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sábado, 7 de novembro de 2015

The Bubble / A Bolha



Salve galera que está curtindo o Blog do Véio. É com muita alegria que estou aqui para fazer mais uma postagem e, aproveito para agra-decer pelas visuali-zações, o que de-monstra o interesse pelos assuntos que estou postando.

O meu comentário a partir de agora trata de uma banda que existe desde a dé-cada de 60 e este-ve na ativa até o iní-cio dos anos 2000, fez um trabalho competente e dei-xou ramificações para o mundo musi-cal nacional, mais precisamente ao pop e rock nacional, assunto ao qual eu comentei anteriormente e que deixei este assunto para agora, pois precisava de um espaço especial para que eu pudesse valorizar mais a importância dela para a música brasileira.

THE BUBBLES 




Formada em 1965 no Rio de Janeiro, nasceu sob o nome de The Bubbles, animando bailes e festas, participou de programas de rádio e de televisão que existiam na capital carioca naquela época.

A banda criada pelos irmãos César e Renato Ladeira, filhos da atriz Renata Fronzi e do radialista César Ladeira, chegou a gravar um com-pacto de pouco sucesso por causa da falta de divul-gação por parte da gravadora e da banda.

Em 1968, foram convidados por seu amigo Márcio Greyck para serem a banda de estúdio na gravação de um disco. Após o disco gravado e já comercializado, despertou a atenção das gravadoras e, mais uma vez, gravaram um compacto que não foi lançado, na época.

Ainda em 1968, César Ladeira decide deixar a banda para se dedicar aos estudos, deixando de lado a carreira artística. Também Lincoln Bittencourt e Ricardo deixariam a banda, dando lugar a Pedro Lima na guitarra solo, Arnaldo Brandão no baixo e Johnny na bateria.

Com essa formação, o som da banda ficou mais pesado, onde, entre outros, tocaram Jimi Hendrix, Led Zeppelin e Black Sabbath, mas ainda assim, continuam a ser a sensação do circuito de bailes de fim de semana carioca, chegando a tocar para mais de cinco mil pessoas.

DÉCADA DE 70 - MUDANÇA DE RUMOS

Em 1970 mais uma mudança, sai Johnny e entra Gustavo Schroeter na bateria. Ainda neste ano, foram convidados por Jards Macalé (ator, cantor e compositor carioca) para acompanhar Gal Costa em um show que ela iria fazer. A recepção de público e crítica para a banda foi excelente, sendo classificada anos depois, como ''inesperada'' por Renato Ladeira.

Este sucesso gerou um convite para que Pedro, Gustavo e Arnaldo acompanhassem Gal em apresen-tações ao vivo e aparições na televisão em Portugal. Depois os três acompanharam Gal para visitar Caetano Veloso e Gilberto Gil, que estavam exilados e morando em Londres.

Ficaram uns dias na casa de um brasileiro que conheceram por lá , até se encontrarem novamente para participar do Festival de Ilha de Wight. Foram todos para assistir aos shows, mas no acampamento do festival, faziam ''canjas'', que no mundo musical se chama ''jams sessions'' acústicas que chamava a atenção de todos ao redor. 

Gustavo gravava tudo em um gravador de bolso e, um dia, Pedro pegou as fitas e mostrou ao pessoal da organização do festival. Todos foram convidados para tocar em um dos palcos alternativos ao principal, de forma acústica mesmo. Aproveitaram para assistir shows de The Who, The Doors, Sly & Family Stone, Chicago, Jethro Tull e Jimi Hendrix. Passaram, ainda, por Paris alguns dias depois e assistiram ao show de Rolling Stones e Eric Clapton, em Paris.

A BOLHA - UMA NOVA TRAJETÓRIA

(Agora vocês vão entender porque eu listei todos os shows que eles assistiram durante esse tempo na Europa).

Após essa expe-riência na Europa, os três voltam ao Brasil e se encon-tram com Renato Ladeira e contam que decidiram se-guir outra direção, fazer música pró-pria, em português, parar de fazer covers e versões, já que ''Não dava para fazer igual a esses 'caras' '', segundo Gustavo.

