Salve galera que curte o
Blog Opinião do Véio! Estou aqui para comentar sobre uma das bandas mais
importantes para o cenário musical. Nada mais do que PINK FLOYD, uma banda idolatrada por milhões de fãs no planeta
inteiro. Não é exagero de minha parte dizer que estamos tratando aqui de um
ícone da indústria musical, pois além de grande êxito, comercialmente falando,
durou cinco décadas, diga-se de passagem, muito mais tempo que alguns
casamentos por aí.
PINK
FLOYD
Foi
uma banda de rock britânica, formada oficialmente em 1965, que literalmente
viajou musicalmente no estilo psicodélico e progressivo. Teve seu trabalho
marcado pelo uso de letras filosóficas, algumas vezes protestando e apontando o
dedo para os erros do sistema britânico. O Pink Floyd utilizou de
experimentações musicais, teve encartes de álbuns inovadores e shows
elaborados.
Os integrantes do Pink Floyd, em 1964. |
Era Syd Barrett (1964 – 1968)
O
Pink Floyd surgiu de uma banda de rock formada em 1964 e que teve nomes como Sigma 6, The Meggadeaths, Tea Set,
The Abdabs, The Screaming Abdabs e The
Architectural Abdabs. Quando a banda se separou, os ex-integrantes Rado
“Bob” Klose e Roger Waters (guitarristas), Nick Mason (baterista) e Rick Wright
(instrumentista de sopro), formaram uma nova banda, chamada Tea
Set. Depois de um pequeno período com o vocalista Chris Dennis, o
guitarrista e vocalista Syd Barrett se juntou à banda, indo Roger Waters para o
baixo.
Roger Keith "Syd" Barrett |
Quando
eles descobriram que já existia uma banda com o mesmo nome, Syd Barrett deu a
ideia de um nome alternativo, The Pink
Floyd Sound, em homenagem aos músicos de blues Pink Anderson e Floyd
Council. Por um tempo, a banda oscilou entre os dois nomes, até se decidirem
pelo segundo. O “Sound” foi deixado de lado rapidamente, mas o “The” continuou
sendo usado regularmente até 1968.
Os
primeiros lançamentos da banda no Reino Unido, durante o período em que Syd
Barrett esteve junto à banda, vinham creditados como The Pink Floyd, assim como em seus dois primeiros singles nos
Estados Unidos. Segundo informações, David Gilmour se referiu ao grupo como The Pink Floyd até 1984.
“Bob”
Klose, que era fortemente influenciado pelo jazz, saiu depois de ter gravado
somente uma fita demo, deixando uma formação diferente com Syd Barrett na
guitarra e vocais principais, Roger Waters no baixo e vocais de apoio, Nick
Mason na bateria e percussão e Rick Wright revezando nos teclados e vocais de
apoio. Syd Barrett logo começou a escrever suas próprias composições,
influenciado pelo rock psicodélico norte-americano e britânico, além da surf music, com extravagância e humor.
O
Pink Floyd se tornou favorito no movimento underground, tocando em lugares como
UFO Club, The Marquee Club e The
Roundhouse. No fim de 1966, a banda foi convidada para contribuir com
músicas no documentário “Tonite Let’s All
Make Love In London”, de Peter Whitehead. Eles foram filmados tocando duas
faixa (“Interstellar Overdrive” e “Nick’s Boogie”) em janeiro de 1967. Apesar de que quase nenhuma
dessas músicas tenham participado do filme, elas acabaram sendo lançadas como
“London 1966/1967”, no ano de 2005.
Como
a popularidade da banda ia crescendo, os integrantes formaram a Blackhill Enterprises em outubro de 1966.
Era uma sociedade a seis, com seus agentes Peter Jenner e Andrew King, lançando
os singles “Arnold Layne”, em março
de 1967 e “See Emily Play”, em junho
de 1967. “Arnold Layne” alcançou o
número 20 das paradas britânicas e “See
Emily Play” alcançou o número 6, o que garantiu à banda a primeira
participação em cadeia nacional no programa de TV Top Of The Pops em julho de 1967. Antes, eles haviam aparecido
tocando “It’s So Far Out It’s Straight
Down”. Isso foi ao ar em março de 1967, mas apenas transmitido à região de
Granada, no Reino Unido.
Foto dos integrantes do Pink Floyd, em 1967. |
Lançado
em agosto de 1967, o primeiro álbum da banda, The Piper At The Gates Of Dawn,
é atualmente considerado um ótimo exemplo da música psicodélica britânica, e
foi bem recebido pelos críticos da época. Atualmente, é visto como o melhor primeiro
álbum por muitos críticos. As faixas, predominantemente escritas por
Syd Barrett, mostram letras poéticas e uma mistura eclética de música, desde a
faixa de vanguarda com estilo livre “Interstellar
Overdrive”,até músicas ‘assobiáveis’ como “The Scarecrow”, inspirada nas Fenlands, uma região rural ao norte
de Cambridge (cidade de Syd Barrett, Roger Waters e David Gilmour, que somente
foi integrado como parte do grupo em dezembro daquele ano).
