Olá galera que está curtindo o Blog Opinião do Véio! Nessa postagem encerro o que já conhecia e o que acabei conhecendo mais dessa brilhante banda chamada Queen. Nesta quinta e última parte comentarei sobre os shows ao vivo da banda e o legado deixado pelo grupo, suas influências e seus fãs.
PERFORMANCES AO VIVO
Por cerca de quinze anos de carreira, o Queen se
apresentou mais de setecentas vezes ao redor do mundo, em quase todos os
continentes, exceto a Antártida. O quarteto foi o primeiro grupo a fazer shows
na América do Sul, com passagens pela Argentina, Brasil e Venezuela, e também a
primeira banda a se apresentar na África do Sul, uma apresentação polêmica que
aconteceu em 1984.
A banda se tornou, assim, célebre por esses e outros
feitos, na época, únicos, como se apresentar para aproximadamente trezentas mil
pessoas no Rock In Rio de 1985, e também ter realizado um show para oitenta mil
pessoas na Hungria, em 1986. A apresentação no Live Aid, em 1985, foi o maior
destaque em sua história, principalmente a presença de palco de Freddie
Mercury, sempre tida como o elemento mais marcante nas apresentações da banda.
Freddie possuía várias marcas registradas que lhe
deram notoriedade, tanto quanto a sua performance e aparência. A vivo, o músico
cantava usando um microfone preso à metade de um pedestal, como se fosse um
cetro, uma idéia que teve antes de entrar para a banda, quando seu pedestal
quebrou e pensou que, daquela forma ainda seria útil.
No Rock In Rio em 1985. |
Quando cantava, fazia movimentos teatrais,
influenciados pelo seu treinamento em balé e, também, em todos os shows, envolvia
a platéia em uma sequência conhecida como ''chamada e resposta'', na qual
executava algumas notas vocais e, em seguida, a platéia as imitava, permitindo
que até as multidões em grandes estádios participassem.
O vocalista também costumava permitir que o público
cantasse partes de várias músicas, prinipalmente a versão acústica de ''Love Of
My Life'', e também comandava acenos e palmas sincronizadas em músicas como
''We Will Rock You'' e ''Radio Ga Ga''. Seu bigode, utilizado durante a década
de 80 se tornou outro de seus símbolos.
Rock In Rio em 1985: milhares de pessoas viram o show do Queen. |
Nos vocais, Brian e Roger colaboravam, com
participações muito raras de John, destacando a variedade de personalidades no
quarteto, desde a extravagância de Roger Taylor e a timidez de John Deacon.
O entrosamento entre os músicos foi um fato comentado
pela mídia especializada. Em 1973, Gordon Fletcher, por meio da revista Rolling
Stone afirmou: ''Vamos apenas dizer que o produto final do baterista Roger
Meddows Taylor e do baixista John Deacon é explosivo, um vulcão sônico colossal,
cuja erupção faz a terra tremer''.
Até hoje, a crítica considera Freddie Mercury como um
dos maiores artistas da história, em virtude de sua presença de palco. Um
repórter do The Spectator o descreveu como um artista ''fora de série, chocante
e charmoso, com várias versões extravagantes de si mesmo''.
O cantor David Bowie se referiu à Fredie afirmando que
''entre todos os cantores teatrais do rock, ele foi o único a levar tudo a um
outro nível (...) era alguém que podia, literalmente, ter a platéia na palma da
mão''.
Brian declarou que Freddie ''conseguia fazer a última
pessoa na última fileira do estádio se sentir incluída''. Em uma resenha do
Live Aid, em 2005, um crítico escreveu que ''aqueles que listam os maiores
vocalistas da história, costumam dar a primeira posição para Robert Plant ou
Mick Jagger, mas estão terrivelmente errados, por sua performance mitológica no
Live Aid, Mercury era, sem dúvida, o maior de todos''. A banda, geralmente, é
citada como uma das primeiras que transformou o rock em entretenimento.
Rock In Rio 1985: no final do show Freddie Mercury entrou com a bandeira do Reino Unido, mas quando se virou de costas para a multidão, estava lá a bandeira do Brasil. O público foi ao delírio. |
TEMAS LÍRICOS
Ao contrário da maioria das bandas de rock do seu
tempo, o Queen não tinha fortes pretensões líricas, e tal característica era
refletida nas composições. O vocalista Freddie Mercury, ironizando a aparente
futilidade das composições do quarteto, afirmou ser uma prostituta musical,
declarando que, para ele, sempre foi importante produzir canções que alegrassem
as pessoas, para todos os públicos, de toda nacionalidade e cultura, não apenas
os intelectuais. Na época em que John Lennon foi assassinado, o cantor disse
que, ao contrário do ex-Beatle, não tinha talento para escrever mensagens
profundas.
