Olá galera que está aí, curtindo o Blog Opinião do Véio. Chegamos na quarta parte comentando sobre a bela carreira da banda Queen, só que agora, na fase sem Freddie Mercury. Vou comentar como a banda ficou sem seu vocalista, que a formação original se desfez com a morte de Freddie e a saída de outro integrante importante. Vou citar, também que a banda quase terminou e qual seria seu destino dali para a frente.
1991 - 1997: HOMENAGENS E APOSENTADORIA
DE JOHN DEACON
Antes de falecer, Freddie brincou com Brian May,
dizendo que sua morte faria bem para o Queen, comercialmente falando. Brian
lançou ''Driven By You'' como primeiro single de sua carreira solo, obtendo
boas posições nas paradas.
Entretanto, o guitarrista estava em depressão nervosa,
e quase se suicidou. Na mesma época, ''Bohemian Rhapsody'' foi relançada, e
alcançou o primeiro lugar nas paradas, vendendo mais de um milhão de cópias.
Com coletâneas, as vendas aumentaram virtiginosamente após a morte de seu
vocalista.
Só que o trio remanescente não sabia como continuar.
John Deacon, convencido de sua aposentadoria, estava aguardando o nascimento do
quinto filho, mas também demonstrava sintomas de depressão.
Brian investiria numa carreira solo sem grandes
êxitos, enquanto Roger Taylor lançaria mais um álbum da The Cross, retornando
aos seus trabalhos como cantor com o politizado Happiness?. Segundo o
baterista, ''pensei em minha fase de vida em que eu poderia muito bem escrever
sobre algo que eu acreditava, que tinha significado. Você não pode escrever
canções pop toda a sua vida''.
Annie Lennox & David Bowie interpretando "Under Pressure" em 1992. |
Em 20 de abril de 1992, foi realizado o The Freddie
Mercury Tribute Concert, um show tributo que reuniu várias bandas e artistas
famosos, realizado no estádio de Wembley, em Londres. Músicos como David Bowie,
George Michael, Annie Lennox, Elton John, Liza Minnelli, Robert Plant, Roger
Daltrey, Tony Iommi e bandas como Def Leppard, Extreme, Guns N' Roses e
Metallica, juntamente com os integrantes remanescentes do Queen (Brian May,
John Deacon e Roger Taylor) tocaram os maiores sucessos da banda. A iniciativa
foi tomada para arrecadar fundos para a Mercury Phoenix Trust, uma fundação que
tem como objetivo lutar contra a AIDS.
Pouco tempo após o lançamento de ''Innuendo'', Freddie
deixou claro que queria continuar gravando, apesar de sua saúde frágil. Três
músicas novas foram gravadas: ''A Winter's Tale'', ''You Don't Fool Me'' e
''Mother Love'', essa última que seria a última gravação do cantor, realizada
em 22 de maio de 1991.
Em 1993, John deacon, Roger Taylor e Brian May se
reuniram para retrabalhar nas últimas músicas deixadas por Freddie, mas eram
insuficientes para completar um álbum. O trio procurou em todos os arquivos do
Queen por músicas para o novo álbum.
A produção ocorreu em 1994 e seguiu até 1995. Com
várias discordâncias sobre o disco, os integrantes demoraram para chegar a um
consenso. Assim, Made In Heaven foi lançado em novembro de 1995, como forma de
cumprir um dos últimos desejos de Freddie Mercury, que era o lançamento deste
álbum, que foi o último álbum inédito da banda.
Durante as sessões de Made In Heaven, John Deacon teve
sua sexta e última filha. O baixista estava convencido de que se aposentar e
dedicar-se à família era a melhor decisão no momento.
Mas ainda participava de algumas reuniões com os
outros músicos, conforme Brian e Roger o chamavam. Em 1997, o baterista e o
guitarrista decidiram lançar uma coletânea relembrando algumas das músicas mais
pesadas do Queen, incluindo uma nova versão de ''I Can't Live With You''.
Para o álbum, de título Queen Rocks, o trio gravou
''No-One But You (Only The Good Die Young)'' que ficou, até 2014 como a última
canção inédita lançada pela banda. Assim, foi a última participação de John
Deacon com seus companheiros remanescentes.
Somente Brian May e Roger Taylor compareceram em 2001 à cerimônia do Rock And Roll Hall Of Fame. |
2001 - ATUALMENTE
Em 2001, a banda foi introduzida ao Rock And Roll Hall
Of Fame, mas apenas Brian e Roger apareceram. Nesta mesma época, a dupla gravou ''We Are The
Champions'' com Robbie Williams para o musical We Will Rock You.
