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domingo, 24 de abril de 2016

QUEEN, A MAJESTADE DAS BANDAS - PARTE 3

Olá galera que está curtindo o Blog do Véio, esta é a terceira parte da minha postagem sobre a carreira dessa grande banda que é admirada no mundo todo. 


1983 - 1987: ATRITOS E POLÊMICAS

Em 1983, quase todos os integrantes do Queen se concentraram em projetos paralelos. Brian May gravou e lançou o Star Fleet Project, com a participação de Eddie Van Halen, além de trabalhar como produtor musical em alguns álbuns.
Freddie Mercury divulgou ''Love Kills'' como parte da trilha sonora do filme Metrópolis, que estava sendo relançado. A música em si tinha surgido nas sessões de The Game e estava inacabada.Roger Taylor, que em 1981 foi o primeiro a lançar um trabalho solo, Fun In Space, estava preparando seu sucessor, que seria Strange FrontierJohn Deacon foi o único a não produzir algo, pois acreditava que não havia nada a fazer no meio musical que não fosse o Queen, assim, concentrou-se no nascimento do seu quarto filho.
Nesta época, em entrevistas, devido aos materiais solo, eram questionados se estavam se separando. Freddie, por exemplo, disse que não, mas uma pausa temporária estava acontecendo. 
Freddie gravou três músicas neste período, num estúdio caseiro de Michael Jackson, para um projeto futuro de duetos entre os dois músicos. No entanto, as sessões nunca foram concluídas, e existem várias versões sobre o assunto.Uma delas é que, o uso de drogas de Freddie incomodava muito a Michael. Outra, que a lhama de estimação do artista irritou Mercury a ponto de desistir de gravar algo.


Logo, afirmaria que os dois se afastaram naturalmente por conta de agenda, e porque Michael se isolou dos contatos sociais. Duas das músicas seriam utilizadas em um futuro álbum solo de Michael Jackson, mas com a participação de Mick Jagger.
Naquele ano, John Deacon se reuniu com um diretor de vídeo, o qual queria que o Queen produzisse mais uma trilha sonora. Em nome da banda, o baixista aceitou, e com os demais integrantes, passou a trabalhar em novas músicas. No entanto, a idéia evoluiu para um álbum quando o diretor afirmou que não tinha recursos para investir no material.
Após o material ter sido escrito, os integrantes foram selecionar as músicas definitivas para The Works, e as músicas de Roger Taylor não agradaram nenhum deles. Freddie disse ao baterista para trabalhar em uma nova música, senão ficaria sem nenhuma para colaborar. Assim, Roger começou a escrever ''Radio Ga Ga'', que mais tarde se tornaria seu maior sucesso autoral na carreira do Queen.
No entanto, o relacionamento entre os integrantes ainda era tenso. Freddie aceitou gravar apenas por questões contratuais, pois estava desmotivado e reservado, não querendo contato com ninguém, se animando mais tarde. Em razão do extremo fracasso de Hot Space, era de consenso geral entre os quatro de que era necessário produzir um material mais condizente com a identidade já construída pelo Queen.
Brian May investiu em mais peso em sua guitarra, flertando com o heavy metal em ''Hammer to Fall'', enquanto Freddie construia baladas típicas como ''It's a Hard Life''. John Deacon, mais uma vez produzia seu material quieto, mas que seria um dos principais sucessos do Queen, ''I Want to Break Free''. No fim das contas, mesmo com uma série de atritos, o quarteto tinha o pensamento de que a banda era mais importante, ideia que os manteve unidos.


Após o lançamento, o trabalho recebeu críticas mistas e mesmo não repetindo a fórmula do disco anterior, continuou a vender pouco. Durante a turnê, as tensões de Freddie o fizeram perder muitos amigos, e teve problemas para se locomover, por ter sido ferido em uma briga em Nova Iorque.
No clipe de ''I Want To Break Free'', os membros da banda atuaram vestidos de mulher, em referência à série Coronation Street. O material que tinha um tom humorístico, foi bem recebido no Reino Unido, mas não nos Estados Unidos, onde foi interpretado de forma errada por alguns como apologia ao mundo gay. Os americanos são extremamente conservadores e existe muita homofobia no país. Como resposta, o Queen ignorou o país e nunca mais fizeram um show na América do Norte. Quem será que saiu perdendo?


Em outubro de 1984, a banda se apresentou em Sun City, próximo a Joanesburgo, na África do Sul. O país estava em pleno regime do apartheid, e foi recomendado para o Queen não tocar lá. 

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Um pouquinho de história no meio da carreira do Queen: apartheid, ou separação, foi um regime de segregação racial, onde a minoria branca mandava no país através de um partido político. Esse regime iniciou em 1948 e findou em 1994. Durante esse período, vejam só que ironia, um país de origem negra, mas onde os negros não podiam dividir o espaço com os brancos na maioria dos lugares. Houve muita revolta, muitas mortes (negras é claro!). Dois de seus maiores opositores na história sul africana foram Steve Biko (morto pelo regime) e Nelson Mandela, que foi prisioneiro político durante muitos anos e depois que o apartheid terminou, tornou-se o primeiro negro presidente do país. Bem, isso é só para vocês entenderem o que se seguiu. 

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Como represália, a imprensa criticou fortemente a atitude do quarteto, em tocar na África do Sul, em pleno regime de apartheid. Mas quando nenhum de seus integrantes foi chamado para participar da gravação de ''Do They Know It's Christmas?'' do projeto Band Aid, a situação desanimou muito o grupo, que até pensou em encerrar as atividades. Ao mesmo tempo, uma canção de natal do Queen era divulgada, ''Thank God, it's Christmas''.


Logo depois, no início de 1985 a banda voltou ao Brasil para participar da primeira edição do Rock In Rio, que aconteceu na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A apresentação que reuniu aproximadamente 300 mil pessoas foi positiva, contendo no repertório músicas de todas as fases do Queen. ''Love Of My Life'' cantada, em grande parte pelo público, foi um dos momentos mais marcantes do Rock In Rio. Meses depois, era lançado Mr. Bad Guy, primeiro trabalho solo de Freddie Mercury.