O baterista Roger Taylor possui uma opinião parecida a
respeito do repertório do grupo, mas diferentemente, afirma que fornecer entretenimento
já é um significado para as músicas. Freddie se considerava um homem romântico,
com a maior parte de seu trabalho lírico voltado ao amor.
Segundo o próprio, em muitos momentos ele até tentou
escrever músicas com outros temas, mas no fim o romantismo sempre estava em
alguma parte. Ainda, preferia escrever arranjos do que fazer letras. Sempre
tido como alguém complexo, parte das composições do artista para a banda,
abordam indiretamente elementos de sua vida, como ''Get Down, Make Love'', do
álbum News Of The World, ''Don't Stop Me Now'', de Jazz e ''Body Language'' de
Hot Space, abordando sua época de intensa atividade sexual, enquanto ''It's a
Hard Life'', de The Works evidenciava uma fase na qual procurava um
relacionamento sério e duradouro.
Em ''Was It All Worth It'', de The Miracle, disserta
sobre os excessos vividos nos anos anteriores. Afirmando ser alguém solitário,
vulnerável e extremamente desconfiado das pessoas que o cercavam, o legado
musical de Freddie se tornou um objeto de várias interpretações, por sua
personalidade reservada e tímida.
John Deacon, que se considerava terrivelmente tímido e
ansioso, compôs um repertório considerável ao longo dos anos do Queen, e
diferentemente de Freddie, não gostava de escrever sua canções a partir da
melodia. Em uma entrevista em 1982, o baixista confessou que para ele,
geralmente,as melodias surgem primeiro do que as letras. Em seus versos, o
músico afirma que procura contar histórias, ou decifrar nos mínimos detalhes um
conceito moral, dentro da personalidade dos personagens que criou, cada qual
diferente do outro.
No entanto, há suposições de que algumas músicas foram
baseadas em sentimentos pessoais. Roger Taylor, por exemplo, brincou,
questionando se em ''I Want To Break Free'', de The Works, o instrumentista
estava querendo desabafar alguma coisa sobre a banda.
O baterista, por sua vez, criava suas músicas a partir
de uma ideia inicial, que poderia ser melódica ou lírica. Embora a quantidade
de composições suas para os álbuns sejam geralmente iguais as de John Deacon, o
músico era quem escrevia mais músicas para a banda, mas muitas destas não se
destacavam frente aos demais. Seu processo de composição é, para o artista, um
exercício de lazer.
Ao contrário de Freddie, a maior parte da obra de Brian
May é, de certa forma, pretensiosa. O guitarrista declara-se alguém muito
preocupado com a paz, tema que faz parte da maioria dos seus trabalhos
autorais.
RELACIONAMENTO ENTRE OS INTEGRANTES
Grande parte do repertório do Queen foi escrito de
forma individual pelos seus integrantes e, diferentemente de grande parte das
bandas de rock, a amizade dos membros do quarteto, até certo nível se
restringia a questões profissionais.
Roger Taylor afirmou que o pouco convívio fora da
banda era o segredo para que os quatro permanecessem juntos. Mas com o passar
dos anos, algumas colaborações conjuntas foram feitas. Após ''Stone Cold
Crazy'', de Sheer Heart Attack, ''Under Pressure'' foi a segunda música da
banda a ter créditos de todos os integrantes.
Durante a década de 80, John Deacon escreveu várias
músicas junto com Freddie Mercury, como ''Cool Cat'' e ''Friends Will Be
Friends''. Entre os quatro, o vocalista era o elemento da banda com quem
possuía mais proximidade, e, embora não mantivesse muito contato fora do grupo,
o cantor gostava muito de John.
Freddie e John |
Freddie Mercury, em uma entrevista na década de 70,
disse: ''Se Deus nos abandonar agora, o resto do grupo não vai fazer nada se
John disser que está tudo bem''. Tido como o ''cérebro'' e por vezes lider em
questões internas da banda, o músico aposentou-se logo após a morte de Freddie
Mercury.
Assim como John e Freddie, Brian e Roger possuem uma
longa parceria. Publicamente, Brian May disse que ''Roger Taylor é como um
irmão, e dentro do Queen sempre foi o músico com o qual tenho mais
proximidade''.
