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terça-feira, 20 de outubro de 2015

A história dos remixes - Parte 1




Diz lá no Wikipédia: ''Remix é o nome dado para uma música modificada por outra pessoa ou pelo próprio produtor. Essa modificação, na maioria dos casos, é feita por um D.J., onde ele coloca uma batida animada e efeitos adicionais, criando uma versão dançante na música remixada. Apesar da maioria das músicas remixadas serem em versões dançantes, o remix não precisa ser, necessariamente dançante''. Isso foi uma referência, para que nós consigamos nos entender melhor.

Na década de 70, mais conhecida como a ''era disco'', os D.J.s residentes (aqueles que são fixos em uma casa noturna ou uma boate só), sentiram a necessidade de músicas mais longas para que pudessem tocar em suas noitadas. Resolveram pôr ''a mão na massa'' e começaram a produzir e gravar em tapes (fitas) de rolo, que era mais seguro, pois a fita bem mais grossa era difícil de romper.

Gravador de Fita de Rolo
Não demorou muito para que gravadoras chamassem esses D.J.s para trabalhar com as ''fitas mestres'' (master tapes) das gravações de estúdio. Uma honra para os D.J.s, pois aquele material contava com horas e horas de gravações que não foram utilizada no disco pronto. Como se diz no popular, ''comeram até se lambuzar''. Os D.J.s viram ali, a oportunidade de modificar as músicas e inserir material não utilizado na hora da mixagem (agora vem o nome!).

Quando um artista vai para um estúdio, lá existe uma mesa que processa (me corrijam aqueles que entendem de estúdio musical) o recebimento de cada instrumento. Ali, o produtor consegue filtrar o melhor som para cada instrumento, para a voz ou vozes principais e ainda para as vozes de fundo (backing vocals). Antigamente, na época dos Beatles, as mesas eram de 4 ou 8 canais e o som ainda não era estéreo, ou seja, você consegue perceber quando o som ''caminha'' de uma caixa de som para a outra. Hoje existem mesas sofisticadas , computadorizadas e com tantos canais, que cada instrumento pode ser ligado ao mesmo tempo em 4, 5 ou mais canais. Daí vem a qualidade e a definição límpida que as gravadoras conseguem tirar, pois cada canal é filtrado e o som sai perfeito.

Mesa de Som Profissional Digital
Bom, como disse, cada instrumento está ligado a um ou mais canais e ao unir cada um deles com a voz do artista, eles sincronizam e finalizam as músicas . Não pense você, que um artista vai para o estúdio com sua banda e gravam como se fosse um ensaio. Isso só acontece se o disco a ser gravado for se chamar ''Ao Vivo Em Estúdio''.

Ao união de cada instrumento mais voz, juntamente com o backing, chama-se mixagem. A palavra deriva do inglês, mix, que significa fundir, misturar. Agora eu cheguei onde queria. Espero que vocês entendam, por isso que eu expliquei passo a passo. Não tive ninguém para me explicar, por isso, levei meses me informando em revistas especializadas (Bizz, Som Três), para poder entender etapa por etapa o que acontecia com uma música.

Quando um D.J. ou produtor mexe em uma música, seja para acrescentar ou valorizar um determinado trecho dela, como colocar uma batida no início e no fim ou, simplesmente estender a duração dela (daí o nome em inglês, extended), dizemos que eles estão re-mixando essa gravação, compreenderam? Ao mixar o que já estava mixado, fazemos uma reavaliação do trabalho, um retoque, mixando outra vez, refazendo outra música com a que já existia.

No Brasil, o ''boom'' dos remixes foi na década de 80, quando muitos produtores e D.J.s foram convidados para fazer remixes das músicas que estavam tocando muito nas rádios. Como eu disse acima, você tendo uma mesa profissional, consegue definir cada instrumento, então, o que foi feito com as músicas brasileiras foi o seguinte: tendo a fita mestre das gravações, eles conseguiram separar a voz, deixando o artista cantando sem a ''base'', como eles costumam falar. Deram destaque às vozes e mexeram no instrumental, estendendo as músicas, sem alterar, basicamente, a música original.


Contra Capa do LP Transremix Transamérica
Curiosamente, uma música se destacou, porque foi mexido em sua estrutura original. Quem não conhece ''Lágrimas e Chuva'' do Kid Abelha? Pois é, se vocês conhecem o remix, vão perceber que tem um som de baixo que se estende por um bom tempo num certo trecho da faixa. Este som de baixo não existe na música original. O baixista do Kid Abelha comentou, na época, como era fantástico aquele programa para computador. Ele disse que simplesmente puxou uma corda do baixo uma única vez (literalmente ''tóim'') e gravou. O que ouvimos na música, foi feito com um programa para computador.

Hoje, temos programas para computadores em que se pode ''montar'' uma música inteira, instrumento por instrumento, do jeito que a gente quiser. Claro, são programas pagos, e bem pagos, diga-se de passagem. Mas existem muitos profissionais que trabalham, e ganham dinheiro, produzindo remixes, às vezes sob encomenda, e vendendo nos ''sites'' especializados em músicas. 

Bem, vou encerrar por aqui a primeira parte, porque o assunto mexe com minha memória e eu tenho muita informação para compartilhar com vocês. Até a próxima postagem.

                                                                  Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta

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