A má situação do Queen perante a imprensa e público, começou a mudar quando Bob Geldof os convidou para participar de um evento beneficente chamado Live Aid, e o grupo viu ali como uma oportunidade de se redimir. No entanto, alguns fatos os incomodaram: apresentar-se durante o dia, e ter vários outros artistas e bandas tocando na mesma data.
David Bowie, The Who, Elton John e U2 eram alguns deles. Paul McCartney, por exemplo, retornaria aos palcos pela primeira vez após a morte de John Lennon. Mesmo com alguns impasses, aceitaram o desafio.
Concentrados em apresentar sucessos, em seus vinte minutos de apresentação tocaram ''Bohemian Rhapsody'', ''Radio Ga Ga'' (lembrada por suas palmas em uníssono), ''Hammer To Fall'', ''Crazy Little Thing Called Love'', ''We Will Rock You'', ''We Are The Champions'' e ''Is This World We Created?''. A apresentação que aconteceu as 18 horas no estádio de Wembley, foi considerada a mais memorável de todo o evento e melhorou a imagem da banda que, renovada, retomaria seu ânimo.


Impulsionados pelo sucesso do Live Aid, o grupo se reuniu em 1985 para compor e gravar novas músicas. ''One Vision'', de Roger Taylor, foi adaptada pelos demais, que também ganharam créditos. Ao mesmo tempo, receberam um convite para criarem uma trilha sonora para o filme de ação e fantasia Highlander, do qual surgiu ''Who Wants To Live Forever'', de Brian May e ''One Year Of Love'', de John Deacon, ambas com um arranjo de cordas criado por Michael Kamen, músico que trabalhou anteriormente com o Pink Floyd em The Wall e The Final Cut.
Ainda na mesma época, Freddie começou um relacionamento com um cabeleireiro irlandês chamado Jim Hutton, e o namoro do cantor com a atriz Barbara Valentin, que durou muitos anos, terminou. Ao mesmo tempo, uma nova doença, divulgada preconceituosamente como ''peste gay'', começava a se espalhar. Eram os primeiros indícios da AIDS.  Alguns amigos de Freddie começaram a morrer, e embora ainda não fosse portador da doença, muitos à sua volta a contrairam. Ao contrário do que poderia se pensar, Freddie não aumentou os cuidados na sua atividade sexual.
Em 1986, após a trilha sonora ser concluída, o Queen começou a gravar o novo álbum. O produtor David Richards gravaria algumas músicas juntamente com Brian e Roger no Mountain Studios, enquanto Mack faria o mesmo com Freddie e John em outro estúdio.


O trabalho individualizado, que já havia enfrentado problemas em Jazz, voltou em A Kind Of Magic. O trabalho se saiu mal nas paradas norte-americanas, e recebeu críticas, em grande parte negativas. A turnê de divulgação contou com uma estrutura complexa e o maior palco na carreira da banda, mas a chegada dos quarenta anos, os nódulos vocais, tabagismo e um estilo de vida pouco saudável, iam exigindo bem mais de Freddie, que ainda conseguia realizar as apresentações.
O final da turnê foi em agosto, em Knebworth Park, que reuniu aproximadamente 200 mil pessoas. Nesta época, John Deacon teve crises imprevisíveis, em Knebworth em especial, o baixista quebrou seu instrumento com seu amplificador, uma atitude que nem o próprio músico conseguia explicar. Foi o último show do Queen com sua formação clássica.


1988 - 1991: OS ÚLTIMOS ANOS DE FREDDIE

Após o fim da turnê de A Kind Of Magic, Brian May começou a trabalhar com um futuro álbum solo. Freddie fez o mesmo, lançando o single de ''The Great Pretender''.
Após uma série de elogios e aproximações, o cantor produziria um disco, de título Barcelona, juntamente com a cantora de ópera Montserrat Caballé, da qual era fã e em 1992 planejavam cantar juntos na estréia dos Jogos Olímpicos. Entretanto, entre abril e maio de 1987, Freddie foi diagnosticado com o vírus da AIDS, fato que bagunçou todos os planos do vocalista que, a princípio, manteve o quadro em segredo.
Roger Taylor decidiu fundar uma nova banda, chamada The Cross e John Deacon fez gravações com Elton John, Cozy Powell e também fundou um grupo, chamado The Immortals, que chegou a lançar apenas um single.
Em janeiro de 1988, o grupo se reuniu em Londres para definir que, a partir daquele momento o futuro repertório inédito do Queen seria creditado a todos, independentemente de seus reais compositores, para evitar decisões guiadas pelo ego ou ganância.
Assim, os quatro também trabalhariam juntos novamente no estúdio. Freddie se desdobrava entre as sessões do futuro álbum com as gravações de Barcelona, enquanto, oficialmente não se pronunciava sobre sua doença para seus colegas de trabalho. No entanto, em certo momento os músicos já sabiam, exceto o produtor David Richards, que pensava que ele estivesse com câncer.
No mesmo período, Brian passava por um momento turbulento em sua vida pessoal, que estava cada vez mais traumática e já apresentava sinais de depressão. Assumiu publicamente seu relacionamento com Anita Dobson, separou-se da sua esposa e de seus filhos e em junho de 1988, perdeu seu pai.


No entanto, há participação intensa de Brian no álbum. ''I Want It All'', o primeiro single do álbum, tornou-se um dos maiores sucessos do Queen. The Miracle estreou no primeiro lugar nas paradas do Reino Unido, e nos Estados Unidos teve um desempenho regular, embora superior à Kind Of Magic.
A mídia especializada, em geral teve opiniões mistas a positivas, sendo considerado um álbum mais orientado ao rock que a banda fazia anteriormente. Sobre o projeto, Roger Taylor considerou que ''era o melhor álbum do Queen em dez anos, facilmente''.
Ao lançar o single ''I Want It All'' em abril de 1989, a banda anunciou que não faria turnê do álbum. Freddie afirmou que queria quebrar o ciclo que faziam desde o início da carreira.
Os clipes gravados para as músicas de trabalho foram mais complexos do que os anteriores, utilizando vários recursos que diminuissem o foco em Freddie.


