Salve galera que está
curtindo o Blog Opinião do Véio! Estou aqui, mais uma vez, para dar
continuidade à uma postagem que fiz anteriormente sobre a banda gaúcha TNT.
Contando a breve história
deles, comentei que dois de seus integrantes saíram da banda quando a gravadora
RCA os contratou e ... o que se segue conta a trajetória destes dois músicos.
A
Banda
Os Cascavelletes foi
uma banda brasileira de rock and roll, formada em Porto Alegre, RS e que teve
um tempo muito curto de duração, mas continua sendo muito influente até os dias
atuais pelo seu som irreverente e com letras polêmicas.
Foi uma das seminais bandas
da época, quando houve uma ascensão no Rock gaúcho, junto à TNT, Graforréia
Xilarmônica, DeFalla, Garotos da Rua, Engenheiros do Hawaii e Os Replicantes.
Tinha influências de bandas
inglesas como Rolling Stones e The Beatles, além do rockabilly dos
anos 50. A banda caracterizava-se por temas geralmente ligados a sexo, drogas e
rock 'n' roll. Ficou muito conhecida por criar um estilo musical próprio,
chamado porno rock.
História
Os Cascavelletes
surgiram em 1987, quando Flávio Basso (contrabaixo e voz) e Nei Van Soria
(guitarra e voz), ambos ex-TNT, juntaram-se a Frank Jorge, ex-Prisão
de Ventre e atual Graforréia Xilarmônica (guitarra e
backing vocal) e Alexandre Barea (bateria). Existem várias teorias sobre o
motivo referente a saída de Nei Van Soria e Flávio Basso do TNT.
Uma delas seria pela divergência referente à sonoridade e aos temas abordados
nas composições, que por algumas vezes poderiam conflitar com os tabus vigentes
na época.
Em 1986 gravam a primeira
demo, em oito canais, em um dos estúdios da Fundação ISAEC, posteriormente
lançada pelo selo Vórtex, de propriedade de integrantes da banda de punk rock Os
Replicantes na cidade de Porto Alegre, sendo conhecida como a Vórtex
Demo.
Através desta gravação, várias músicas memoráveis, como por exemplo:
"Morte Por Tesão", "Pombo Surfista", "O Dotadão Deve Morrer" (que ganhou cover dos Ratos de Porão!),
"Minissaia Sem Calcinha", "A Última Virgem", "Banana
Split" entre outras, passaram imediatamente a ser executadas pela rádio
Ipanema FM, a maior responsável pela disseminação e divulgação do rock na
região sul do Brasil, durante aquele período.
Em 1987, junto com Júlio
Reny e Expresso Oriente, Apartaid, Justa Causa e Prize,
participaram de uma coletânea intitulada Rio
Grande do Rock, na forma de LP em vinil, lançada no Brasil no inicio de
1988 pela gravadora holandesa SBK, que posteriormente foi incorporada pelo selo
EMI, proporcionando a entrada dos Cascavelletes no mesmo.
Ainda em 1988, lançam o LP,
chamado Os Cascavelletes gravado em 1987, por Fernando Faciolli em
dezesseis canais no estúdio Castelnuovo em Caxias do Sul, contendo algumas
regravações da primeira demo e tendo já duas de suas faixas incluídas na
coletânea Rio Grande do Rock. Além
de uma versão ao vivo da musica “Jessica Rose”, gravada no cineteatro
Presidente em quatro canais. Músicas como "Estou Amando uma Mulher" e
"Jessica Rose" fizeram a banda alcançar uma maior visibilidade, e a
música "Menstruada" foi proibida de ser executada nas rádios.
O álbum de 1988. |
Em 1989 lançam outra demo,
com músicas inéditas. A demo não tem um nome, mas é chamada de Pré-Rock'a'ula,
pois saiu meses antes do lançamento do primeiro disco oficial da banda. Foi
gravada no Farm Estúdio no Rio de Janeiro e entre a gravação e o lançamento do
disco, Frank Jorge deixa a banda, por estar bastante envolvido com a Graforréia
Xilarmônica, banda que havia criado, o que faz com que ele desentenda
com Basso, Van Soria e Barea.
Rock'a'ula saiu pela
gravadora EMI-Odeon e trouxe à banda um reconhecimento nacional, com a música "Nega
Bombom" fazendo parte da trilha da novela Top Model, da Rede Globo. Nele
aparece o baixista Luciano Albo, que já havia tocado com Basso e Van Soria na TNT.
Com isso Frank Jorge deixa a banda, rumo a Graforréia Xilarmônica, que na época
era o seu projeto paralelo e ao que viria a ser outro ícone do rock gaúcho.
O álbum de 1989. |
A partir do lançamento do
disco, a banda lança mais duas demos, em 1990 e 1991, com músicas inéditas, mas
não alcançam o sucesso de antes. Em 1992, ainda lançam um compacto, chamado
"Homosexual / Sob um Céu de Blues" que conta com participação de
Humberto Petinelli, o "Cokeyne Bluesman", nos teclados. Vindo assim a
retornar ao cenário musical sulista como a principal banda gaúcha.
