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sábado, 23 de abril de 2016

QUEEN, A MAJESTADE DAS BANDAS - PARTE 1

Olá galera que está curtindo o Blog do Véio, sejam bem vindos. Esta postagem estava prevista para novembro, mas forças além dos meus poderes impediram o andamento do blog. Reprogramei as homenagens aos artistas falecidos recentemente como Glenn Frey e David Bowie. Mas agora eu vou fazer essa postagem, que eu considero uma homenagem à uma das bandas que mais fizeram pelo rock e pelo pop também.
Assim como eu aprendo pesquisando, vocês também acabam conhecendo fatos que talvez nunca tenham ouvido falar, ou não lembravam mais. Como dizem os ingleses: "God save the Queen! - Deus salve a Rainha!".



1968 - 1970, O INÍCIO DE TUDO

Em 1968, os amigos de escola Brian May (guitarra) e Tim Staffell (baixo e vocal), decidiram formar uma banda e colocaram um anúncio em um jornal em Londres, à procura de um baterista. Logo, um estudante de odontologia respondeu ao chamado. Seu nome, Roger Taylor, tinha um estilo diferente do qual eles queriam, mas mesmo assim impressionou aos dois, que o integraram ao grupo, que foi batizado de Smile.
Tim Staffell tornou-se amigo de escola de Farrokh Bulsara, de apelido Freddie. Freddie sentiu que seus gostos era parecidos com os da Smile e se tornou um grande fã da banda, apesar de querer se tornar vocalista dela.
Freddie participou de grupos e fundou uma banda, experiências que não deram certo, porque a exigência em todo lugar era de tocar blues, mas suas influências eram bem mais ecléticas.


Em 1969, Freddie foi apresentado por Tim para Roger e Brian. Seu estilo glam foi considerado diferente pelos músicos, e embora o considerassem afeminado por pintar as unhas, sua personalidade era considerada cativante. Mais tarde, o cantor estava morando próximo aos dois, o que os fez conhecê-lo melhor, principalmente em relação às suas habilidades de canto e piano.
No final de 1970, após Tim Staffell ter deixado o grupo para se juntar a outro, Freddie foi efetivado como vocalista substituto da Smile, embora tenha incentivado os outros integrantes para que mudassem o nome da banda para Queen e Brian e Roger tinham outros nomes em mente e não simpatizaram nem um pouco com o nome sugerido pelo vocalista. Quando perguntado o porque do nome, Freddie disse: ''É um nome muito forte, universal e imediato''. A idéia do cantor acabou sendo a definitiva.
Como Freddie era pianista, o Queen precisava de um baixista. Após muitas sugestões e decepções, vários tentaram, mas sempre havia uma guerra de egos entre Freddie e alguns dos pretensos baixistas.
Depois de malsucedidas audições de candidatos pretendentes à vaga, Brian e Roger conheceram numa discoteca, o músico John Deacon , um instrumentista estudioso que cursava eletrônica. John soube que o grupo precisava de um baixista, e através de um amigo pôde conhecer os integrantes do Queen.
Em uma audição, a banda solicitou que John tocasse ''Son And Daughter'', uma música criada recentemente. A performance perfeccionista do músico surpreendeu a todos, no entanto sua postura foi considerada muito quieta pelos demais integrantes. Nesta época, o baixista testemunhava discussões entre os três, e quando era questionado, preferia manter-se quieto, o que de certa forma neutralizava o choque entre os demais.