Nestes, o cantor deixou a barba crescer, o que o ajudou a esconder os sinais do Sarcoma de Kaposi em sua pele. No último video gravado, da música ''The Miracle'', o quarteto teve a ideia de contratar atores mirins para atuar, com o grupo aparecendo no final.
Freddie, nestas imagens pareceu mais envelhecido e fraco do que na última turnê. Brian e Roger ficaram responsáveis por promover o trabalho, e negaram todos os boatos sobre uma possível doença de Freddie Mercury.
Poucos meses depois do lançamento de The Miracle, Freddie voltou sozinho ao estúdio para produzir músicas. Foi nessa época que o cantor revelou aos seus colegas ser portador do vírus da AIDS, em uma reunião formal.
O diagnóstico entristeceu e arrasou com os demais integrantes, que estiveram dispostos a trabalhar num futuro álbum, pelo pouco tempo de vida que Freddie ainda poderia ter. O cantor pediu para que ninguém contasse sobre o vírus, fato que fez a banda criar uma espécie de escudo protetor sob o vocalista. O repertório conteve algumas músicas que sobraram de Barcelona, The Miracle e músicas que anteriormente estavam destinadas ao futuro trabalho solo de Brian May.
As gravações, no início foram intensas, durando semanas ininterruptas. Porém, quando o Queen foi receber o Brit Awards, Freddie Mercury estava com uma aparência ainda mais diferente.
Com uma roupa folgada, cabelo ralo e barba espessa, apenas agradeceu, enquanto Brian May fez o discurso. O ocorrido só fez aumentar as especulações de que Freddie estava doente, e foi sua última aparição pública.
O single ''Innuendo'' foi lançado em janeiro de 1991 e, por causa do estado frágil de Freddie, a banda resolveu fazer um clipe com ilustrações. Cada ação para preservar o silêncio do artista era questionada pela imprensa, mas os músicos negavam tudo.


O álbum, distribuído no início daquele ano teve a mesma recepção de The Miracle, diferenciando-se pelo fato de que a mídia especializada destacava as letras mais sérias e reflexivas.
Nas divulgações públicas do trabalho, apenas Brian e Roger participavam, e a falta de John e Freddie era sempre notada. Mas foi no clipe de ''These Are The Days Of Our Lives'' que evidenciou a fraqueza do cantor, que mal podia se mover por causa de uma lesão no pé. O último recado vindo do Queen, foi a música "The Show Must Go On", que literalmente é, "o show tem que continuar". Mas sem Freddie, pois o clipe foi uma montagem com os demais feitos pela banda, já que ele estava muito enfraquecido, impossibilitado para se movimentar.
Nos últimos meses de sua vida, Freddie preferiu cercar-se de pessoas nas quais confiava, como Mary Austin, sua ex-noiva, seu namorado Jim Hutton (o qual tinha descoberto também ser soropositivo), Mike Moran, Dave Clark, e seu motorista Terry Giddings. Seu testamento, feito pouco após seu aniversário, renderia muitas surpresas.
Mesmo temeroso sobre os efeitos que teria, caso assumisse a doença, Freddie pensou que era a melhor hora. O estigma da AIDS, como uma doença gay tinha diminuído, mas a principal preocupação do cantor estava no impacto que poderia causar às famílias de amigos próximos, principalmente as dos demais integrantes do Queen.
O comunicado foi divulgado um dia antes de sua morte: ''Seguindo a enorme comoção da mídia nas últimas duas semanas, eu gostaria de confirmar que fui testado como soropositivo e tenho AIDS. Eu senti que era melhor manter isso privado até agora para proteger a mim e àqueles ao meu redor. No entanto, chegou a hora de meus amigos e meus fãs saberem a verdade, e espero que todos se juntem a mim e aos meus médicos na luta contra essa terrível doença. Minha privacidade sempre foi importante para mim e sou famoso por minha falta de entrevistas, por favor, entendam que essa política continuará''.
Seu funeral aconteceu em Londres três dias depois, assistido por trinta e cinco pessoas, incluindo a família de Freddie, os integrantes e o empresário do Queen, Mary Austin, Jim Hutton e poucas outras pessoas.
O corpo do cantor foi cremado e suas cinzas foram entregues a Mary Austin, sendo que apenas ela, a família do cantor e os integrantes do Queen sabem onde as cinzas foram depositadas, e nunca revelarem seu paradeiro. Mary ficou com a maior parte da herança do cantor.


Mas este que seria o fim de uma banda, foi apenas mais uma pausa, para reiniciar com aqueles trabalhos que ficaram inacabados. Mas isso é assunto para a próxima postagem, a quarta parte sobre a carreira da banda Queen. Fiquem com mais do Queen e de Freddie Mercury em carreira solo, em:







































































sábado, 23 de abril de 2016

QUEEN, A MAJESTADE DAS BANDAS - PARTE 2

Olá galera que está curtindo o Blog Opinião do Véio, vou dar continuidade à história de uma das bandas mais conhecidas e reverenciadas do mundo musical, sua dificuldade inicial até atingir o sucesso. E tem pessoas que acreditam que para os artistas, o começo é moleza!


