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sábado, 18 de março de 2017

UMA BANDA QUE É UM ULTRAJE! A RIGOR


Salve galera que curte o Blog Opinião do Véio! Estou aqui para comentar sobre uma das bandas mais alegres e criativas que surgiu no início dos anos 80, auge do pop rock Brasil.

Ultraje a Rigor se firmou no cenário musical brasileiro, graças a sua bem humorada visão sobre assuntos sérios e recorrentes. Também se destacou por sua linguagem descontraída, com seu jeito moleque de ser e retratar assuntos tão comuns à adolescência/juventude.


Ultraje a Rigor

Ultraje a Rigor, banda brasileira de rock, criada no início da década de 1980 em São Paulo. Idealizada por Roger Moreira (voz e guitarra base), obteve sucesso em 1983 no Brasil, devido as canções "Inútil" e "Mim Quer Tocar". Em 1985 a banda ficou nacionalmente conhecida pelo álbum Nós Vamos Invadir Sua Praia que trouxe o primeiro disco de ouro e platina para o rock nacional. O mesmo álbum, mais tarde, acabou sendo consagrado como o "melhor álbum de rock nacional" pela Revista MTV, em dezembro de 2008.

A banda é um grande marco no cenário do rock nacional. Sua formação inicial era Roger, Leonardo Galasso (bateria, mais conhecido como Leôspa), Sílvio (baixo) e Edgard Scandurra (guitarra solo). Mal o nome foi adotado, Sílvio saiu para dar lugar a Maurício Defendi. Hoje, apenas Roger, idealizador da banda, continua desde a formação original.

Formação original da banda.

História

Princípio: 1980 - 1988

O grupo Ultraje a Rigor começou como uma banda de covers, principalmente de Beatles, punk rock e new wave. A primeira formação, composta por Roger, Leôspa, Sílvio e Edgard Scandurra, começou fazendo pequenos shows em bares. Em 1982, decidiram que o nome da banda seria Ultraje a Rigor, um trocadilho com a expressão "traje a rigor". Roger, inicialmente, havia pensado em batizar a banda apenas como "Ultraje", mas Edgard, quando perguntado a respeito do nome, ouviu errado e perguntou: "Hã? Como é? Que traje, o traje a rigor?". O trocadilho fez sucesso e o nome Ultraje a Rigor foi adotado.

Em pouco tempo, Silvio deixou a banda e foi substituído por Maurício Defendi. Em abril de 1983, a nova formação participa do primeiro show da banda apenas com composições próprias. Após alguns shows, a banda assina um contrato de gravação com o produtor Pena Schmidt, que fazia parte da WEA e trabalhou também com artistas como o Ira! (do qual Edgard fazia parte) e os Titãs. O Ultraje então grava seu primeiro single, “Inútil”/”Mim Quer Tocar”, que, por problemas com a censura, não foi liberado até outubro daquele ano.

Edgard, já membro do Ira!, encontrou-se impossibilitado de continuar a dividir seu tempo entre duas bandas e optou pela segunda. Carlo Bartolini, conhecido como Carlinhos, foi chamado para seu lugar. Em 1984, com a nova formação, o Ultraje grava seu segundo single, “Eu Me Amo”/”Rebelde Sem Causa”. A primeira canção teve relativo sucesso, incentivado pela coincidência de seu refrão com o de “Egotrip”, da Blitz. A segunda música, porém, foi determinante para o sucesso da banda desde que começou a ser executada, em janeiro de 1985.

Capa do álbum de 1985.

O primeiro LP da banda, Nós Vamos Invadir Sua Praia, lançado alguns meses mais tarde, fez grande sucesso. Foi o primeiro LP de rock no Brasil a ganhar Disco de Ouro e Disco de Platina. Nove das músicas tocaram muito na rádios e tiveram grande sucesso e a faixa-título contou com a participação dos cantores Selvagem Big Abreu, membro do grupo João Penca e Seus Miquinhos Amestrados, Lobão, Leo Jaime e Ritchie, e a banda quebrou recordes de público em diferentes locais em todo o país, como o Canecão, no Rio de Janeiro.

Capa do Mini LP de 1986.