Capa do álbum The Piper At The Gates Of Dawn, de 1967. |
As
letras eram inteiramente surreais, às vezes fazendo referência ao folclore,
como em “The Gnome”. A música
refletia novas tecnologias de eletrônicos, com o uso constante de espaçamento
no estéreo, edição de fita, efeitos de eco e teclados. O álbum foi um sucesso
no Reino Unido, onde alcançou a 6ª posição das paradas, mas não foi muito bem
na América do Norte, alcançando a posição número 31 nas paradas dos Estados
Unidos.
Durante
esse período, a banda excursionou com Jimi Hendrix, o que ajudou a aumentar sua
popularidade. Um fato interessante sobre o álbum é que ele foi gravado ao mesmo
tempo que o aclamado Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band
dos Beatles, no estúdio da Abbey Road, e os integrantes das bandas se
encontravam seguidamente no corredor e conversavam sobre influências musicais.
Ambos álbuns são hoje citados como o início do rock progressivo.
Declínio de Syd Barrett
Enquanto
a banda se tornava mais popular, o estresse da vida na estrada e o consumo de
drogas cada vez maior por Syd Barrett, deteriorou sua saúde mental. Seu
comportamento foi se tornando cada vez mais imprevisível e estranho, fato esse
atribuído ao consumo constante de LSD. Conta-se que às vezes ele ficava
encarando algum ponto , enquanto a banda tocava. Durante algumas apresentações,
ele somente tocava um acorde o concerto inteiro, ou aleatoriamente desafinava
sua guitarra.
Chegou
um momento em que os outros integrantes da banda decidiram por simplesmente não levar mais Syd Barrett
para os shows. Chamaram então o guitarrista David Gilmour, já conhecido de
Barret e Waters, após a banda ter escolhido Jeff Beck. Inicialmente,
esperava-se que Barret fizesse composições, enquanto Gilmour tocaria nos shows.
Mas composições como “Have You Got It Yet”,
com progressões de acordes e melodias diferentes a cada gravação, fez com que o
resto da banda desistisse dessa ideia. O último show da banda com Barrett foi
em 20 de janeiro de 1968, em Hasting Pier, mas a saída de Barret só foi
formalizada em abril de 1968. Os produtores Jenner e King, decidiram continuar
com Syd, o que pos fim à sociedade Blackhill Enterprises e fez a banda escolher
Steve O’Rourke como empresário, que permaneceu com eles até sua morte, em 2003.
Depois
de gravar dois álbuns solo (The Madcap Laughs e Barrett,
em 1970, co-produzido por, e às vezes com participações de Gilmour, Waters e
Wright) com sucesso razoável, Barrett então foi para reclusão, ideia muitas
vezes rebatida por sua família, que disse não ter sido exatamente assim.
Novamente chamado pelo nome oficial, Roger Keith “Syd” Barrett, viveu uma vida
pacata em sua cidade natal, Cambridge, até sua morte em 07 de julho de 2006.
Procurando Novos Caminhos: 1968 – 1970
Esse
foi um período de experimentações musicais da banda. Cada um dos integrantes do
Pink Floyd (Gilmour, Waters e Wright) contribuía com músicas que tinham sua
própria sonoridade e voz, o que resultava num material menos consistente e
coeso que o da era Barrett, quando o som era mais trabalhado. Se anteriormente
Barrett era a voz e o compositor principal, agora Gilmour, Waters e Wright
dividem composições de letras e vozes principais.
Geralmente,
Waters escrevia músicas mais lentas, com melodias de jazz, linhas de baixos
complexas e dominantes, letras simbólicas. Já Gilmour focava-se em jams de
blues levadas pela guitarra e Gilmour Wright preferia melodias pesadas
psicodélicas de teclado. Diferente de Waters, Gilmour e Wright preferiam
músicas que tinham letras simples ou que fossem puramente instrumentais.
Alguns
números musicais mais experimentais são desse período, como A Saucerful Of Secrets, contendo
bastante barulhos, feedback
(realimentação), percussões, osciladores, loops
e “Careful With That Axe, Eugene”
(que foi chamada por vários outros nomes também), uma música levada por Waters,
com baixo e um pesado improviso de teclado, culminando em uma bateria forte e
gritos de Waters.
Syd
Barrett escreveu praticamente todo o primeiro álbum e agora participava nesse
na composição com “Jugband Blues” e
tocou nas faixas “Remember a Day”
(gravada durante as sessões do The Piper) e “Set The Controls For The Heart Of The Sun” (a única faixa que
apresenta Barrett e Gilmour dividindo as guitarras). A Saucerful Of Secrets foi lançada em junho de 1968, atingindo o o
número 9 das paradas do Reino Unido e se tornando o único álbum do Pink Floyd
que não apareceu nas paradas dos Estados Unidos.