A participação se tornou célebre pelos comentários
negativos de John Deacon ao jornal The Sun, afirmando que estava satisfeito por
não se envolver na gravação, e que Freddie era insubstituível: ''Eu não queria
estar envolvido nisso e estou feliz. Ouvi o que eles fizeram e é um lixo. É uma
das maiores músicas já escritas, mas eu acho que eles a destruíram. Eu não
quero ser rude, mas digamos que Robbie Williams não é Freddie Mercury. Freddie
nunca será substituído e, certamente , não por ele''.
Em novembro de 2003, Brian e Roger participaram do
46664, evento que aconteceu no antigo Green Point Stadium, na Cidade do Cabo.
Foi organizado por Nelson Mandela, com o objetivo de aumentar a conscientização
da população sobre a AIDS na África do Sul.
Queen + Paul Rodgers |
No início de 2005, junto com o cantor Paul Rodgers,
fundaram o supergrupo Queen + Paul Rodgers, que realizou várias turnês em
alguns continentes do mundo. Alguns álbuns ao vivo foram lançados, como Return
Of The Champions. Mas o inédito The Cosmos Rock, em 2008, obteve maior
destaque, embora com várias críticas negativas. Em 2009, a parceria teve seu
fim.
O ex-integrante John Deacon não se opôs à reunião, mas
afirmou que não gostaria de estar envolvido. ''John nos deu a sua benção
eterna'', afirmou Roger Taylor, embora tenha reconhecido que o baixista é
extremamente reservado e suas opiniões não sejam muito claras.
Em 2011, em comemoração aos quarenta anos do Queen,
Brian e Roger iniciaram uma campanha de remasterização e relançamento de todo o
catálogo de estúdio da banda, incluindo edições duplas de cada álbum, tendo
assim, várias faixas bônus. Este projeto incluiu versões ao vivo e gravações
alternativas em estúdio para as músicas, versões single e novas mixagens.
Neste mesmo ano, Brian May e Roger Taylor participaram
do programa American Idol, onde conheceram o cantor Adam Lambert. Nesta época,
a dupla anunciou estar retrabalhando em algumas faixas perdidas do Queen, com
vocais de Freddie Mercury.
Incluindo ''There Must Be More to Life Than This'',
com participação de Michael Jackson, Queen Forever foi lançado em 2014,
contendo a última música inédita distribuída pela banda, ''Let Me In Your Heart
Again'', com participação de Freddie Mercury e John Deacon. Em uma entrevista
na Rolling Stone naquele ano, Brian e Roger afirmaram que Deacon é uma pessoa
frágil, mas que continuava administrando a parte financeira do grupo (Frágil,
mas útil! Muito conveniente, não acham?).
Queen + Adam Lambert |
Lembram do American Idol e de Adam Lambert? Mais
tarde, os três fundaram um supergrupo chamado Queen + Adam Lambert. Em 2015, em
comemoração aos 30 anos do Rock In Rio, o supergrupo Queen + Adam Lambert se
apresentou na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, para mais de 85 mil pessoas.
A apresentação, além de conter canções da banda, incluiu o single ''Ghost
Town'', de Adam Lambert.
INFLUÊNCIAS DE CADA MEMBRO DO QUEEN
Apesar de Led Zeppelin, The Who e The Beatles serem frequentemente
citados como as principais influências do Queen, os gostos musicais de cada
integrante são muito diferentes.
O baixista John Deacon, por exemplo, aponta Chris
Squire do grupo Yes como uma de suas influências no baixo, mas sempre foi um
grande admirador de rhythm and blues e música negra, fato que o fez compor
músicas como ''Another Ones Bites The Dust''. A performance de Deacon também é
lembrada por sua rapidez e habilidade com os graves.
Freddie Mercury, por sua vez gostava muito de música erudita e ópera, como as composições de Noël Coward, Fréderic
Chopin e Mozart, além da voz de Dick Powell.
No entanto, admirava alguns intérpretes da música
popular, como Little Richard, Fats Domino, Robert Plant, Aretha Franklin, mas
principalmente Liza Minnelli e Jimi Hendrix. Freddie, ao longo de sua carreira
elogiou outros intérpretes do rock, como John Lennon e e Paul Rodgers, do qual
era fã.
Brian May afirmou ser admirador de Jimi Hendrix, Eric
Clapton, mas, principalmente da técnica de George Harrison, declarando em uma
entrevista de 1982, que George é um instrumentista de ''pensamento livre''.