1971 - 1974, AS PRIMEIRAS GRAVAÇÕES

Mesmo com a formação oficial completa, a banda passou a desanimar, principalmente por questões financeiras. Em 1971 Roger se matriculou no curso de Biologia Animal e Vegetal, enquanto Brian passou a lecionar. Nesse mesmo período, Brian May procurou magnatas da música, patrocínios e outras formas de divulgar seu trabalho, mas ninguém se mostrou interessado.
Através de um amigo que trabalhava em um novo estúdio, a banda encontrou uma oportunidade para gravar seu primeiro trabalho. As instalações ainda precisavam de testes acerca do isolamento do som, e era necessário que uma banda de rock fizesse experimentos no local. O Queen foi escolhido, e naquele espaço, gravaram uma fita demo com cinco músicas, mais tarde enviado o material para várias gravadoras, que não demonstraram interesse e os comparavam com o Led Zeppelin.
Após uma proposta de uma gravadora, que foi recusada pela banda, Freddie decidiu adotar o sobrenome Mercury, inspirado no verso ''Mother Mercury, look what they've done to me'', da música ''My Fair King'' e também em referência a Mercúrio, mensageiro dos deuses da mitologia grega. Além disso, o cantor desenhou o logotipo do Queen, que combina os signos do zodíaco dos quatro membros.


A banda estava satisfeita  por ter a permissão de utilizar as instalações do estúdio, e nessa época conheceram Roy Thomas Baker, engenheiro de áudio que seria futuro produtor musical de alguns discos do Queen.
Mais tarde, o empresário Norman Sheffield, então um dos donos do Trident Studios, ouviu a fita demo gravada, e embora não tenha demonstrado interesse, ter assistido uma apresentação do grupo o fez mudar de ideia, contratando a banda para seu selo, gerenciando a gravação, produção, gestão e direitos autorais das músicas.
Com a produção de Thomas e John Anthony, o álbum de estréia foi gravado durante madrugadas caóticas, pela falta de horários livres. Um dia, o cantor David Bowie (que estava gravando no mesmo estúdio) terminou seu trabalho mais cedo, fazendo com que o Queen tivesse mais tempo para sua obra.
Durante as sessões de gravação, Anthony ficou doente e se ausentou, deixando Roy no completo comando da produção. Os integrantes já estavam cientes de que o disco ficou pronto tarde demais, que as músicas já soavam ultrapassadas. Nesta mesma época, John Deacon e Roger Taylor terminaram seus estudos no ensino superior, e Deacon continuou estudando, resolveu ingressar no mestrado.
Apesar da Trident estar no controle, John Anthony continuava à procura de gravadoras que se interessassem pelo material do Queen, antes que a banda lançasse o disco. Apesar de várias recusas e audições fracassadas, Anthony conseguiu, através de um executivo, uma audição da fita demo na EMI Records, que estava em busca de novidades no mercado musical.


Após muita negociação, por considerarem as propostas muito baixas, o Queen foi contratado pela EMI e em julho de 1973, foi lançado o primeiro single da banda, ''Keep Yourself Alive''. Apesar do potencial visto pelos produtores e o próprio grupo, a música passou desapercebida pelo público, não entrando em nenhuma parada.
O álbum passou a ser distribuido dias depois, contendo a frase ''Sem sintetizadores'', que apareceria também nos próximos trabalhos. Segundo Baker, o trabalho do grupo com harmonias e overdubs era grande demais para algum desinformado dizer que aquela sonoridade foi produzida com o auxílio de um teclado.
Enquanto Freddie se preocupava com a estética e vestimenta dos integrantes, pois a banda entrou no período glam muitos anos antes, mas o sucesso de artistas e bandas como David Bowie e Sweet, junto ao lançamento tardio do primeiro trabalho do Queen, fez com que o grupo parecesse oportunista e pouco inovador, seu futuro era mais incerto ainda.  Apesar disso, aos poucos, através de publicidade e seu desempenho no palco, o quarteto atrairia um público composto por diferentes faixas etárias.
Logo depois, a banda voltou ao Trident Studios com o objetivo de gravar um segundo trabalho. Desta vez, insistiram para que fosse durante o dia e trabalharam com Roy Thomas Baker. Brian May, como co-produtor passou a por em execução uma idéia de utilizar sua guitarra para simular outros instrumentos ou efeitos sonoros.
De sua idéia, surgiram músicas como ''Procession'' e ''Father To Son'' e, para cumprirem a regra ''sem sintetizadores'', os integrantes do Queen utilizaram piano, órgão hammond, sinos tubulares, castanholas e uma harmonia de seis partes.