A DAY AT RACES

Day At Races foi o primeiro álbum do Queen sem Thomas Baker como produtor. Para eles, era importante que passassem  pelo desafio de criar um novo trabalho de sucesso de forma mais independente. Quando lançado, para quem ouve, parece uma sequência e A Night At Opera, com um tom maior de melancolia, principalmente em ''Long Away'' e ''Drowse'', enquanto o single ''Tie Your Mother Down'', juntamente com ''Somebody To Love'' se tornaram seus principais sucessos.
Nas apresentações de divulgação do álbum, o comportamento de Freddie estava cada vez pior, fato que já incomodava sua ex-noiva e fazia com que muitos à distância o considerassem alguém fútil e tolo. Em um dos shows, por exemplo, o cantor quase foi preso por desacato à autoridade, mas quando viu que poderiar parar na prisão, retrocedeu em sua atitude. Por causa disso, o relacionamento de Freddie com David Minns acabou durante a turnê.

Freddie e David Minns

Na mesma época, o movimento punk surgiu, e um dos seus representantes era o Sex Pistols. A mídia especializada, que em geral não tinha muita simpatia com o Queen (especialmente com Freddie), e se posicionava a favor do movimento, passou a avaliar negativamente os trabalhos atuais do Led Zeppelin e do Pink Floyd, e logo também do Queen, com mais insistência. Por causa disso, A Day At The Races recebeu críticas de mistas a negativas.
Quando A Day At The Races obteve vendagens inferiores a A Night At Opera, Brian May passou a acreditar que o próximo trabalho do Queen deveria ser mais espontâneo e menos complexo. Esta ideia foi compartilhada por Roger Taylor, que estava levemente influenciado pela rebeldia do movimento punk, e compôs ''Sheer Heart Attack'' e ''Fight From The Inside''.


As gravações de News Of The World duraram cerca de dois meses, sob a produção de Mike Stone, no estúdio Wessex. Coincidentemente, em uma das salas os integrantes do Sex Pistols estavam gravando o álbum Never Mind The Bollocks, Here's The Sex Pistols, o que causou em algum momento, um conflito direto entre Freddie e Sid Vicious, que o relembrou de uma entrevista à News Music Express, em que Freddie afirmou estar levando o ballet às massas.
Algumas versões da história citam que os dois quase chegaram a se agredir fisicamente. Durante as várias vezes em que as duas bandas cruzaram pelos corredores do estúdio, John Lydon conversou com Brian May sobre música. ''Spread Your Wings'' e ''It's Late'' foram algumas das contribuições mais positivas de John Deacon e Brian May no álbum, embora tenham escrito outras músicas que não obtiveram muito destaque.
Se destacaram como principais sucessos do álbum, as músicas ''We Will Rock You'' e ''We Are The Champions'', de Brian e Freddie, respectivamente. Os integrantes da banda, principalmente Brian, não levaram ''We AreThe Champions'' a sério por causa de sua letra egocêntrica, mas seu desempenho nas paradas foi extremamente positivo, mais tarde se tornando uma espécie de hino desportivo, político e de outros tipos de organizações.
A cada álbum, o lado comercial do Queen aparecia e tornava mais evidente, o que aumentava seu sucesso e em contrapartida dava assunto para críticas da mídia especializada sobre sua música. Apesar de ter alcançado a quarta posição no Reino Unido, News Of The World alcançou o primeiro lugar nas paradas dos Estados Unidos.


1978 - 1980: TRANSIÇÃO MUSICAL

Nessa época, a banda parou de trabalhar com John Reid, pelo fato do gerente não conseguir conciliar ao mesmo tempo a carreira do Queen e de Elton John. Assim, Jim Beach o substituiu. John Deacon, o membro mais atento às questões financeiras, sugeriu aos demais, que fossem criadas três empresas em nome da banda, para que os direitos autorais estivessem concentrados e no controle do quarteto. E assim foi feito.
Após o bom desempenho de News Of The World, a banda queria manter a espontaneidade contida neste álbum, mas sem repetir o erro de soar como uma sequência do anterior, como foi em A Day At The races.
Desse modo, o Queen voltou a trabalhar com Roy Thomas Baker e começou a trabalhar em Jazz, que refletiu a vida pessoal dos integrantes. Naquele ano os impostos cresceram muito no Reino unido, fato que incentivou o Queen a gravar o trabalho na França.
Freddie escreveu ''Bicycle Race'', enquanto os primeiros casos extraconjugais de Brian May o influenciaram em ''Fat Bottomed Girls''. Ambas foram lançadas em um single duplo. Freddie desfrutava de uma rotina cheia de extremos sexuais e financeiros, descritos de maneira sutil em ''Don't Stop Me Now''.
O estilo de vida do cantor, aos poucos preocupava os demais integrantes. Ao contrário, John Deacon vivia uma vida basicamente caseira e comportada, e apresentou ''In Only Seven Days'', uma de suas composições para o álbum.
As diferenças entre os integrantes estavam cada vez mais evidentes, o que gerava mais atritos e desavenças. As composições de Roger Taylor o desagradavam, pois embora esforçado, sentia-se inferior aos demais. O resultado final deixou John e Roger insatisfeitos, porque acreditavam que, naquele momento, o trabalho estava muito individualizado.
O álbum também não agradou à gravadora, a começar pelo título, que poderia causar confusão ao público e sua capa monocromática, sem foto dos integrantes. Mas a polêmica maior foi a ideia para o clipe de ''Bicycle Race'', em que a banda escolheu sessenta e cinco modelos para andarem de bicicleta seminuas no Wimbledon Stadium, o que causou revolta e crítica de alguns grupos feministas.