No início de 1986, o Ultraje grava um mini LP chamado Liberdade Para Marylou, com uma versão remixada de “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, a canção inédita “Hino dos Cafajestes” e uma versão de “Marylou” em ritmo de carnaval, que foi bastante tocada nos bailes de carnaval da época. Em 1987, durante as gravações do novo LP, Sexo!, Carlinhos (com a possibilidade de uma mudança para Los Angeles para formar sua própria banda) deixou a banda e Sérgio Serra o substituiu. O segundo álbum foi tão bem sucedido quanto o primeiro, com a canção “Eu Gosto de Mulher” atingindo um máximo de #96 no Hot100Brasil.

Capa do álbum de 1986.

Maturidade e mudanças: 1989 - 1998

Em 1989, mais maduros e um pouco cansados pelas constantes turnês, os integrantes gravam o terceiro disco, Crescendo. O álbum vendeu bem, mas os meios de comunicação social começam a perder o interesse no Ultraje após quatro anos de sucesso. Mesmo assim, o grupo ainda provocou polêmica, ao fazer uma provocação ao anúncio do fim da censura oficial, com a canção “Filha da Puta”. A canção foi censurada extra-oficialmente, em muitas estações de rádio e programas de TV, o que dificultou a promoção do álbum (mas a gravadora lançou uma versão onde o refrão era trocado por um naipe de metais).

Capa do álbum de 1989.

Outras canções picantes com temas como "O Chiclete" e "Volta Comigo", uma música que trata de adultério, tiveram suas execuções comprometidas. Em 1990, o Ultraje voltou às suas raízes lançando o Por Quê Ultraje a Rigor?, um álbum de covers que faziam parte do seu repertório do início da carreira, além de “Mauro Bundinha”, uma canção inédita da mesma fase.

Capa do álbum de covers, de 1990.

Mauricio, após ter se casado com uma americana, mudou-se para Miami. Sua vaga foi provisoriamente preenchida por Andria Busic, baixista do Dr. Sin, que entregou seu lugar um mês depois para Osvaldo Fagnani. Após quase mais um ano de turnê, Roger percebe que o Ultraje a Rigor já não era a mesma banda. Leôspa, depois de ter casado, já não podia manter o seu entusiasmo para viajar e ensaiar; Sergio aspirava sair para formar a sua própria banda, e Osvaldo preferia trabalhar em seu estúdio profissional. Depois de uma conversa com Leôspa, Roger decidiu procurar novos membros para tentar continuar o Ultraje.

Pesquisando em bares e através de mostras de bandas principiantes, encontrou Flávio Suete, baterista que tocava covers de Frank Zappa. Flávio recomendou Serginho Petroni, baixista que também tocava covers. Juntos, começaram as audições para novos guitarristas. Depois de meses de teste, descobriram Heraldo Paarmann através de um anúncio da Rádio Brasil 2000 FM.

Capa da coletânea não desejada, de 1992.

Eles continuaram ensaiando e fizeram alguns shows para reforçar os respectivos sons. Em 1992, contra a vontade da banda, a WEA lançou uma coletânea chamada O Mundo Encantado de Ultraje a Rigor (a palavra "Encantado" era uma ironia de Roger com relação ao encanto dos primeiros anos e as dificuldades com a gravadora, em relação a novos projetos). Embora essencialmente uma coletânea do material lançado anteriormente, o álbum continha duas novas faixas da nova formação (“Vamos Virar Japonês”, com a dupla caipira Tonico e Tinoco e uma versão de “Rock das Aranha”, de Raul Seixas) juntamente com reedições dos hits lançados anteriormente.


Em 1992, ainda em rebelião contra a indiferença da sua empresa discográfica, o grupo grava independentemente "Ah, Se Eu Fosse Homem", uma reflexão sobre as dificuldades enfrentadas pelos homens no que diz respeito ao novo pós-feminismo. A fita desta música, distribuída para estações de rádio pela própria banda, produziu os resultados esperados.

Em 1993, em meio a uma situação já tensa com a gravadora, lançam Ó!, seu sexto LP, o quarto composto apenas por novos materiais. O disco foi gravado às pressas (dois meses de estúdio) e com orçamento pequeno, condição que foi imposta pela WEA, que mesmo assim, praticamente ignorou o álbum, fazendo com que o contrato fosse rompido em 1994.

Capa do álbum de 1993.

