARAÇÃO

Mesmo com todo o sucesso no Brasil e em países como França e Portugal, a banda passava por uma situação difícil.

Em junho, houve o lançamento oficial de um disco mix, intitulado RPM & Milton, com a participação do cantor Milton Nascimento.

O fracasso do projeto RPM Discos, um selo próprio do grupo, acabou causando conflitos entre seus integrantes. Chegou-se a produzir um LP com o grupo paulista Cabine C (liderado pelo ex-Titã Ciro Pessoa), que prensado e distribuído pela RCA, foi um grande fracasso comercial. Ainda em 1987, Paulo Ricardo, Fernando, Schiavon e P.A. anunciaram a separação oficial do grupo.

Capa do terceiro disco, RPM (subtitulado de Quatro Coiotes), de 1988.

1988: QUATRO COIOTES

O grupo retomou as atividades em 1988, com o álbum RPM (mais conhecido como Quatro Coiotes), com uma tiragem inicial de 250 mil cópias. Na gravadora, o RPM ainda tinha destaque, pois chegara a empatar com Roberto Carlos em termos de vendagem, ainda a maior fonte de receita da empresa.

Separados há mais de seis meses, a banda ressurgia aparentemente mais amadurecida, com um disco basicamente com base na percussão (do brasileiro Paulinho da Costa, radicado nos EUA). O som é estritamente alto, com o instrumental sobrepondo-se às letras (todas, exceto "Ponto de Fuga", de Paulo Ricardo).

Destacam-se também o erotismo de “A Dália Negra” e também a critica social de “O Teu Futuro Espelha Essa Grandeza”, com participação de Bezerra da Silva. O disco contou com tiragem inicial de 250 mil cópias (na época, disco de platina), que foram bem vendidas. Apesar disso, o número era um fracasso para os padrões do RPM, que se separa novamente.

O grupo ainda viria a realizar a regravação de "A Página do Relâmpago Elétrico", de Ronaldo Bastos e Beto Guedes, para o disco/tributo ao compositor Ronaldo Bastos, intitulado "Cais", lançado pela Som Livre, em 1989.


Bem pessoal, por enquanto era isso que eu queria comentar sobre a primeira parte dessa banda, que além da boa sacada comercial, ainda teve que enfrentar uma “disputa de egos” durante sua existência.

Falo isso, porque, ao se enfrentar um sucesso meteórico como os integrantes da banda sofreram, não tiveram suporte psicológico para aguentar o peso que a fama lhes impôs. Quando não se está preparado para os grandes solavancos que a novidade (no caso, o sucesso) lhes proporcionou, acabou trazendo uma carga emocional muito grande vinda junto com o dinheiro, fama, sucesso instantâneo.

Isso acabou gerando disputas de egos, onde um queria aparecer mais que o outro, esquecendo que o projeto era em grupo, sem elevar esse ou aquele, apenas deveriam fazer aquilo que tinham em mente: ganhar dinheiro se divertindo.

Desculpem pela qualidade dos vídeos. O áudio foi remasterizado, mas as imagens não sofreram nenhuma melhoria.

Fiquem com mais de RPM em:












































Um comentário:

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