Em entrevista à Guitar World, Brian disse que, pelo
fato de já integrarem outra banda anteriormente, os dois se identificavam mais.
''Nós fomos e somos como irmãos. Estávamos tão próximos em nossas aspirações e
a forma como olhamos para a música, mas é claro que tão distante de muitas
outras maneiras. Assim como quaisquer irmãos que se amam e odeiam coisas do
outro ao longo de toda a vida''.
Em relação a Freddie Mercury, o guitarrista afirmou
que o vocalista tinha a capacidade de fazê-lo ter a melhor performance em seu
instrumento, de maneira que, em sua opinião, seus melhores momentos no Queen
foram em composições de Freddie.
Aparentemente o clima entre eles era amistoso. |
Em contrapartida, o relacionamento entre Roger Taylor
e Brian May com John Deacon é praticamente inexistente. O baterista afirma que
desde 1997 não possui contato com o baixista, e em uma entrevista ao The
Independent, em 2013, disse que o músico é um sociopata.
Brian May disse, em 2014, para a Rolling Stone, que
John deseja ficar sozinho em seu universo particular e que também não mantém
contato com ele. O vocalista, por sua vez, afirmou que todos os integrantes
tinham egos enorme, principalmente Roger.
Apesar de ser citado por grande parte da imprensa como
o líder do Queen, Freddie Mercury detestava o título e afirmava que, no máximo,
talvez era o integrante mais importante.
Assim como Brian, o músico considerava que a banda
estava em total forma quando todos contribuíam, e cada um tinha um papel
importante dentro do grupo. ''Se alguém deixar o Queen, qualquer um dos quatro,
seria o fim do Queen. Somos quatro, mas como peças entrelaçadas que se igualam.
E os outros, simplesmente não poderiam ter êxito sem os demais''.
RECONHECIMENTO E INFLUÊNCIA
O Queen foi uma das bandas de rock mais influentes e
bem sucedidas, comercialmente falando. Com vendas estimadas de 150 a 300
milhões de discos, incluindo 34,5 milhões de unidades certificadas nos Estados
Unidos, os três integrantes ainda vivos estão entre os músicos britânicos mais
ricos.
Em 2013, com dados do jornal Sunday Times, Brian May
estava classificado na vigésima segunda posição, com uma fortuna estimada em 95
milhões de euros, enquanto Roger Taylor na vigésima terceira, com 90 milhões de
euros e John Deacon no trigésimo lugar, com 74 milhões de euros.
A revista Rolling Stone classificou o Queen na 51ª
posição entre os ''The 100 Greatest Artists Of All Time''. A revista Q pôs o
grupo entre as cinco maiores bandas de todos os tempos. O canal VH1, por sua
vez, escalou a banda na 17 posição entre os maiores artistas de todos os
tempos.
A música ''Bohemian Rhapsody'' foi eleito o single
preferido pelos britânicos dos últimos 60 anos. A coletânea Greatest Hits é o
álbum mais vendido no Reino Unido, com mais de cinco milhões de cópias comercializadas.
O Queen também recebeu várias premiações e indicações.
Em 1990, receberam o prêmio Brit Awards na categoria ''Outstanding
Contribuition To Music'', pelo trabalho feito pelo grupo durante a década de
80.
A banda foi introduzida ao Rock And Roll Hall Of Fame
em 2001, todos os seus integrantes foram empossados ao Songwriters Hall Of
Fame, em 2003. Em 2009, ''We Will Rock You'' e ''We Are The Champions'' foram
introduzidas no Grammy Hall Of Fame, sendo que esta última foi considerada, em
um estudo científico, como a música mais cativante e grudenta na história da
música popular.
Sua música tem influenciado inúmeros artistas. James
Hetfield, vocalista do Metallica, declarou-se fã da banda, e elogiou o
ecletismo musical do Queen, afirmando que ''essa banda poderia fazer
praticamente qualquer coisa''.
Outros
artistas e bandas de rock como Iron Maiden, David Lee Roth, Dream Theater,
Anthrax, Guns N' Roses, Def Leppard, Van Halen, Foo Fighters, The Darkness,
Nirvana, Radiohead, Muse e artistas pop como George Michael, Lady Ga Ga (que
tem esse apelido por causa de ''Radio Ga Ga'') e Katy Perry, citam como
influência o Queen.
Bem galera, era isso que eu tinha para comentar sobre a majestade, Queen, que muito colaborou para a criação de lindas músicas e nos proporcionou belos momentos ao embalo de suas gravações. Fiquem com mais do Queen em:
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