Uma conhecida coluna da Rolling Stone sobre o álbum, classificou o Queen como uma banda fascista, machista e arrogante, enquanto a New Musical Express recomendou a compra do disco somente se tivesse ''um parente surdo''.
No final de outubro de 1978, Jazz foi lançado. Na coletiva de imprensa, a banda promoveu uma festa com a presença de cuspidores de fogo, travestis, anões, dançarinas, strippers e até homens vestidos como freiras.
Durante a turnê de divulgação de Jazz, Freddie Mercury continuava a enfrentar problemas vocais com problemas nos nódulos, embora os demais integrantes da banda acreditavam que seu estilo de vida, com muito sexo e uso de cocaína, estava o afetando.
Nesta época, o cantor passou a frequentar clubes gays e mudar sua maneira de vestir, com o uso de roupas de couro. Justamente nessa época, a EMI queria que o Queen lançasse um álbum ao vivo, e embora a banda não gostasse muito da ideia, pelo medo das músicas perderem o impacto que possuem no estúdio, lançaram Live Killers em 1979, como uma coletânea de vários shows do quarteto em um disco duplo.
Ainda em 1979, a banda comprou o Mountain Studios e começaram a trabalhar com o produtor musical Reinhold Mack, de uma forma despretensiosa, em outro espaço de gravação, sem a finalidade de produzir um novo álbum.
Mas, durante um banho, Freddie teve uma ideia para uma nova música, de título ''Crazy Little Thing Called Love''. Diferente de outros sucessos, a música possuía uma estrutura simples, tendência que se refletiu em grande parte do trabalho que estava surgindo. Nessa mesmo ano, o quarteto trabalhou em outras três músicas: ''Coming Soon'', ''Sail Away, Sweet Sister'' e ''Save Me''.
O trabalho de Mack era contrário aos dos integrantes. O produtor sugeriu que fizessem um registro mais direto e simples, e a falha de Jazz se mostrou como uma boa justificativa para que a mudança fosse realizada.


O resultado foi imediato, com o single ''Crazy Little Thing Called Love'' alcançando o topo das paradas dos Estados Unidos, atraindo um público cada vez mais jovem às apresentações do Queen.
Na mesma época, aconteceu a Crazy Tour, que tinha como proposta fazer shows em locais pequenos, que promoviam maior aproximação entre a banda e seus fãs. Uma ideia ''louca'' (daí veio o nome da turnê) que tinha a parceria do Queen com o ex-Beatle Paul McCartney. A maioria das apresentações foram bem sucedidas.
Em fevereiro de 1980, os integrantes do Queen voltaram ao estúdio para concluirem o disco, que, até aquele momento, levou o maior tempo na história da banda para ser produzido. Os maiores desentendimentos de Mack eram com Brian May, que queria gravar as guitarras da mesma forma que sempre fez e ameaçou deixar a banda várias vezes. Relutante em aderir a um padrão mais simples, Brian cedeu em alguns momentos.
Enquanto isso, John Deacon, apelidado de ''avestruz'' por Freddie Mercury, por ser muito quieto, trabalhava em silêncio nas duas composições que tinha para o álbum, ''Need Your Loving Tonight'' e a que futuramente se tornaria o maior sucesso de The Game, ''Another One Bites The Dust'', que inicialmente não tinha a simpatia de nenhum dos demais integrantes, mas acabou caindo no gosto de todos, principalmente do vocalista.
Mais tarde, Michael Jackson os sugeriu que a música fosse lançada como single, e se tornou o maior sucesso do Queen em território norte-americano, liderando as paradas de música disco e soul.


A grande mudança em torno de The Game, além da simplicidade, é o fato de que, pela primeira vez, foi incluído o uso de sintetizadores. Roger Taylor comprou um Oberheim OB-X para ser utilizado em suas composições para o álbum, e foi utilizado em outras músicas .
No entanto, seu uso foi mínimo e, em maior parte, o trabalho ainda contém muitos elementos antigos do Queen. Tais atitudes geraram impacto direto na mídia especializada. A Rolling Stone, por exemplo, o definiu como um projeto mais humilde, e a Allmusic como a melhor obra da banda depois de A Night At Opera.
A turnê norte-americana do álbum começou em Vancouver, e nesta época, Freddie passou a usar o cabelo mais curto e deixou um bigode espesso crescer (que mais tarde seria a marca registrada de Freddie), o que desagradou a muitos fãs, que jogavam lâminas de barbear no palco.
Ainda em 1980, o Queen foi convidado pelo diretor Mike Hodges para produzir uma trilha sonor para o filme de ficção científica Flash Gordon. Aceitaram e gravaram uma série de músicas, a maioria instrumentais. No repertório dos shows, no entanto, executavam ''Flash'', que foi lançado como single, e ''The Hero''.
Naquele ano, estiveram no Brasil, no estádio do Morumbi, em São Paulo e em outros países da America Latina, como a Argentina. A banda desejava se apresentar no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, mas não conseguiram autorização para fazer show lá.


 1981 - 1982: AUMENTO DE INTRIGAS

Em 1981, Freddie e John foram para o Mountain Studios, de propriedade do Queen, para trabalhar em algumas músicas novas. Juntos escreveram ''Cool Cat''. Nessa época, o cantor David Bowie estava gravando, e foi convidado a fazer vocais de apoio na música.
Mas Bowie não gostou o resultado final e pediu para que não fosse utilizado. Num dia de ensaios do quarteto, David os convidou para criar uma música juntos. De um riff de baixo, com contribuições maiores de Freddie e Bowie, surgiu ''Under Pressure''. O single se tornou um sucesso e a única parceria da banda com algum outro cantor. Nesta epóca também foi lançado Greatest Hits, a primeira coletânea de maiores sucessos da banda.
Nesta mesma época, a banda foi realizar mais uma série de shows na América do Sul, mas diferentemente da primeira vez, ocorreu uma série de problemas que, no final, custou aproximadamente um milhão de dólares para o Queen.