O álbum foi gravado e o produtor estava satisfeito, mas os integrantes do Queen eram implacáveis, tinham milhões de idéias. No fim, o título, Queen II, era a única coisa simples sobre o álbum, cuja capa feita por Mick Rock e inspirada pelo filme Shanghai Express, com os quatro sob um fundo escuro foi reutilizada em clipes futuros.
As avaliações sobre Queen II foram mistas, com várias comparações de seu som com o de outras bandas de rock. Roger Taylor lembrou de ouvir novamente o álbum, após a leitura das críticas e ver que a mídia especializada tinha razão. Críticas ocorridas tempos depois são positivas, dizendo que o álbum era mais rico, obscuro e estranho do que o anterior, caminhando rumo a um som cada vez mais poderoso e eclético.
Para divulgar o lançamento de Queen, meses antes de Queen II, a EMI decidiu que o Queen abriria todos os shows na turnê da banda de glam rock Mott The Hoople. Mas o que aconteceu foi interessante, pois a atração principal tornou-se cada vez mais desinteressante em razão do desempenho positivo do grupo novato.
Isso causou revolta nos integrantes do Mott The Hoople, que queixaram-se à gravadora que se recusou a tirá-los e escolher outra banda, pois afirmaram que a apresentação do Queen dividiu opiniões, e que tentavam impressionar o público a todo custo, dedicando-se muito a isso. A relação de ambas as partes foi amistosa, após a turnê.
Em 1974, o Queen foi convidado a participar do Top Of The Pops, porque o novo single de David Bowie, ''Rebel Rebel'', ainda não estava pronto. Assim, a banda gravou uma versão de ''Seven Seas of Rhye'', que foi executada no programa. A divulgação deu certo e foi a primeira vez que a música do Queen entrou nas paradas. Com a banda tornando-se atração principal, e com pouco tempo para estudar, John Deacon se viu forçado a abandonar seu mestrado.


UM IMPREVISTO E UM BREVE DESCANSO

Durante um dos shows de Queen II, Brian May começou a sentir fortes dores no braço. Após isso, o guitarrista descobriu que tinha contraído gangrena depois de ter tomado uma injeção com uma agulha não esterilizada (naquela época, não existia o cuidado com a higienização dos materiais hospitalares, por isso tantas infecções).
Mesmo assim, enquanto o quadro estava tratável, o músico continuou a se apresentar. A banda iniciou sua primeira turnê nos Estados Unidos, mas ocorreu algo que ninguém imaginaria.
Após alguns eventos, viajaram para Boston. No hotel, pela manhã, Brian acordou e mal podia se mover. Quando se olhou no espelho, notou que sua pele estava amarelada, sinais de hepatite.
A rotina intensa, juntamente com a má alimentação, deixou o sistema imunológico do músico, mais fraco do que já estava. Por isso, o grupo cancelou o restante da turnê, teve que voltar à Inglaterra, onde Brian ficou internado por seis semanas.
Enquanto Brian estava internado, John, Freddie e Roger discutiam ideias para um próximo álbum, o qual já tinha sido comunicado à imprensa. Mais tarde, o guitarrista foi diagnosticado com uma úlcera duodenal, que existia desde sua adolescência.
Por conta disso, ficou internado por mais tempo, e nesse intervalo, apesar de escrever músicas, temia ser substituído na banda. De vez em quando, Freddie o visitava. Para suprir sua falta, John Deacon assumiu as guitarras, enquanto os demais produziam harmonias vocais e overdubs.
Assim que ganhou alta, Brian passou a trabalhar no material, que tinha como proposta, ser musicalmente mais acessível do que Queen II. Assim, com a produção de Thomas Baker, com colaboração de Mike Stone, foi produzido Sheer Heart Attack, lançado no final de 1974.
Para divulgação do trabalho, a banda lançou um single duplo, composto por "Killer Queen'' e ''Flick Of The Wrist'', porém a primeira fez mais sucesso, alcançando o segundo lugar nas paradas do Reino Unido.
O bom desempenho animou a banda, que passou a realmente acreditar no sucesso. Foi em Sheer Heart Attack que John Deacon fez sua estreia como compositor, participando em ''Misfire'' e ''Stone Cold Crazy''. A partir daí, sempre haveria alguma obra do baixista em algum álbum do Queen. Ainda nesta época, a banda gravou dois shows no teatro Rainbow, que só foram oficialmente lançados em 2014.