O clipe de "Acontece Toda Vez Que Eu Fico (Apaixonado)" fez sucesso na MTV, mas a canção era apenas um modesto sucesso na mídia e nas lojas. Em 1995, uma nova coleção de hits, desta vez sem o conhecimento da banda, foi lançado, parte de uma série chamada "Geração Pop". Em 1996, a empresa lança ainda outra coleção-surpresa, um registro denominado O Melhor do Ultraje a Rigor/2 É Demais!, fusão dos dois primeiros álbuns sem as faixas bônus.

Ainda sem notificar a banda, a Warner libera mais dois relançamentos: em 1997, Pop Brasil, (na verdade, uma reedição de Geração Pop com menos músicas), e, em 1998, Ultraje a Rigor Vol. 2/2 É Demais!, outra coletânea-fusão de dois álbuns, sem as faixa-bônus, da banda com o terceiro e quarto discos do grupo.

Recomeço: 1999 - 2007

No início de 1999, depois que Serginho deixou a banda e foi substituído por Rinaldo Amaral (conhecido como Mingau), o Ultraje lança 18 Anos Sem Tirar!, um disco ao vivo gravado em 1996, de maneira independente, que ganhou quatro faixas inéditas em estúdio. Agora tendo trocado a WEA pela a Deckdisc/Abril Music e tendo como carro-chefe a faixa "Nada a Declarar", alcançam o Disco de Ouro. Em Janeiro de 2001, o Ultraje a Rigor participou da terceira edição do Rock in Rio, numa apresentação conjunta ao lado do Ira! e com direito a “Should I Stay Or Should I Go?”, cover do The Clash.

Capa do álbum de 1999.

Em 2002, outra alteração na formação: Flávio e Heraldo distanciam-se das intenções musicais do resto da banda e resolvem deixá-la. Foram substituídos por Marco Aurélio Mendes, o Bacalhau, ex-baterista do Rumbora, e Sérgio Serra, ex-guitarrista do Ultraje, que voltou de Los Angeles para reintegrar o grupo e participar da gravação de Os Invisíveis.

Capa do álbum de 2002.

Em 2005, a banda gravou e lançou, em CD e DVD (o primeiro da carreira), o seu Acústico MTV. O álbum inclui grandes sucessos como "Inútil", "Mim Quer Tocar", "Independente Futebol Clube" e "Eu Gosto de Mulher" e faixas inéditas, como "Cada Um Por Si". Destaques também para “Eu Não Sei”, versão de “Can't Explain”, do The Who, feita por Roger a pedido do Ira!. A música “Ciúme” foi gravada numa versão originalmente prevista para o disco Nós Vamos Invadir Sua Praia, com uma parte calma e “Nós Vamos Invadir Sua Praia”, com cordas e metais.

Capa do álbum acústico, de 2005.

Fase independente: 2008 - 2010

No final de 2008, Roger anunciou que o Ultraje estava abandonando a gravadora Deckdisc para lançar um álbum independente disponível para download. Esse projeto recebe o nome de Música Esquisita a Troco de Nada!, não sendo necessário pagar para ter as músicas em seu computador. No início de 2009, após a gravação de algumas demos, Sérgio Serra abandona novamente a banda. Lançado em 05 de abril de 2009, o novo trabalho foi gravado com as participações especiais de Edgard Scandurra nas guitarras, e a cantora Klébi Nori, dividindo os vocais com Roger na música “Amor”.

Capa do projeto de 2008.

O projeto, além de ser totalmente independente, está disponível para download no site ReverbNation e no MySpace da banda. Depois de três meses tocando como um power-trio acompanhados pela banda de apoio, através de uma conta no Facebook, Roger anuncia a entrada do novo guitarrista Marcos Kleine. Com esta formação, a banda continua realizando shows pelas proximidades da região sudeste do Brasil, devido ao medo de avião de Roger, o que leva a banda conseguir agenda em shows que são possíveis a locomoção por ônibus.

Biografia, 30 Anos de Carreira, Agora é Tarde e The Noite2010 - Atualmente

Em 2010, houve o anúncio do lançamento da biografia Nós Vamos Invadir Sua Praia, que mostra a história da banda. O livro, escrito pela jovem jornalista Andréa Ascenção, autora do agente literário Andrey do Amaral, vem recheado com histórias, fotos, letras de músicas, depoimentos, etc.