Foi um baque para todo o grupo, que decidiu se concentrar em um novo trabalho, Hot Space. Freddie acreditava que quanto menos guitarras, melhor, o que deixou Brian May irritado. As sessões de gravação eram em horários irregulares, e enquanto Brian se embriagava, Freddie consumia cocaína.
John Deacon ficou desapontado com o desempenho do guitarrista em suas músicas, fato que deu espaço aos primeiros atritos entre os dois. No entanto, em comparação aos demais, o baixista estava com os ânimos mais calmos.
Quando o single ''Body Language'' foi lançado, Brian ficou preocupado, porque estava achando que as composições de Freddie estavam cada vez mais com conteúdos gays e que, em sua visão, era mais importante compor sobre temas universais que fariam um número maior de pessoas se identificarem.
As músicas do álbum, distantes do rock, não obtiveram a mesma aceitação do álbum anterior. Enquanto as influências musicais tendiam mais a favor de Freddie e John, Brian e Roger criticavam duramente a mudança de sonoridade. Algumas mudanças no arranjo ao vivo tornaram as músicas mais atraentes, mas não o suficiente para empolgar o público. Enquanto isso, Hot Space ia mal nas paradas.
Entre os shows, Freddie, que estava com um estilo de vida diferente dos demais integrantes, estava cansado de turnês, e em muitos momentos demonstrava-se extremamente irritado. Segundo alguns relatos, Freddie estava cada vez mais cercado de pessoas interesseiras e controladoras, principalmente seus amantes.

Neste período, a banda trabalhou com os músicos Morgan Fisher e Fred Mandel para tocar teclado nas apresentações. Este último, que esteve até o fim da turnê, sentiu a pressão na qual estava envolvido. Após a turnê de divulgação do álbum, o Queen se separou para um momento de férias.


Bem pessoal, enquanto o Queen saiu de férias, eu vou encerrar por aqui a segunda parte da trajetória dessa banda cheia de altos e baixos. Desculpem alguns vídeos pessoal, pois são montagens.Não tinha um ao vivo ou oficial. Curtam mais do Queen em:






























































QUEEN, A MAJESTADE DAS BANDAS - PARTE 1

Olá galera que está curtindo o Blog do Véio, sejam bem vindos. Esta postagem estava prevista para novembro, mas forças além dos meus poderes impediram o andamento do blog. Reprogramei as homenagens aos artistas falecidos recentemente como Glenn Frey e David Bowie. Mas agora eu vou fazer essa postagem, que eu considero uma homenagem à uma das bandas que mais fizeram pelo rock e pelo pop também.
Assim como eu aprendo pesquisando, vocês também acabam conhecendo fatos que talvez nunca tenham ouvido falar, ou não lembravam mais. Como dizem os ingleses: "God save the Queen! - Deus salve a Rainha!".



1968 - 1970, O INÍCIO DE TUDO

Em 1968, os amigos de escola Brian May (guitarra) e Tim Staffell (baixo e vocal), decidiram formar uma banda e colocaram um anúncio em um jornal em Londres, à procura de um baterista. Logo, um estudante de odontologia respondeu ao chamado. Seu nome, Roger Taylor, tinha um estilo diferente do qual eles queriam, mas mesmo assim impressionou aos dois, que o integraram ao grupo, que foi batizado de Smile.
Tim Staffell tornou-se amigo de escola de Farrokh Bulsara, de apelido Freddie. Freddie sentiu que seus gostos era parecidos com os da Smile e se tornou um grande fã da banda, apesar de querer se tornar vocalista dela.
Freddie participou de grupos e fundou uma banda, experiências que não deram certo, porque a exigência em todo lugar era de tocar blues, mas suas influências eram bem mais ecléticas.


Em 1969, Freddie foi apresentado por Tim para Roger e Brian. Seu estilo glam foi considerado diferente pelos músicos, e embora o considerassem afeminado por pintar as unhas, sua personalidade era considerada cativante. Mais tarde, o cantor estava morando próximo aos dois, o que os fez conhecê-lo melhor, principalmente em relação às suas habilidades de canto e piano.
No final de 1970, após Tim Staffell ter deixado o grupo para se juntar a outro, Freddie foi efetivado como vocalista substituto da Smile, embora tenha incentivado os outros integrantes para que mudassem o nome da banda para Queen e Brian e Roger tinham outros nomes em mente e não simpatizaram nem um pouco com o nome sugerido pelo vocalista. Quando perguntado o porque do nome, Freddie disse: ''É um nome muito forte, universal e imediato''. A idéia do cantor acabou sendo a definitiva.
Como Freddie era pianista, o Queen precisava de um baixista. Após muitas sugestões e decepções, vários tentaram, mas sempre havia uma guerra de egos entre Freddie e alguns dos pretensos baixistas.
Depois de malsucedidas audições de candidatos pretendentes à vaga, Brian e Roger conheceram numa discoteca, o músico John Deacon , um instrumentista estudioso que cursava eletrônica. John soube que o grupo precisava de um baixista, e através de um amigo pôde conhecer os integrantes do Queen.
Em uma audição, a banda solicitou que John tocasse ''Son And Daughter'', uma música criada recentemente. A performance perfeccionista do músico surpreendeu a todos, no entanto sua postura foi considerada muito quieta pelos demais integrantes. Nesta época, o baixista testemunhava discussões entre os três, e quando era questionado, preferia manter-se quieto, o que de certa forma neutralizava o choque entre os demais.


1971 - 1974, AS PRIMEIRAS GRAVAÇÕES

Mesmo com a formação oficial completa, a banda passou a desanimar, principalmente por questões financeiras. Em 1971 Roger se matriculou no curso de Biologia Animal e Vegetal, enquanto Brian passou a lecionar. Nesse mesmo período, Brian May procurou magnatas da música, patrocínios e outras formas de divulgar seu trabalho, mas ninguém se mostrou interessado.
Através de um amigo que trabalhava em um novo estúdio, a banda encontrou uma oportunidade para gravar seu primeiro trabalho. As instalações ainda precisavam de testes acerca do isolamento do som, e era necessário que uma banda de rock fizesse experimentos no local. O Queen foi escolhido, e naquele espaço, gravaram uma fita demo com cinco músicas, mais tarde enviado o material para várias gravadoras, que não demonstraram interesse e os comparavam com o Led Zeppelin.
Após uma proposta de uma gravadora, que foi recusada pela banda, Freddie decidiu adotar o sobrenome Mercury, inspirado no verso ''Mother Mercury, look what they've done to me'', da música ''My Fair King'' e também em referência a Mercúrio, mensageiro dos deuses da mitologia grega. Além disso, o cantor desenhou o logotipo do Queen, que combina os signos do zodíaco dos quatro membros.