Passam a compor e ensaiar um novo repertório, próprio e mudam para A Bolha. A experiência que tiveram em um show que fizeram logo que voltaram do festival, foi bastante amarga, pois só tocaram o repertório próprio e o público foi saíndo enquanto eles se apresentavam. Após esse duro choque, decidiram fazer a inserção das músicas próprias em doses suaves, misturadas ao repertório antigo.

O primeiro teste para o repertório novo foi um desastre. Em 1971, eles deveriam se apresentar no Festival de Verão de Guarapari, mas muitos problemas envolveram a participação da banda. A mesa de som foi instalada atrás do palco (nada convencional), problemas com o governo militar da época, e os técnicos de som desligavam o som toda vez que Renato ladeira girava o microfone, imitando Roger Daltrey do The Who.

Mas como nem tudo são espinhos, com a fama adquirida no show com a Gal Costa e no festival, são chamados por um produtor da CBS (agora Sony Music) para tocar na gravação do disco do cantor Leno (da dupla Leno & Lilian, da Jovem Guarda). Este produtor, um baiano até então desconhecido, chamado Raul Seixas, trabalhava na gravadora nesta época. A banda participou da gravação do disco Vida e Obra de Johnny McCartney, que teve várias faixas censuradas pelo governo militar, acabando por ser lançado, na época, apenas um compacto duplo, com quatro faixas. O álbum, como deveria ter sido na época, só foi lançado em 1995.

GRAVAÇÕES DOS DISCOS PRÓPRIOS E O FIM

Em 1973, após quase um ano sem tocar em lugar algum, lançam seu primeiro disco, Um Passo à Frente. O álbum traz músicas com uma levada mais progressiva, com algumas delas chegando a ter dez minutos de duração. Resultado, péssima recepção e vendagem pequena.

No ano de 1974, participaram da gravação do primeiro compacto duplo de Raul Seixas, onde estavam as músicas ''Não Pare na Pista'', ''Trem das Sete'', ''Como Vovó Já Dizia'' e ''Se o Rádio Não Toca''. Participaram tocando nas faixa ''Não Pare na Pista'' e ''Como Vovó Já Dizia''. 

A banda entrou em declínio, com pou-cos shows e então saíram Gustavo Schroeter e Arnaldo Brandão. Entraram em seus lugares, Serginho Herval, na bateria e Roberto Lly, no baixo. Em 1975, com essa formação, participa-ram do festival Ba-nana Progressiva. Ainda em 1975, Renato Ladeira deixa o grupo e foi para o Bixo da Seda, deixando em seu lugar, Marcelo Sussekind.


Gravaram, em 1977, o seu segundo disco, É Proibido Fumar, cujo som marca a volta ao rock clássico e ao rock mais próximo ao da Jovem Guarda. No mesmo ano, tocaram abrindo o show de Erasmo Carlos que, por consequência, os convidou para tocarem na turnê dele, como banda de apoio. Esta turnê contou com a volta de Renato Ladeira nos teclados, tornando a banda um quinteto. Durante a turnê a banda grava o álbum de Erasmo, Pelas Esquinas de Ipanema, em 1978. Logo após o fim da turnê, a banda chega ao seu final.

LANÇAMENTOS NO TERCEIRO MILÊNIO




No ano de 2004, o diretor José Emílio Rondeau convidou Renato Ladeira para ser diretor artístico de seu novo filme, 1972. Renato aproveitou e mostrou algumas músicas que haviam sido censuradas no início dos anos 70 e o diretor se interes-sou, então ele chamou seus antigos companheiros de banda para gravarem aquelas músicas para o filme. 

Uma vez reunidos, surgiu a vontade de gravar um novo disco com aquelas músicas e alguns covers, nascendo daí o álbum É Só Curtir, de 2006, mas a banda não saiu em turnê para promover o disco.

Em 2010, saiu uma coletânea com todos os singles da banda no mercado europeu (os dois lançados e os que só foram gravados), chamado The Bubbles - Raw And Unreleased.