O livro foi lançado em abril de 2011 pela Editora Belas Letras. Na época, Roger pretendia gravar um CD e DVD ao vivo, comemorando 30 anos de carreira.

Em junho de 2011, a banda passou a fazer parte do elenco do talk show Agora É Tarde, como banda fixa. Com isso, a banda voltou a ter um maior destaque na grande mídia, se apresentando em grandes festivais, como o SWU, onde tiveram problemas com a produção do cantor britânico Peter Gabriel, e no Reveillon na Paulista.

Capa do álbum de 2012.

Em 2012, a banda lançou pela Deckdisc um álbum em parceria com os Raimundos, intitulado O Embate do Século: Ultraje a Rigor vs. Raimundos. A ideia do projeto é de que uma banda regrave da outra, e vice-versa.

No final de 2013, a banda anunciou a saída da Rede Bandeirantes e do Agora É Tarde, se juntando, assim, a Danilo Gentili, Léo Lins, Murilo Couto e Juliana Oliveira no novo late-night talk show brasileiro, The Noite no SBT.

Capa do álbum de 2015.

Em 2015, a banda grava o álbum instrumental Por que Ultraje a Rigor?, Vol. 2, sendo uma continuação do álbum de versões, lançado pelo grupo em 1990. O registro, gravado ao vivo no estúdio, conta com 20 regravações e tem a distribuição da EF, selo pertencente à Sony Music. O projeto foi lançado em agosto. No mesmo ano se apresentaram no Palco Sunset da sexta edição do Rock in Rio, ao lado de Erasmo Carlos. Em 2016, abriram o show dos Rolling Stones no Estádio do Maracanã pela turnê América Latina Olé Tour 2016.

Bem galera, essa é a história do Ultraje a Rigor, que se não fosse a forma mercenária em que as gravadoras querem transformar álbuns em sucesso imediato e a ignorância por parte de “ouvintes” em querer novidades (diga-se que nem sempre de qualidade), teria tido um merecido e maior destaque por parte da mídia e tocaria mais em rádios e afins.


Como vocês podem ter lido, quando uma banda não faz sucesso, ela é descartada, mas há também grandes interesses por detrás, nos bastidores. Sei de histórias em que certo cantor de grande sucesso, certa vez, exigiu que sua gravadora não desse publicidade à uma jovem promessa que estava vendendo mais discos que ele.

Essas e outras histórias, serão contadas uma a uma, no decorrer de minhas postagens. Aguardem, que num futuro próximo darei nomes aos envolvidos em alguns “acertos”.


Fiquem com mais de Ultraje a Rigor, em:


























































































domingo, 12 de março de 2017

THE DOORS - AS PORTAS ABERTAS PARA A PERCEPÇÃO - SEGUNDA PARTE


Salve galera que está curtindo o Blog Opinião do Véio! Fico muito feliz em saber que estão aqui, acompanhando a segunda parte da trajetória de uma banda que fez muito sucesso quando unida, mas talvez esteja fazendo tanto sucesso (ou mais!) hoje, do que no período em que estava em atividade.
THE SOFT PARADE (1969)

O seu quarto álbum, The Soft Parade, lançado em julho de 1969, afastou mais o grupo de seus fãs originais, pois continha arranjos mais pop e seções de trompetes. O primeiro single, "Touch Me", teve colaboração do saxofonista Curtis Amy.

Capa do álbum de 1969.

Enquanto a banda tentava manter o seu ímpeto, as tentativas para expandir o seu som deram, ao álbum, um sentido experimental, originando críticas à sua integridade musical.

Os problemas de bebida de Morrison tornavam-no imprevisível, e as sessões de gravação estenderam-se por várias semanas. Os custos de gravação dispararam, o que levou quase à dissolução dos Doors.

Durante a gravação do seu álbum seguinte, em novembro de 1969, Morrison teve problemas com as autoridades após ter agido com agressividade contra o pessoal do avião enquanto se dirigia para Phoenix, no Arizona, para assistir a um concerto dos Rolling Stones. Foi libertado em abril de 1970 após um guarda ter erradamente identificado Morrison como seu companheiro de viagem, o ator norte-americano Tom Baker.

O grupo iniciou o ano em Nova Iorque com duas bem recebidas noites no The Felt Forum.
MORRISON HOTEL (1970)

Os Doors voltaram a fazer sucesso em 1970 com o seu quinto LP, Morrison Hotel. Com um som hard rock consistente, o primeiro single do álbum foi "Roadhouse Blues", tendo este atingido o 4º lugar nos Estados Unidos.

