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domingo, 12 de março de 2017

THE DOORS - AS PORTAS ABERTAS PARA A PERCEPÇÃO - PRIMEIRA PARTE


Salve galera que curte o Blog Opinião do Véio! Sejam bem-vindos mais uma vez, para acompanharem a trajetória de uma banda que, embora muitos de nós não tenhamos visto e ouvido ao vivo, até por sermos mais novos que ela (ou não!), confesso que ouvi muito em emissoras de rádio.

Confesso, também, que no início, eu achava estranho o som da banda, mas com o amadurecimento, comecei a ver que muitas bandas que iniciaram suas trajetórias nos anos 60, início dos 70, tinham uma instrumentação diferente, psicodélica, viajandão ou algo do gênero.

A banda da qual irei comentar agora, foi um fenômeno, na época, e mudou a forma de se pensar em música, no que ela tinha de tradicional, para apresentar um som mais poético e conceitual, na sua visão de estabelecer parâmetros para o estilo musical.

Também, citarei que foi muito polêmica, em se tratando de seu vocalista, que, mesmo hoje, apesar de estar morto, recebe milhares de visitas ao seu túmulo, em Paris.


THE DOORS

The Doors foi uma banda de rock psicodélico norte-americana formada em 1965 em Los Angeles, na Califórnia. O grupo era composto por Jim Morrison (voz), Ray Manzarek (teclados), Robby Krieger (guitarra) e John Densmore (bateria). 

Canções como "Break On Through (To The Other Side)", "Light My Fire", "People Are Strange" ou "Riders On The Storm", aliadas à personalidade e escândalos grandiosos protagonizados por Jim Morrison, contribuíram muito para o aumento da fama do grupo.
HISTÓRIA
ORIGENS

As origens dos The Doors surgem de um encontro ao acaso entre dois estudantes da escola cinematográfica UCLA, Jim Morrison e Ray Manzarek, em Venice Beach, na Califórnia em julho de 1965. Morrison disse, então, a Manzarek, que estava escrevendo canções e, a pedido de Manzarek, cantou "Moonlight Drive". Impressionado pelas letras de Morrison, Manzarek sugeriu que formassem uma banda.

O tecladista Ray Manzarek estava numa banda chamada Rick And The Ravens com o seu irmão Rick Manzarek, enquanto Robby Krieger e John Densmore tocavam com os The Psychedelic Rangers e conheciam Manzarek das aulas de ioga e meditação. Em agosto, Densmore juntou-se ao grupo e, juntamente com os membros dos Ravens e o baixista Patty Sullivan, gravaram uma demo de seis canções em setembro de 1965. A demo foi bastante pirateada e acabou por surgir completa mais tarde, em 1997, em uma coletânea dos Doors.


Nesse mesmo mês, o grupo recrutou o guitarrista Robby Krieger e a formação final estava pronta: Morrison, Manzarek, Krieger e Densmore. A banda retirou o seu nome do título de um livro de Aldous Huxley, The Doors Of Perception, que, por seu turno, havia sido "emprestado" do verso de um poema do artista e poeta do século XIX, William Blake: "If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is: infinite" (traduzido: "Se as portas da percepção fossem abertas, tudo apareceria como realmente é: infinito").

Os Doors não tinham uma formação comum à maioria dos grupos de rock porque não possuíam qualquer baixo quando atuavam ao vivo. Deste modo, Manzarek tocava as seções de baixo com a sua mão esquerda no recentemente inventado Fender Rhodes bass keyboard, uma variação do conhecido piano eléctrico Fender Rhodes, enquanto tocava as partes de teclado com a sua mão direita.

Já nos álbuns de estúdio, os Doors usaram diversos baixistas, tais como Jerry Scheff, Doug Lubahn, Harvey Brooks, Kerry Magness, Lonnie Mack, Larry Knechtel, Leroy Vinegar e Ray Neapolitan.

Muitas das canções originais dos Doors eram compostas pelo grupo, com Morrison ou Krieger contribuindo com a letra e melodia inicial, e os restantes com as sugestões rítmicas e harmônicas ou até seções inteiras (por exemplo, a introdução de Manzarek em "Light My Fire").


Em 1966, o grupo tocava no clube The London Fog, tendo, pouco tempo depois, passado para o Whisky a Go Go. Em 10 de agosto, foram vistos pelo presidente da Elektra Records, Jac Holzman, que se encontrava presente sob recomendação de Arthur Lee, vocalista do Love, que estava ligado à Elektra. Após Holzman e o produtor Paul A. Rothchild verem duas performances da banda no Whisky a Go Go, os Doors assinaram contrato com a Elektra Records em 18 de agosto, tendo iniciado aí a longa e bem-sucedida parceria com Rothchild e o engenheiro de som Bruce Botnick.