Na opinião de Roger Taylor, Keith Moon trouxe uma nova
perspectiva para o uso de bateria no rock, sendo também bastante influenciado por
músicos de jazz como Gene Krupa e Joe Morello.
Assim sendo, com a reunião dos quatro, a música do
Queen tomou proporções extremamente variadas. Segundo John, no início as
músicas do quarteto foram escritas numa estrutura mais adequada para um power
trio.
Com a entrada de Freddie Mercury como vocalista e
pianista e de John Deacon como baixista de muitas influências, a sonoridade do
grupo foi mudando. Estas mudanças começaram a ficar mais perceptíveis a partir
de Sheer Heart Attack, atingindo seu apogeu em A Night At Opera, com suas
influências de hard rock, heavy metal, pop rock, folk e outros gêneros. A
música ''Stone Cold Crazy'', por exemplo, é citada como uma das primeiras
canções de metal da história, que influenciou diretamente bandas como o Metallica.
No decorrer dos anos 70, sua produção era considerada
muito exagerada, e o tempo que gastavam no estúdio gravando harmonias era muito
grande. Adotando sintetizadores nos anos 80, principalmente a partir de Hot
Space, o Queen apresentou outras influências, como o funk rock e a música
disco. Um dos principais motivos pelos quais demoraram para
adotar teclados nas músicas, foi o fato de acharem a geração mais antiga do
instrumento pouco flexível e emocional. Conforme os equipamentos foram
evoluindo, as opiniões foram mudando.
May com a Red Special original e a réplica. |
GUITARRA DE BRIAN MAY
Steve Vai disse em entrevista à Guitar World:
''Consigo ouvir qualquer músico e imitar seu som, mas não Brian May''.
Um dos destaques na sonoridade do Queen é a guitarra
de Brian May, a Red Special. Fabricada de forma caseira com o pai, na década de
60, possui um timbre característico. Foi utilizada na maioria das músicas da
banda e, juntamente com o amplificador caseiro de John Deacon, a Deacy Amp, foi
a fonte de vários efeitos sonoros e emulações de instrumentos contidos,
principalmente nos primeiros álbuns do Queen, como nas músicas ''Procession''
(Queen II) e ''God Save The Queen'' (A Night At Opera).
O músico, também teve a idéia, até então inédita de
criar harmonias com várias camadas de guitarra, construindo uma sonoridade que,
até os dias atuais é extensamente respeitada por outros guitarristas.
A revista Rolling Stone o classificou como o 26º
melhor guitarrista de todos os tempos. Numa enquete com votos do público, a
revista Guitar World elegeu Brian como o segundo melhor guitarrista, ficando
atrás apenas de Eddie Van Halen.
Roger também atuou nos vocais da banda. |
VOCAIS
Apesar do Queen ser um quarteto, três integrantes
atuaram efetivamente nos vocais. O vocalista e pianista Freddie Mercury gravou
a maior parte deles, mas Roger Taylor possuía importante participação nas vozes
da banda.
O baterista gravou, por vezes, partes mais agudas em
algumas músicas, utilizando falsete. como ''In The Lap Of Gods'' e ''Ogre
Battle'' e seu timbre rouco é geralmente comparado ao cantor Rod Stewart. Brian
May, por sua vez, é tido como um cantor que possui, em sua voz, uma suavidade
que muitos não possuem.
John Deacon é o único que nunca gravou nenhum vocal
para o grupo, e suas músicas foram todas interpretadas por Freddie. Segundo o
próprio John, não sabe cantar, e em uma entrevista dada em 1986, o baixista
lamentou sua incapacidade.
''[...] é como estar em uma cadeira de rodas de certa
forma, porque você não pode realmente se expressar da maneira que você
gostaria. Se eu pudesse cantar, seria lindo. Não é uma simples desvantagem, é
uma grande desvantagem, em termos de escrever músicas. Gostaria que eu pudesse,
mas eu não posso''.
Freddie Mercury, por sua vez, tinha uma extensão vocal
que abrangia cerca de quatro oitavas e possuía facilidade tanto para notas
graves e agudas.
A
revista Rolling Stone escolheu ''Bohemian Rhapsody'', ''We Are The Champions''
e ''You're My Best Friend'' como as músicas que contém as melhores
interpretações vocais dentro de toda a sua carreira.
Bem galera, era isso que eu tinha para comentar nessa quarta parte sobre a carreira e obra da banda Queen. Na próxima postagem, a quinta e última parte dessa odisséia musical. Fiquem com mais da obra do Queen em:
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