A banda estava satisfeita  por ter a permissão de utilizar as instalações do estúdio, e nessa época conheceram Roy Thomas Baker, engenheiro de áudio que seria futuro produtor musical de alguns discos do Queen.
Mais tarde, o empresário Norman Sheffield, então um dos donos do Trident Studios, ouviu a fita demo gravada, e embora não tenha demonstrado interesse, ter assistido uma apresentação do grupo o fez mudar de ideia, contratando a banda para seu selo, gerenciando a gravação, produção, gestão e direitos autorais das músicas.
Com a produção de Thomas e John Anthony, o álbum de estréia foi gravado durante madrugadas caóticas, pela falta de horários livres. Um dia, o cantor David Bowie (que estava gravando no mesmo estúdio) terminou seu trabalho mais cedo, fazendo com que o Queen tivesse mais tempo para sua obra.
Durante as sessões de gravação, Anthony ficou doente e se ausentou, deixando Roy no completo comando da produção. Os integrantes já estavam cientes de que o disco ficou pronto tarde demais, que as músicas já soavam ultrapassadas. Nesta mesma época, John Deacon e Roger Taylor terminaram seus estudos no ensino superior, e Deacon continuou estudando, resolveu ingressar no mestrado.
Apesar da Trident estar no controle, John Anthony continuava à procura de gravadoras que se interessassem pelo material do Queen, antes que a banda lançasse o disco. Apesar de várias recusas e audições fracassadas, Anthony conseguiu, através de um executivo, uma audição da fita demo na EMI Records, que estava em busca de novidades no mercado musical.


Após muita negociação, por considerarem as propostas muito baixas, o Queen foi contratado pela EMI e em julho de 1973, foi lançado o primeiro single da banda, ''Keep Yourself Alive''. Apesar do potencial visto pelos produtores e o próprio grupo, a música passou desapercebida pelo público, não entrando em nenhuma parada.
O álbum passou a ser distribuido dias depois, contendo a frase ''Sem sintetizadores'', que apareceria também nos próximos trabalhos. Segundo Baker, o trabalho do grupo com harmonias e overdubs era grande demais para algum desinformado dizer que aquela sonoridade foi produzida com o auxílio de um teclado.
Enquanto Freddie se preocupava com a estética e vestimenta dos integrantes, pois a banda entrou no período glam muitos anos antes, mas o sucesso de artistas e bandas como David Bowie e Sweet, junto ao lançamento tardio do primeiro trabalho do Queen, fez com que o grupo parecesse oportunista e pouco inovador, seu futuro era mais incerto ainda.  Apesar disso, aos poucos, através de publicidade e seu desempenho no palco, o quarteto atrairia um público composto por diferentes faixas etárias.
Logo depois, a banda voltou ao Trident Studios com o objetivo de gravar um segundo trabalho. Desta vez, insistiram para que fosse durante o dia e trabalharam com Roy Thomas Baker. Brian May, como co-produtor passou a por em execução uma idéia de utilizar sua guitarra para simular outros instrumentos ou efeitos sonoros.
De sua idéia, surgiram músicas como ''Procession'' e ''Father To Son'' e, para cumprirem a regra ''sem sintetizadores'', os integrantes do Queen utilizaram piano, órgão hammond, sinos tubulares, castanholas e uma harmonia de seis partes.



O álbum foi gravado e o produtor estava satisfeito, mas os integrantes do Queen eram implacáveis, tinham milhões de idéias. No fim, o título, Queen II, era a única coisa simples sobre o álbum, cuja capa feita por Mick Rock e inspirada pelo filme Shanghai Express, com os quatro sob um fundo escuro foi reutilizada em clipes futuros.
As avaliações sobre Queen II foram mistas, com várias comparações de seu som com o de outras bandas de rock. Roger Taylor lembrou de ouvir novamente o álbum, após a leitura das críticas e ver que a mídia especializada tinha razão. Críticas ocorridas tempos depois são positivas, dizendo que o álbum era mais rico, obscuro e estranho do que o anterior, caminhando rumo a um som cada vez mais poderoso e eclético.
Para divulgar o lançamento de Queen, meses antes de Queen II, a EMI decidiu que o Queen abriria todos os shows na turnê da banda de glam rock Mott The Hoople. Mas o que aconteceu foi interessante, pois a atração principal tornou-se cada vez mais desinteressante em razão do desempenho positivo do grupo novato.
Isso causou revolta nos integrantes do Mott The Hoople, que queixaram-se à gravadora que se recusou a tirá-los e escolher outra banda, pois afirmaram que a apresentação do Queen dividiu opiniões, e que tentavam impressionar o público a todo custo, dedicando-se muito a isso. A relação de ambas as partes foi amistosa, após a turnê.
Em 1974, o Queen foi convidado a participar do Top Of The Pops, porque o novo single de David Bowie, ''Rebel Rebel'', ainda não estava pronto. Assim, a banda gravou uma versão de ''Seven Seas of Rhye'', que foi executada no programa. A divulgação deu certo e foi a primeira vez que a música do Queen entrou nas paradas. Com a banda tornando-se atração principal, e com pouco tempo para estudar, John Deacon se viu forçado a abandonar seu mestrado.