Capa do álbum de 1970.

A banda continuou a fazer concertos em arenas durante o verão. Morrison enfrentou um julgamento em Miami em agosto, mas o grupo ainda conseguiu fazer a sua única participação num grande festival, o Festival da Ilha de Wight, em 29 de agosto. Tocaram juntamente com artistas como Jimi Hendrix, The Who, Joni Mitchell e Miles Davis. Duas canções desse concerto, "The End" e "When The Music Is Over", foram inseridas no documentário de 1995, Message To Love.

Em 16 de Setembro, Morrison voltou ao tribunal. O júri considerou-o culpado por falar palavra de baixo calão e por exposição indecente de partes íntimas em 20 de setembro. Morrison foi condenado a oito meses de prisão, mas foi permitido que ele saísse em liberdade, pendente de recurso e após pagar fiança.

Em 08 de Dezembro de 1970, no seu 27º aniversário, Morrison gravou outra sessão de poesia.
L.A. WOMAN E OS ÚLTIMOS DIAS (1971 - 1972)

Durante a última performance pública dos Doors com a formação original, na Warehouse em Nova Orleans, na Louisiana, em 12 de dezembro de 1970, Morrison aparentemente teve um colapso nervoso, tendo deixado cair por várias vezes o microfone no chão.

De qualquer forma, os Doors recuperaram definitivamente, nesta altura, o prestigio que haviam perdido nos álbuns anteriores (exceto Morrison Hotel) com L.A. Woman, lançado em abril de 1971. Apesar da saída de Rothchild da produção, este álbum regressava às origens R&B da banda. Rothchild recusou-se a produzir o novo reportório por o considerar "música cocktail", tendo entregue o trabalho a Botnick.

Como resultado desta mudança, os Doors produziram aquele que é considerado um dos seus registros mais históricos. Os singles "Love Her Madly" e "Riders On The Storm" tiveram sucesso nas rádios e nos tops norte-americanos, e ainda hoje em dia tocam com regularidade nas programações de rádio.

Capa do álbum de 1971.

Em 1971, após a gravação de L.A. Woman, Morrison decidiu parar algum tempo para descansar e partiu para Paris com a namorada, Pamela Courson, em 11 de março. Ele havia visitado a cidade no verão anterior e sentia-se confiante em escrever e explorar aquele local.

Em junho, voltaria a ter problemas com álcool. Em 16 de junho, a última gravação conhecida de Morrison foi feita quando ele fez amizade com dois músicos de rua num bar e convidou-os para ir a um estúdio. Os resultados foram lançados em 1994 num "bootleg CD" (bootleg se designa quando não é oficial) chamado The Lost Paris Tapes.

Jim Morrison e Pamela Courson.

Morrison morreu em circunstâncias misteriosas em 03 de julho de 1971. O seu corpo foi encontrado na banheira do seu apartamento. Foi concluído que morreu de ataque cardíaco, embora tenha sido revelado mais tarde que não foi realizada qualquer autópsia antes do corpo de Morrison ter sido enterrado no Cemitério de Père Lachaise em 07 de julho.

Ainda existem rumores persistentes de que Morrison simulou a sua morte para escapar à fama ou que morreu num clube noturno e o seu corpo foi então levado secretamente para o seu apartamento. Contudo, no seu livro Wonderland Avenue, Danny Sugerman, antigo manager de Morrison, afirma que, durante o seu último encontro com Courson, que ocorreu pouco tempo antes de ela morrer de overdose de heroína, esta confessou ter feito Morrison entrar na droga e, por causa dele ter medo de agulhas, foi ela que lhe injetou a dose que o matou.
PÓS-MORRISON (1972 - 2000)

Os membros restantes dos Doors continuaram a tocar durante mais algum tempo, considerando inicialmente em substituir Morrison com novo vocalista. Chegou-se a afirmar que Iggy Pop era um dos cantores considerados para a possível entrada. No entanto, Krieger e Manzarek ficaram com os vocais, lançando mais dois álbuns, Other Voices e Full Circle, e partiram em mais uma turnê.

Capa do álbum de 1971, o primeiro sem Jim Morrison.