Como se diz: foi bem na hora, pois, em 21 de agosto, o clube despediu a banda após tocarem a canção "The End". Num incidente que serviu de presságio para a polêmica que seguiria o grupo, um Morrison sob o efeito de drogas recitou a sua própria interpretação do drama grego "Oedipus Rex", no qual o protagonista Oedipus mata o seu pai e faz sexo com a sua mãe. A versão de Morrison consistia em "Father? Yes son? I want to kill you. Mother? I want to fuck you" (em pt: "Pai? Sim, filho? Eu quero te matar. Mãe? Eu quero te foder").
THE DOORS (1967)

The Doors, o álbum de estreia da banda, foi gravado em agosto de 1966 e lançado na primeira semana de janeiro de 1967. Incluía a maioria das principais canções dos seus concertos, incluindo o drama musical de 11 minutos "The End". A banda gravou o disco em poucos dias entre finais de agosto e início de setembro, com várias canções  capturadas num único take (sem parar para intervalos).

Morrison e Manzarek dirigiram um filme promocional para o primeiro single, "Break On Through (To The Other Side)", o que constituiu um importante avanço para o desenvolvimento dos vídeos musicais.

Capa do primeiro álbum, de 1967.

O segundo single, "Light My Fire", tornou-se um grande sucesso no verão de 1967, e colocou o grupo, juntamente com Jefferson Airplane e The Grateful Dead, como uma das principais bandas da contracultura da América. Para a rádio AM, os solos de órgão e piano foram retirados da canção.

Em maio do mesmo ano, os Doors fizeram a sua estreia televisiva ao gravarem uma versão de "The End" para a CBC nos estúdios de Yorkville, em Toronto. Permaneceu inacessível desde a sua transmissão original até ao lançamento do DVD The Doors Soundstage Performances, em 2002.

Os Doors ganharam reputação de artistas polêmicos com performances ao vivo. Com a sua presença em palco e as calças de ganga (tecido vulgar, geralmente azul ou amarelo, que antigamente se fabricava na Índia) justas, Morrison tornou-se um sex symbol, embora depressa se tenha cansado desta condição de estrela. Uma das mais míticas polêmicas ocorreu quando os censores da rede de TV Columbia Broadcasting System (CBS) exigiram que Morrison mudasse a letra de "Light My Fire" através da alteração do verso "Girl, we couldn't get much higher", antes de a banda tocá-la ao vivo em 17 de setembro de 1967, no Ed Sullivan Show. O verso foi trocado para "Girl, we couldn't get much better". Contudo, Morrison cantou o verso original, e, pelo fato de ter sido transmitido em direto sem atraso, a CBS não pôde fazer nada para o travar. Furioso, Ed Sullivan recusou-se a cumprimentar os membros da banda, e nunca mais voltaram a ser convidados para se apresentar no programa.

De acordo com Manzarek, a banda foi informada que nunca mais tocaria no Ed Sullivan Show novamente. Sobre o assunto, Morrison disse, "E daí? Nós já tocamos no Ed Sullivan Show". Na época, uma aparição nesse programa era considerada um grande impulso para o sucesso. Manzarek afirma que a banda concordou com o produtor de antemão, mas não tinha qualquer intenção em mudar o verso. Nesta altura, também tocaram um novo single, "People Are Strange", para o DJ. Murray The K's TV Show em 22 de setembro.


Morrison cimentou o seu estatuto de rebelde em 10 de dezembro quando foi preso em New Haven, Connecticut, por insultar a polícia perante a audiência. Morrison afirmou que havia sido atacado com spray por um agente após ter sido apanhado nos bastidores com uma jovem.

Em 24 de dezembro, os Doors gravaram "Light My Fire" e "Moonlight Drive" ao vivo para o "Jonathan Winters". Entre 26 e 28 de dezembro, o grupo se apresentou no Winterland Ballroom em San Francisco.

Num parágrafo retirado do livro de Stephen Davis sobre Jim Morrison, pode-se ler:
“Na noite seguinte em Winterland, uma TV foi colocada no palco durante a atuação dos Doors para que estes pudessem ver a sua própria performance no Jonathan Winters Show. Eles pararam de executar "Back Door Man" quando a sua canção começou a tocar. O público assistiu aos Doors se vendo na TV. Continuaram o concerto quando a sua parte no programa tinha acabado, após Ray ter desligado a TV. A noite seguinte seria a última de sempre em Winterland.”