UM IMPREVISTO E UM BREVE DESCANSO

Durante um dos shows de Queen II, Brian May começou a sentir fortes dores no braço. Após isso, o guitarrista descobriu que tinha contraído gangrena depois de ter tomado uma injeção com uma agulha não esterilizada (naquela época, não existia o cuidado com a higienização dos materiais hospitalares, por isso tantas infecções).
Mesmo assim, enquanto o quadro estava tratável, o músico continuou a se apresentar. A banda iniciou sua primeira turnê nos Estados Unidos, mas ocorreu algo que ninguém imaginaria.
Após alguns eventos, viajaram para Boston. No hotel, pela manhã, Brian acordou e mal podia se mover. Quando se olhou no espelho, notou que sua pele estava amarelada, sinais de hepatite.
A rotina intensa, juntamente com a má alimentação, deixou o sistema imunológico do músico, mais fraco do que já estava. Por isso, o grupo cancelou o restante da turnê, teve que voltar à Inglaterra, onde Brian ficou internado por seis semanas.
Enquanto Brian estava internado, John, Freddie e Roger discutiam ideias para um próximo álbum, o qual já tinha sido comunicado à imprensa. Mais tarde, o guitarrista foi diagnosticado com uma úlcera duodenal, que existia desde sua adolescência.
Por conta disso, ficou internado por mais tempo, e nesse intervalo, apesar de escrever músicas, temia ser substituído na banda. De vez em quando, Freddie o visitava. Para suprir sua falta, John Deacon assumiu as guitarras, enquanto os demais produziam harmonias vocais e overdubs.
Assim que ganhou alta, Brian passou a trabalhar no material, que tinha como proposta, ser musicalmente mais acessível do que Queen II. Assim, com a produção de Thomas Baker, com colaboração de Mike Stone, foi produzido Sheer Heart Attack, lançado no final de 1974.
Para divulgação do trabalho, a banda lançou um single duplo, composto por "Killer Queen'' e ''Flick Of The Wrist'', porém a primeira fez mais sucesso, alcançando o segundo lugar nas paradas do Reino Unido.
O bom desempenho animou a banda, que passou a realmente acreditar no sucesso. Foi em Sheer Heart Attack que John Deacon fez sua estreia como compositor, participando em ''Misfire'' e ''Stone Cold Crazy''. A partir daí, sempre haveria alguma obra do baixista em algum álbum do Queen. Ainda nesta época, a banda gravou dois shows no teatro Rainbow, que só foram oficialmente lançados em 2014.


1975 - 1977: SUCESSO MUNDIAL

Entre o final de 1974 e o início de 1975, a vida pessoal dos integrantes do Queen ia de mal a pior, começando por John Deacon, que estava prestes a se casar e precisava de dinheiro. Freddie Mercury dividia um apartamento pequeno com sua namorada Mary Austin, usando seu piano como cabeceira para a cama.
Para Brian May, era pior, pois tinha um quarto mofado e com cheiro de peixe podre para dividir com sua namorada e, ainda, sem abastecimento de água. Por conta disso, a EMI contratou o advogado Jim Beach para analisar o contrato da banda com a Trident.
Na época, foi lançado o single "Now I'm Here", e no dia seguinte John se casou com Veronica Tetzlaff, ex-colega de escola que já namorava há anos e estava grávida de seu primeiro filho. Após a lua de mel, o baixista se juntou aos demais integrantes e fez a turnê de divulgação de Sheer Heart Attack em território norte-americano, com a banda Kansas abrindo os shows. No entanto, foi um fracasso, principalmente devido a problemas vocais que Freddie teve durante a divulgação.
Depois foram ao Japão, onde tiveram boa recepção. Roger Taylor, em choque, disse que viu uma espécie de ''beatlemania'' quando esteve lá, mas a realidade de pobreza na qual viviam no reino unido era bem diferente.
Todos estavam extremamente insatisfeitos com a Trident, pois, para Norman Sheffield o lucro que deram não era sufficiente para cobrir o valor que investiram no Queen. Como resposta, escolheram John Reid, que também trabalhava com Elton John, como novo gerente de sua carreira. Em agosto daquele ano, o Queen assinou um acordo com a Trident, que custou uma multa rescisória e direito sobre um por cento dos royalties dos próximos seis álbuns de sua discografia.
Sob o comando da EMI, a banda passou a ensaiar para seu próximo álbum e formular as primeiras músicas, individualmente, em sete estúdios diferentes. Uma delas foi ''Bohemian Rhapsody'', que ficaria nove semanas no topo das paradas do Reino Unido, e projetaria a banda mundialmente.
Entretanto, a música, de longa duração e complexa, utilizava-se de muitos vocais, e acabou custando muito caro. Freddie a queria como single, e quase todos estavam de acordo, exceto John Deacon, que estava temeroso, justamente pela duração.


A EMI teve reação semelhante a John, mas acabou cedendo à pressão e lançou. O medo do Queen era que o trabalho fosse um fracasso, e caso ocorresse, não teria outra alternativa a não ser encerrar as atividades e pagar as dívidas.
Mas ao contrário do que se pensava, tanto a música quanto o álbum receberam boas críticas e vendeu milhões de cópias. Além de ''Bohemian Rhapsody'', a banda lançou ''You're My Best Friend'', de John em um compacto e realizou uma turnê internacional bem sucedida.
A Night At Opera é geralmente considerado o melhor trabalho da carreira do Queen, misturando influências de hard rock, pop, rock progressivo, heavy metal e outros gêneros musicais, assim como foi feito em Sheer Heart Attack.
Durante essa época, o relacionamento de Freddie e Mary Austin teve uma forte crise, embora estivessem noivos. À medida que o sucesso do Queen aumentava, o cantor estava mais distante. Nesta época, o artista conheceu David Minns, um executivo que trabalhava com Paul McCartney, com quem teve um caso.

Logo, Freddie sentiu a necessidade de ser franco com Mary, confessando sua bissexualidade. Mesmo terminando o relacionamento amoroso, mantiveram uma estreita amizade pelos anos que viriam. Do término deste relacionamento, surgiram inspirações que culminaram em parte de A Day At Races. Os demais membros do grupo descobriram a opção sexual de Freddie, que sempre foi muito reservado em relação à sua vida pessoal.


Bem pessoal, termino aqui a primeira parte de um total de cinco partes sobre a banda Queen, um ícone na música mundial.Curtam mais sobre a banda em:
































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