Ambos os álbuns venderam menos que os registros da era Morrison, e por isso os Doors pararam com concertos e gravações no final de 1972. O último álbum entrou no território do jazz. Os álbuns só foram relançados em CD na Alemanha e Rússia, num pacote 2 em 1.

Capa do álbum de 1972.

O terceiro álbum lançado após a morte de Morrison, An American Prayer, surgiu em 1978. Este consistiu na adição de música às recentes gravações descobertas de recitação de poesia por parte de Morrison, constituindo assim os primeiros registros a serem lançados postumamente. O álbum foi um sucesso comercial e foi sucedido pelo lançamento de um E.P. com material ao vivo inédito.

Capa do álbum de 1978, com poesias de Morrison.

Em 1979, Francis Ford Coppola, que estudou com Morrison na U.C.L.A., lançou o filme Apocalypse Now, com "The End" se destacando na trilha sonora. Quatro anos depois, foi lançada uma apresentação ao vivo sob o título de Alive, She Cried.

Em 1991, o diretor Oliver Stone lançou o filme The Doors, com Val Kilmer no papel de Morrison e presenças especiais de Krieger e Densmore. A interpretação de Kilmer e o próprio filme foram bem acolhidos pela crítica, apesar de não ser muito fiel. Os membros do grupo, no entanto, criticaram o retrato feito por Stone sobre Morrison, que o fazia passar por um sociopata descontrolado.

O cantor Billy Idol fez uma aparição no filme e gravou uma cover de "L.A. Woman". Em janeiro de 1993, o grupo foi introduzido no Rock And Roll Hall Of Fame. Durante a apresentação, contaram com a presença de Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam, cantando "Light My Fire" e "Break On Through (To The Other Side)".
REUNIÃO (2001 - PRESENTE)

Em 2001, Ray Manzarek, John Densmore e Robby Krieger reuniram-se pela primeira vez em mais de vinte e cinco anos para tocar canções dos The Doors como parte da série VH1 Storytellers. Cantando com a banda estiveram vários vocalistas convidados, incluindo Ian Astbury do The Cult, Scott Stapp do Creed, Scott Weiland do Stone Temple Pilots, Perry Farrell do Jane's Addiction e Travis Meeks do Days Of The New. O espetáculo foi mais tarde lançado no DVD VH1 Storytellers - The Doors (A Celebration).

The Doors, em foto mais recente.

Em 2002, Manzarek e Krieger voltaram a juntar-se e criaram uma nova versão dos Doors, designada The Doors Of The 21st Century. A formação era liderada por Astbury, com Angelo Barbera da Krieger's Band no baixo. No seu primeiro concerto, o grupo anunciou que o baterista John Densmore não participaria, e mais tarde foi reportado que não podia tocar devido a um problema de tinnitus (um zumbido na cabeça, o qual não está relacionado a nenhum problema psíquico. O ruído pode ser experimentado na cabeça, em um ou nos dois ouvidos).

John Paul Densmore, baterista, em foto antiga.

Densmore foi inicialmente substituído por Stewart Copeland do The Police, mas após Copeland quebrar o braço numa queda de bicicleta, a parceria acabou por mútuo acordo, e entrou Ty Dennis, da Krieger's Band.

John Densmore, em foto mais recente.

Densmore afirmou mais tarde que não tinha sido afinal convidado para fazer parte da reunião. Em fevereiro de 2003, ele entrou com uma ação judicial contra os seus antigos companheiros de banda, para evitar que estes usassem o nome The Doors Of The 21st Century. A sua moção foi recusada em tribunal em maio. Manzarek afirmou publicamente que o convite para Densmore regressar ao grupo mantinha-se firme.

 Nesta altura, a família de Morrison juntou-se a Densmore na tentativa de evitar que Manzarek e Krieger usassem o nome The Doors. Em julho de 2005, Densmore e os representantes de Morrison ganharam uma ação judicial permanente, obrigando a nova banda a mudar o nome para D21C. Atualmente tocam sob a designação Riders On The Storm, em referência à canção da banda com o mesmo nome. Também foram autorizados a atuarem como "antigos membros do Doors" ou até "membros do The Doors."

Ray Manzarek, em foto recente.