1975 - 1977: SUCESSO MUNDIAL

Entre o final de 1974 e o início de 1975, a vida pessoal dos integrantes do Queen ia de mal a pior, começando por John Deacon, que estava prestes a se casar e precisava de dinheiro. Freddie Mercury dividia um apartamento pequeno com sua namorada Mary Austin, usando seu piano como cabeceira para a cama.
Para Brian May, era pior, pois tinha um quarto mofado e com cheiro de peixe podre para dividir com sua namorada e, ainda, sem abastecimento de água. Por conta disso, a EMI contratou o advogado Jim Beach para analisar o contrato da banda com a Trident.
Na época, foi lançado o single "Now I'm Here", e no dia seguinte John se casou com Veronica Tetzlaff, ex-colega de escola que já namorava há anos e estava grávida de seu primeiro filho. Após a lua de mel, o baixista se juntou aos demais integrantes e fez a turnê de divulgação de Sheer Heart Attack em território norte-americano, com a banda Kansas abrindo os shows. No entanto, foi um fracasso, principalmente devido a problemas vocais que Freddie teve durante a divulgação.
Depois foram ao Japão, onde tiveram boa recepção. Roger Taylor, em choque, disse que viu uma espécie de ''beatlemania'' quando esteve lá, mas a realidade de pobreza na qual viviam no reino unido era bem diferente.
Todos estavam extremamente insatisfeitos com a Trident, pois, para Norman Sheffield o lucro que deram não era sufficiente para cobrir o valor que investiram no Queen. Como resposta, escolheram John Reid, que também trabalhava com Elton John, como novo gerente de sua carreira. Em agosto daquele ano, o Queen assinou um acordo com a Trident, que custou uma multa rescisória e direito sobre um por cento dos royalties dos próximos seis álbuns de sua discografia.
Sob o comando da EMI, a banda passou a ensaiar para seu próximo álbum e formular as primeiras músicas, individualmente, em sete estúdios diferentes. Uma delas foi ''Bohemian Rhapsody'', que ficaria nove semanas no topo das paradas do Reino Unido, e projetaria a banda mundialmente.
Entretanto, a música, de longa duração e complexa, utilizava-se de muitos vocais, e acabou custando muito caro. Freddie a queria como single, e quase todos estavam de acordo, exceto John Deacon, que estava temeroso, justamente pela duração.


A EMI teve reação semelhante a John, mas acabou cedendo à pressão e lançou. O medo do Queen era que o trabalho fosse um fracasso, e caso ocorresse, não teria outra alternativa a não ser encerrar as atividades e pagar as dívidas.
Mas ao contrário do que se pensava, tanto a música quanto o álbum receberam boas críticas e vendeu milhões de cópias. Além de ''Bohemian Rhapsody'', a banda lançou ''You're My Best Friend'', de John em um compacto e realizou uma turnê internacional bem sucedida.
A Night At Opera é geralmente considerado o melhor trabalho da carreira do Queen, misturando influências de hard rock, pop, rock progressivo, heavy metal e outros gêneros musicais, assim como foi feito em Sheer Heart Attack.
Durante essa época, o relacionamento de Freddie e Mary Austin teve uma forte crise, embora estivessem noivos. À medida que o sucesso do Queen aumentava, o cantor estava mais distante. Nesta época, o artista conheceu David Minns, um executivo que trabalhava com Paul McCartney, com quem teve um caso.

Logo, Freddie sentiu a necessidade de ser franco com Mary, confessando sua bissexualidade. Mesmo terminando o relacionamento amoroso, mantiveram uma estreita amizade pelos anos que viriam. Do término deste relacionamento, surgiram inspirações que culminaram em parte de A Day At Races. Os demais membros do grupo descobriram a opção sexual de Freddie, que sempre foi muito reservado em relação à sua vida pessoal.


Bem pessoal, termino aqui a primeira parte de um total de cinco partes sobre a banda Queen, um ícone na música mundial.Curtam mais sobre a banda em:
































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