Após isto, se apresentaram em Denver em 30 e 31 de dezembro, e terminaram quase um ano no ostracismo.

Capa do segundo álbum, Strange Days, também de 1967.
STRANGE DAYS (1967)

Em Outubro de 1967, foi lançado o segundo trabalho dos Doors, intitulado Strange Days e considerado menos espontâneo que seu antecessor, ainda que tenha também ficado creditado pela sua atmosfera e letras. A faixa final, "When The Music's Over", era, tal como "The End", longa e dramática, e contribuiu para aumentar a reputação de Morrison como figura do rock. O álbum incluiu canções clássicas dos Doors como "People Are Strange" e "Love Me Two Times".

Como resultado do seu sucesso, os Doors deixaram o seu estatuto de heróis do underground. Permitiram que a revista Sixteen os usasse como ídolos de adolescentes e as suas "espontâneas" performances em palco deixaram de ser tão espontâneas. 

Um artigo de Jerry Hopkins da edição de 10 de fevereiro de 1968 da Rolling Stone tipificou o fim do estado de graça:
“Uma rotina, ou parte do negócio, não realizada no Shrine foi a cuidadosamente executada queda 'acidental' de Morrison do palco para o público. Durante meses, fez parte dos espetáculos e gerava muitos gritos por parte das adolescentes. No entanto, surgiu uma análise num jornal no qual a queda era considerada um dos atos mais falsos de sempre. Morrison, em resposta a uma pergunta sobre se ele tinha lido o artigo, disse 'Sim, e penso que está correto.' Morrison não fez a queda nessa noite em Shrine.”

Capa do terceiro álbum, de 1968.
WAITING FOR THE SUN E O INCIDENTE DE MIAMI
(1968-1969)

Em abril, a gravação do terceiro álbum ficou marcada pela tensão resultante da crescente dependência de Morrison pelo álcool. Em aproximação do seu pico de popularidade, os Doors realizaram uma série de espetáculos ao ar livre que levaram a várias situações descontroladas entre fãs e polícia, particularmente no Chicago Coliseum em 10 de maio.

A banda começou a sair do seu som original no terceiro LP, Waiting For The Sun, principalmente pelo fato de terem esgotado o seu reportório original e começado a escrever novo material. Tornou-se o seu primeiro e único LP a chegar ao primeiro lugar da Billboard 200 e o single "Hello, I Love You" foi o seu segundo e último a atingir o primeiro lugar no Billboard Hot 100.

Este novo álbum reforçou o afastamento dos Doors do panorama underground. Em 1969, na Rock Encyclopedia, Lilian Roxon escreveu que o álbum "fortaleceu as suspeitas de que os The Doors apenas estavam lá pelo dinheiro".


O LP incluiu "The Unknown Soldier", que foi banida das rádios pelas sua controversa letra. Nesta fase, o grupo realizou outro vídeo musical. "Not To Touch The Earth" foi retirada da peça conceitual de 30 minutos "Celebration Of The Lizard", embora não tenham conseguido gravar uma versão satisfatória da peça completa para o LP. Foi eventualmente lançada, mais tarde, numa compilação de maiores êxitos, em CD.

Houve uma controvérsia nesta altura por causa do lançamento do single "Hello, I Love You", com a imprensa musical a apontar semelhanças musicais da canção com o sucesso de 1965 dos The Kinks, "All Day And All Of The Night". Os membros desse grupo concordaram com os críticos e, de forma sarcástica, o guitarrista Dave Davies costumava tocar partes de "Hello, I Love You" durante os solos em performance ao vivo de "All Day And All Of The Night". Nos concertos, Morrison, por vezes, não cantava a canção, deixando para Manzarek essa tarefa.

Um mês após as tumultuosas cenas de "Singer Bowl" em Nova Iorque, o grupo viajou para o Reino Unido para as suas primeiras atuações fora da América do Norte. Realizaram uma conferência de imprensa no Instituto de Artes Contemporâneas em Londres e atuaram no The Roundhouse Theatre. Os resultados da turnê foram gravados pela Granada TV com o título The Doors Are Open, que foi mais tarde lançado em vídeo. Também fizeram espetáculos em outros locais da Europa, incluindo um show em Amsterdam sem Morrison, após este ter perdido os sentidos devido a abuso de drogas. Morrison regressou a Londres em 20 de setembro e permaneceu lá durante um mês.