Ray Manzarek afirmou uma vez: "Estamos todos ficando velhos. Nós devíamos, os três, tocar essas canções porque o fim está sempre próximo. Morrison era um poeta e, acima de tudo, um poeta quer que as suas palavras sejam ouvidas". No entanto, em 2007, Densmore afirmou que só entraria no grupo caso o vocalista escolhido fosse "desse nível" de Jim Morrison, como Eddie Vedder do Pearl Jam.

Quando Jim Morrison foi questionado pelo que é que ele gostava que fosse mais lembrado, respondeu: "As minhas palavras, meu, as minhas palavras." Morrison disse, ainda: "Eu gosto de qualquer reação que se possa ter com a minha música. Qualquer coisa que ponha as pessoas a pensar. Eu quero dizer que, se conseguires pôr uma sala cheia de gente pedrada e bêbada a refletir e a pensar, então estás a fazer algo."

Em 2004, a Rolling Stone colocou o Doors no 41º posto na sua lista dos 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos. No ano anterior, já havia considerado os álbuns The Doors, L.A. Woman e Strange Days os 42º, 362º e 407º melhores álbuns de sempre, respectivamente. Já as canções "Light My Fire" e "The End", ambas do primeiro álbum do grupo, foram consideradas, respectivamente, as 35ª e 328ª melhores canções de sempre.

Bastante atividade foi anunciada em 2006 por ocasião do 40º aniversário do álbum homónimo de estreia da banda. Para comemorar o aniversário, saiu mais um box-set com os seis primeiros álbuns de estúdio, o livro The Doors By The Doors e foi anunciado o início da produção de um documentário oficial sobre o grupo.

Em 2007, o The Doors foram agraciados, juntamente com o Grateful Dead e Joan Baez, com o Grammy Lifetime Achievement Award nos Grammy Awards de 2007 e, em 28 de fevereiro, receberam uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood. Na metade, em 16 de fevereiro, Ian Astbury abandonou o Riders On The Storm para relançar a sua antiga banda The Cult, sendo substituído por Brett Scallions, antigo vocalista do Fuel. Em 24 de julho, foi lançado um álbum triplo com registros ao vivo de uma atuação dos Doors na Boston Arena em 10 de abril de 1970.


Em abril de 2010, foi lançado o documentário When You're Strange, de Tom DiCillo, que conta a história da banda narrada pelo ator Johnny Depp.
Em 20 de maio de 2013, morre Manzarek.

THE DOORS E AS TRILHAS SONORAS E PROPAGANDAS

Canções da banda foram usadas em filmes como "The End" em Apocalypse Now e Knoflíkári, "Soul Kitchen" e "Love Her Madly" em Forrest Gump, assim como "Break On Through (To The Other Side)", que aparece também em Soldado Anônimo, Gardens Of Stone e Os Que Me Amam Tomarão O Trem, "People Are Strange", que também aparece em Os Garotos Perdidos e American Pop, e "Hello, I Love You", que consta na trilha sonora de Neighbors, "Touch Me" em Escola de Rock, "The Changeling" em Sans Toit Ni Loi, "Riders On The Storm" em Rail Kings e Diário de um Adolescente, "Peace Frog" em The Waterboy, "Moonlight Drive" em Abaixo de Zero e Two-Lane Blacktop, "Strange Days" em Strange Days, "Light My Fire" em More American Graffiti e Altered States,"The Spy" e "Maggie M'Gill" em Os Sonhadores, "Roadhouse Blues" em Garota Interrompida e O Sonho Já Era?, "Over The River And Through The Woods" em I'll Be Home For Christmas, e "The Crystal Ship" em Arquivo X, Doidas Demais e True Believer.

Val Kilmer, na capa da trilha sonora de The Doors.

No entanto, grande parte da sua contribuição em trilhas sonoras foi no filme sobre o grupo, The Doors, onde grande parte das canções são da sua autoria.
Também já protagonizou uma única vez, um comercial, da Pirelli na Inglaterra, já que é política da banda, particularmente de Densmore, não ceder as canções da banda para campanhas publicitárias, tendo já inclusive recusado ofertas milionárias da Apple Inc. e Cadillac com a justificativa de ser antiético para o legado do grupo e para a memória de Jim Morrison.

Várias séries consagradas já usaram canções dos The Doors, entre as quais se destaca Os Sopranos, Alias, Cold Case, Charmed, Os Simpsons e My Name Is Earl.