AS RAMIFICAÇÕES DO QUE FOI ''A BOLHA''


Como eu falei no início dessa postagem, essa banda foi muito importante (põe importante nisso!!) para o pop e rock brasileiro. Veja agora o que resultou a saída de seus componentes o que eles criaram.

COM A SAÍDA DE RENATO LADEIRA - PARTE 1


Quando Renato Ladeira saiu da banda, ele se juntou à uma outra banda que já existia desde 1970 e que nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Nascida com o nome de Liverpool, por causa das covers dos Beatles e mais tarde trocando o nome para Bixo da Seda (quando se transferiram para o Rio de Janeiro), que teria sido sugerido pelo filho de Leonel Brizola, Zé Vicente Brizola, então um dos integrantes da banda. 

No ano de 1976, quando o disco Estação Elétrica estava sendo gravado no Rio de Janeiro, houve o afastamento de alguns dos integrantes iniciais, e um dos participantes da gravação foi Renato, então saído do grupo A Bolha

Em 1979, a banda acabou, voltando a reunir-se para shows, com uma certa ''rotatividade'' de integrantes. Nessa Rmesma época, se apresentaram como grupo de apoio do grupo vocal As Frenéticas.

Apesar da sua produção pequena, a banda é famosa, até hoje, no circuito progressivo riograndense, sendo inclusive, a partir dela que se originou o termo ''rock gaúcho''. 

COM A SAÍDA DE ARNALDO BRANDÃO

Arnaldo Brandão saiu do grupo A Bolha e formou, em 1978, a banda chamada Brilho da Cidade, junto com Claudio Zoli, Paulo Zdanowski, Robério Rafael e Ricardo Cristaldi.

Considerada banda de um sucesso só, extraído do disco de estréia de 1983, intitulado Brylho, a música ''Noite do Prazer''  possui o trecho ''Tocando BB King sem parar'', que era entendido pelo público como ''Trocando de biquini sem parar''.

A banda encerrou atividades em 1986 e Cláudio Zoli seguiu carreira solo, Paulo Zdanowski formou a banda SoulRio, Robério Rafael sofreu um AVC e não pôde mais tocar bateria. 

Arnaldo Brandão fundou a banda Hanói Hanói logo após ter saído da banda Brylho, a partir de uma parceiria com o poeta Tavinho Paes, com o baterista Pena e o guitarrista Affonsinho. Lançou em 1986 ainda, no seu primeiro disco o que seria seu maior sucesso ''Totalmente Demais'' (que depois foi gravado por Caetano Veloso) e a outra música do mesmo disco, ''Blá Blá Blá ... Eu Te Amo!, se tornou conhecida na voz de Lobão.

Arnaldo Brandão, na atualidade.
No disco de 1988, lançou uma música em parceria com Cazuza (que popu-larizou a própria versão) chamada ''O Tempo Não Pára''. Em 1990 lançou o disco O Ser e o Nada, reve-renciando o papa do existencialismo Jean Paul Sartre.

Mas foi em 1991 que o Hanói Hanói teve seu grande momento ao vivo, quando substituíram o Barão Vermelho no Rock In Rio II. Em 1992 lançaram o álbum Coração Geiger e em 1995, o CD Credus, contendo gravações feitas durante a turnê de 1993. Tavinho Paes e Arnaldo Brandão continuaram a parceria que iniciaram nos anos 80, onde compuseram mais de 50 músicas editadas e gravadas após o fim da banda.

COM A SAÍDA DE SERGINHO HERVAL

Após sua saída da banda A Bolha, Serginho Herval se juntou, em agosto de 1980 à uma banda chamada The Famks (espe-cializada em bailes e festas), que esta-va se reestruturan-do e com a chega-da dos novos inte-grantes, passou a chamar-se Roupa Nova

Juntamente à Serginho (bateria e vocais), tem também, Ricardo Feghali (piano, teclados e vocais), Cleberson Horsth (teclados e vocais), Paulinho (percussão e vocais) e Kiko (guitarra, violões e vocais) e Nando (baixo e vocais).