O compacto / single com duas músicas, de 1992. |
Flávio Basso adota o
pseudônimo de Júpiter Maçã e consegue fazer um sucesso ainda maior com o
lançamento de seu álbum de estreia A Sétima Efervescência, que foi
muito aclamado pela crítica. Nei Van Soria fica pouco tempo na banda Colarinhos
Caóticos, mas logo em seguida entra em carreira solo, alcançando
relativo sucesso nas rádios gaúchas. Frank Jorge continua na Graforréia
Xilarmônica e, depois do fim desta, segue carreira solo. Alexandre
Barea participa em diversas bandas paralelamente, mas dedica-se mais a uma
escola de música em Porto Alegre.
Em 2007 Os Cascavelletes se
reuniram novamente com sua formação clássica para um show memorável de
comemoração dos 10 anos da Pop Rock FM de Porto Alegre, tocando todos os
sucessos, que são a influência direta no Rock gaúcho e que os tornaram
discografia básica do rock nacional.
Single com duas músicas. |
Em 2008, há a formação da
banda TeNenTe Cascavel, que reúne alguns integrantes dos Cascavelletes
e do TNT,
a qual desde então faz shows relembrando os maiores sucessos das duas bandas.
Sem Charles Master e Flávio Basso, dois dos principais músicos, a banda perde
em 2010 Frank Jorge, que retira-se da banda sem maiores justificativas à mídia.
A TeNenTe
Cascavel acaba sendo muito criticada por alguns dos fãs mais ferrenhos
das duas bandas como "projeto caça-níquel", onde não querem fazer
música por prazer, mas sim juntar dinheiro a custa dos saudosos fãs. Apesar
disso, fazem ótimos shows, com boa presença de palco, garantindo notável
visibilidade no estado do Rio Grande do Sul.
Em 2016, Nei Van Soria,
Frank Jorge, Alexandre Barea e Humberto "Cokeyne Bluesman" Petinelli,
reúnem-se em estúdio para gravar uma canção em homenagem à Flávio Basso (morto
por um infarto do miocardio, no dia 21 de dezembro de 2015). Intitulada “Balada
Para Flávio”, a canção foi composta por Nei, logo após o último encontro com
Flávio, em dezembro de 2015.
A canção ganhou um vídeo
clipe. Na descrição do vídeo, que também foi divulgado em seu perfil oficial no
Facebook, Nei Van Sória conta sua trajetória ao lado de Basso: "O Flávio
foi meu parceiro e amigo por mais de 30 anos! Nossa convivência ao longo desse
tempo e a admiração que nutríamos um pelo outro mantinha-nos próximos, mesmo
quando estávamos longe".
Flávio Basso, eterno integrante das bandas TNT e Os Cascavelletes. |
O clipe começa com imagens
de arquivo de Basso se apresentando com Os Cascavelletes e em carreira solo,
para logo depois mostrar o músico contando sobre um possível filme sobre a
história da banda: "Os Cascavelletes é uma banda revolucionária. O filme
vai começar com Nei Van Sória tocando piano com uma cortina vermelha ao
fundo". Em seguida, Nei aparece tocando.
Formação
Integrantes
Flávio
Basso (Júpiter Maçã) - vocal e guitarra
Nei
Van Soria - guitarra e vocal
Luciano
Albo - baixo
Alexandre
Barea – bateria
Ex-integrantes
Frank
Jorge - baixo, guitarra e teclado
Humberto
Petinelli (Cokeyne Bluesman) – teclado
E como disse um jornal gaúcho após sua morte: "Flávio Basso / Jupiter Maçã, agora entrou para a história". |
Bem
pessoal, por aqui encerro este pequeno histórico sobre Os Cascavelletes,
originado da saída de Flávio Basso e Nei Van Soria da banda TNT
e que, para surpresa de muitos, tornaram-se rivais na cena musical portoalegrense.
O
mais interessante que ocorreu, foi que Os Cascavelletes fizeram sucesso
suficiente até chegar à trilha sonora de uma novela da Rede Globo de Televisão,
um marco para os artistas na época.
E
o mais surpreendente, é o fato de que dessas duas bandas, foram se ramificando
outras tantas que se torna muito interessante a carreira desses músicos, pois
têm um sólido curriculum em criações de estilos baseados em pop rock,
rockabilly e rhythm and blues que enriquecem o cenário musical portoalegrense,
gaúcho e por que não dizer, brasileiro.
E trago uma curiosidade, um álbum gravado ao vivo em minha cidade natal, que eu, claro, desconhecia porque estou fora de lá desde 2001.
Album ao Vivo, de 2006. |
Fiquem
com mais de Os Cascavelletes em:
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