Além disso, um trecho de "Soul Kitchen" foi adaptado em uma canção de Imani Coppola intitulada "I'm a Tree", presente na trilha sonora de Alguém Como Você e Virtual Sexuality.

ESTILO E INFLUÊNCIAS

O estilo musical dos The Doors baseia-se essencialmente numa mistura entre Rockabilly e o Psicodélico. Ray Manzarek fornece elementos de música clássica e country, Robby Krieger insere ritmos de flamenco, enquanto que Densmore usa os seus conhecimentos de Western na bateria.

As letras negras do grupo, compostas na sua maioria por Jim Morrison, afastam-se em boa medida das convencionadas pela pop da época. Nos primeiros discos (The Doors e Strange Days), os elementos visionários próprios da música psicodélica surgem expressos em imagens inspiradas na tradição romântica e simbolista, atualizando-a com referências ao existencialismo e à psicanálise. Destaca-se, também, a influência dos simbolistas franceses, como Arthur Rimbaud ou Charles Baudelaire, na poesia de Morrison. Nos últimos discos, em especial L.A. Woman, as letras de Morrison tornaram-se mais simples e imediatas, evoluindo assim com o som da banda em direção ao country.


Em 2007, Manzarek descreveu o som da banda como:
“Música Bauhaus. É limpa, é pura. De um lado há o piano, do outro uma guitarra, a bateria no meio, um tom de baixo no fundo e o vocalista à frente e tu consegues ouvir as letras. Essa é uma das razões porque o som dos The Doors continua a ser importante hoje em dia. É claramente moderno. E era isso o que pretendíamos.”
LEGADO

O trabalho dos The Doors serviu de inspiração para muitos artistas, entre eles Iggy Pop, Trent Reznor,Julian Casablancas, Eddie Vedder, Bruce Springsteen, Ian Curtis, Scott Weiland, Patti Smith, Glenn Danzig e Billy Idol.

Jim Morrison, com a sua atitude e presença em palco, influenciou vocalistas de vários estilos que surgiram depois dele, permanecendo um dos mais populares e influentes vocalistas e compositores da história do rock, enquanto que o catálogo dos Doors tornou-se presença habitual nos programas de rock clássico das rádios.


Hoje em dia, Morrison é apresentado como o protótipo da estrela rock: arrogante, sexy, escandaloso e misterioso. As calças de ganga que usava seja em palco ou fora dele, tornaram-se estereotipadas como parte do perfil de um roqueiro. Serviu de inspiração para outros vocalistas de rock da época, como Roger Daltrey (The Who) e Robert Plant (Led Zeppelin).

Sugerido pelo jogador Robin Ventura, a equipe americana de basebol New York Mets adoptou a canção "L.A. Woman" como tema tocado nos alto-falantes durante os jogos, com o público cantando a letra "Mr. Mojo Risin'" (anagrama de "Jim Morrison"). Em 2007, foi anunciado que uma campanha de caridade, a Global Cool, com vista a combater o aquecimento global, tinha encomendado uma canção a ser feita com um poema escrito por Morrison, "Woman In The Window", para ser lançada no álbum de estreia dos Satellite Party, Ultra Payloaded.


OBS: Após a dissolução da banda no início da década de 1970, e especialmente desde a morte de Morrison em 1971, o interesse nas músicas dos Doors se manteve elevado, ultrapassando mesmo, por vezes, o que o grupo teve enquanto esteve ativo. Em todo o mundo, os seus discos já venderam mais de 80 milhões de cópias e de seus DVD's 5 milhões, e continuam a vender cerca de 2,5 milhões anualmente.

Bem galera, por aqui encerro a história dessa banda que foi e é muito cultuada, não só pela legião de fãs que adquiriu nesse período, como por parte da indústria cinematográfica, que de tempos em tempos, escolhe um de seus sucessos para inserir na trilha sonora de um filme.

Vemos aqui que, quando o trabalho de uma banda é bem feito, ele se torna imortal, pois a música é imortal. Pode-se passar 10, 50 ou 100 anos, se a música é boa, torna-se uma referência paras as gerações seguintes, que não tiveram a oportunidade de apreciar tal obra em seu tempo, mas têm a oportunidade de transferir esse conhecimento, através da posteridade, para aqueles que estão dispostos a ouvir e entender o que essa música significou em seu tempo e nos outros que se seguirão.

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