Roupa Nova, nos anos 80.
Os integrantes do grupo são músicos requisitados nos es-túdios e foram res-ponsáveis por mui-tas gravações, para vários cantores e bandas, dos mais variados gêneros, principalmente du-rante a década de 80, quando o pop rock brasileiro ga-nhou destaque.

É a banda brasileira com maior tempo de formação, mais de 30 anos em atividade, com enorme sucesso comercial, e os mesmos integrantes desde que iniciou. 

COM A SAÍDA DE RENATO LADEIRA - PARTE 2

Depois que Renato Ladeira saiu do Bixo da Seda, partiu para trabalhos paralelos, até que, no carnaval de 1982, Renato Ladeira e Marcelo Sussekind (também ex-A Bolha) gravaram uma fita demo com quatro músicas: ''Volta Meu Bem'', ''Ganhei Um Avião'', ''O Negócio é Relaxar'' e ''Não Faz Sentido''. Ney Matogrosso gravou, mais tarde, ''Não Faz Sentido'', que foi um grande sucesso em sua versão. 

Como ''Volta Meu Bem'' estava sendo bastante executada na Rádio Cidade, Renato e Marcelo foram chamados pela EMI para uma entrevista, sendo contratados depois, com a condição de que fosse formada uma banda com eles. Convidaram Sérgio Della Môni-ca, então baterista de Ney Matogrosso, que só participou da gravação do compacto ''Volta Meu Bem'' / ''Ganhei Um Avião''. 

Em novembro de 1982 (portanto, há 33 anos), lançaram seu álbum de es-tréia, com novos integrantes: Paul de Castro nas guitar-ras, Roberto Lly (ex-A Bolha) no baixo e Pena (ex-Brylho) na bateria. A música de maior sucesso des-se disco foi ''Erva Venenosa'', uma versão de ''Poison Ivy'', de 1959, do grupo The Coasters.

Em junho de 1983, a banda abriu o show do Kiss no estádio do Maracanã, onde se apresentou para um público de mais de 200 mil pessoas. No mesmo ano lançaram seu segundo e último álbum pela EMI. 

Logo em seguida, assinaram com a gravadora RCA (BMG). Nessa época, a banda contava com a seguinte formação: Renato Ladeira nos teclados e vocais, Fred Maciel na bateria e vocais, Roberto Lly no baixo e vocais e Marcelo Sussekind na guitarra e vocais. O primeiro Long Play (LP) pela RCA, de 1985, trazia a faixa-título ''Amante Profissional'', que foi um grande sucesso. No ano seguinte, lançaram o último álbum de estúdio, Desastre Mental.

Destaco, também, o espírito descompro-missado da banda em levadas pop como o romance tecnológico, ''Bip Bip'', as baladas ''Não Me Use'' e ''Meu Coração Em Greve'' e o jeito rock de ''Bom Mesmo é Paixão'', ''Herva Doce'', ''O Negócio é Relaxar'', ''Pra Você Me Amar'' e ''Sentimento Voa''.

Renato Ladeira ''saiu da cena musical'' quando as cortinas do palco se fecharam para sua existência, aos 63 anos de idade, no dia 12 de agosto de 2015, segundo sua esposa, Patrícia Andrade Ladeira, que disse: ''Sua morte foi rápida e inesperada''. Segundo os jornais, insuficiência cardiorrespiratória.

Renato Ladeira participou do The Bubbles de 1965 a 1970 , do Bixo da Seda de 1976 a 1979, do A Bolha de 1970 a 1978, depois no retorno, de 2004 a 2007 e do Herva Doce, de 1982 a 1986 . Nada mais justo que uma homenagem a um grande músico que trouxe felicidade para aqueles que curtiram suas músicas.

Cada vez que eu pesquiso alguma notícia sobre o mundo musical, para comentar com vocês, mais eu aprendo e me surpreendo com as novidades que surgem para mim, que sou amante da boa música.

Muito obrigado por mais essa visualização, espero que tenham gostado, porque eu me sinto feliz em postar e dividir com vocês aquilo que aprendi em outros tempos e continuo aprendendo até agora.

Autor: Carlos Alberto de L. Anchieta

Veja mais sobre The Bubbles / A Bolha  & Cia. em:



































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