O grupo realizou mais nove concertos nos Estados Unidos antes de começarem a trabalhar, em novembro, no seu quarto LP. O ano de 1969 começou com um espetáculo completamente esgotado no Madison Square Garden em Nova Iorque a 24 de Janeiro e com novo single bem sucedido, "Touch Me", lançado em Dezembro de 1968, que chegou ao terceiro lugar nos EUA.

Em janeiro de 1969, Morrison participou numa produção de teatro que mudou o curso da banda. No auditório da Universidade do Sul da Califórnia, ele fez uma atuação que apelava à sua busca pela liberdade pessoal. Isto resultou numa "jam" em estúdio em 25 de fevereiro, que se tornou na lendária sessão Rock Is Dead, mais tarde lançada no box-set dos Doors de 1997. Serviu também de base para um episódio controverso e muito badalado.

O incidente de Miami ocorreu em 01 de março de 1969, num concerto no Dinner Key Auditorium, em Miami, Flórida. Morrison estava bebendo desde que o seu voo para o concerto atrasou. Os 6900 lugares do auditório estavam completamente lotados, havendo a estimativa de se encontrarem 13000 pessoas. Então Morrison vociferou para o microfone: "O que quer que tu queiras, vamos fazê-lo". Dito isto, alegadamente, expôs as suas partes íntimas. Na sua autobiografia, Manzarek afirma que tal fato nunca aconteceu.


“Essa é a minha opinião. Havia uma hipnose geral. Ele (Morrison) disse-lhes que o ia mostrar e, meu Deus, eles acreditaram. Ele estava segurando a sua camisa à sua frente, puxando-a rapidamente para a frente e para trás, para a frente e para trás, como um toureiro, enquanto dizia, "Vocês viram? Vocês viram? Eu mostrei para vocês! Ele saiu! Eu não vou deixar ele de fora. Agora vejam, vou fazer de  novo." E ele voltaria a mexer para a frente e para trás a camisa. Estava calor e havia demasiada gente no local, e as pessoas estavam ficando loucas, gritando, rodando e puxando o frágil palco temporário. Pensámos que ia desabar e parte dele caiu. Foi uma insanidade total.”

O incidente indignou as autoridades locais e Morrison foi preso por obscenidade. Concertos por todo o país foram cancelados. "Nós tínhamos a nossa primeira grande turnê em vinte cidades programada, e estávamos todos apreensivos por isso," escreveu Manzarek. "Vinte cidades? Meu Deus, nós vamos fazer uma turnê de um mês? Até então, nós não tínhamos estado na estrada por mais de quatro ou cinco dias. Mas todas as cidades cancelaram, por todo o país."

A banda confrontou nesta altura Morrison por causa do seu alcoolismo. O incidente permanece sem conclusão.


Morrison gravou algumas de suas poesias nessa época e em abril começou as filmagens para HWY, um filme experimental sobre um viajante de carona, interpretado por ele próprio. Os Doors transformaram a sessão de poesia em música para o álbum de 1978 An American Prayer.

Embora Morrison recebesse grande parte da atenção, tendo uma maior imagem na capa do álbum de estreia do grupo, ele mantinha-se inflexível de que todos os membros da banda deviam ser igualmente reconhecidos. Antes de um concerto, quando o apresentador introduziu o grupo como Jim Morrison And The Doors, Morrison recusou-se a entrar em palco enquanto o grupo não fosse anunciado novamente como The Doors.

Nos últimos dois anos da sua vida, Morrison reduziu o seu consumo de drogas e começou a beber bastante, o que afetou as suas performances em palco e no estúdio. Ganhou peso e deixou crescer  a barba, levando a Elektra a usar fotos mais antigas para a capa do LP Absolutely Live, lançado em 1970. O álbum inclui atuações gravadas durante a turnê norte-americana dos Doors em 1970 e em 1969, e inclui uma versão completa ao vivo da canção "The Celebration Of The Lizard".


A única aparição em público foi numa gravação especial para a PBS feita em finais de Abril e transmitida no mês seguinte. O grupo tocou apenas canções do seu álbum seguinte, Soft Parade.

Os Doors continuaram os concertos no auditório de Chicago em 14 de junho e em 21 e 22 de julho no Aquarius Theatre em Hollywood, tendo sido mais tarde lançado em CD. Morrison, com barba, vestiu roupas mais largas e dirigiu o grupo, através de canções como "Build Me A Woman", "I Will Never Be Untrue" e "Who Do You Love".

Bem galera, encerro por aqui a primeira parte da história sobra a banda The Doors, que inclui sucesso, drogas e muita polêmica, por causa de atitudes tomadas por seu vocalista, Jim Morrison.


Fiquem com mais de The Doors em:






























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