De
alguma forma, apesar da saída de Barrett, o álbum ainda contém bastante da
sonoridade psicodélica, combinada com mais música experimental, que seria
amplamente mostrada em Ummagumma. A faixa principal “A Saucerful Of Secrets”, com doze
minutos de duração, chegou ao estilo épico de duração que composições futuras
chegariam. Se o álbum foi mal recebido pelos críticos da época, muitos críticos
de hoje tendem a ser mais leves nas críticas, dentro do contexto da carreira do
Pink Floyd.
Os
integrantes do Pink Floyd foram recrutados pelo diretor Barbet Schroeder para
produzir uma trilha sonora para um filme seu, chamado More, que estreou em maio
de 1969. A obra foi lançada como um álbum do Pink Floyd em seu próprio direito,
Music
From The Film More (também chamado simplesmente More), alcançando o 9º lugar
das paradas do Reino Unido e chegando ao 153º lugar das paradas dos Estados
Unidos em 1969.
Capa do álbum More, de 1969. |
A
banda usaria e sessões de trilhas sonoras futuras, para produzir trabalhos que
não se encaixavam na ideia do que deveria aparecer em um álbum do Pink Floyd. A
maioria das faixas de More eram músicas folk, acústicas. Duas dessas músicas, “Green Is The Colour” e “Cymbaline”, se tornaram comuns em
repertórios da banda por um tempo e também parte do suíte “The Man & The Journey”, como pode ser ouvido em muitas
gravações de bootlegs (não oficiais)
desse período. “Cymbaline” também foi
a primeira música explícita do Pink Floyd a lidar com a atitude cínica de
Waters contra a indústria fonográfica. O resto do álbum consiste em músicas
incidentais de vanguarda da trilha (algumas dessas também fizeram parte do
concerto The Man/The Journey) e algumas faixas de rock mais pesadas
jogadas no meio, como “The Nile Song”.
O
álbum seguinte, o quádruplo (sim, quatro discos), Ummagumma, foi uma
mistura de gravações ao vivo e experimentações de estúdio dos integrantes, em
que cada um gravou metade do lado do vinil como um projeto solo. A noiva de
Nick Mason, na época, fez uma contribuição não-creditada como flautista. Apesar
do álbum ter as gravações solo e ao vivo, era esperado originalmente que fosse
uma mistura de vanguarda, de sons de instrumentos “achados”. As consequentes
dificuldades de gravação e falta de organização em grupo levou ao fechamento
desse projeto.
Capa do álbum Ummagumma, de 1969, gravado parte em estúdio e parte ao vivo. |
O título do álbum é uma gíria sexual de Cambridge e reflete a atitude da banda naquela época. A banda foi amplamente experimental no álbum de estúdio, que contém a composição puramente folk de Waters “Grantchester Meadows”, uma peça de piano dissonante, “Sysyphus”, uma composição com uma textura mais progressiva, “The Narrow Way”, e um grande solo de percussão, “The Grand Vizier’s Garden Party”.
“Several Species Of Small Furry Animals
Gathered Together In a Cave And Grooving With a Pict” (Nome comprido, não?)
é uma música de 5 minutos, composta inteiramente pela voz de Roger Waters,
tocada em diferentes velocidades, resultando em barulhos que lembram roedores e
pássaros.
Grande
parte do álbum de estúdio já era tocado ao vivo no concerto conceitual The
Man & The Journey. O álbum ao vivo apresenta aclamadas performances
de algumas das mais populares músicas da era psicodélica deles, fazendo com que
o álbum fossemais bem recebido pelos críticos do que os dois álbuns anteriores.
A obra foi o trabalho mais popular dessa época, alcançando a 5ª posição nas
paradas do Reino Unido e o 74º lugar nas paradas dos Estados Unidos.
Atom
Heart Mother, de 1970, foi a primeira gravação da banda
com uma orquestra, com colaboração do compositor de vanguarda Ron Geesin. Um
lado do álbum consistia na faixa-título de quase 24 minutos de duração, uma
longa suíte de orquestração de rock. O segundo lado apresentava uma música de
cada integrante da banda, até então, vocalistas: “If”, a música folk-rock
de Roger Waters, a levada de blues “Fat
Old Sun”, de David Gilmour e a nostálgica “Summer ‘68”, de Rick Wright.
Capa do álbum de 1970. |
Outra
faixa longa, a “Alan’s Psychedelic
Breakfast” foi uma colagem de som, de um homem cozinhando e tomando/comendo
um café-da-manhã e seus pensamentos, ligados com instrumentais. O uso de
barulhos, efeitos sonoros incidentais e samplers
de voz seria, no futuro, uma parte importante do som da banda. Atom
Heart Mother possui uma das mais enigmáticas capas de álbuns até hoje,
estampando a “Lullubelle III”, foto tirada no interior inglês.
Este
foi, também, o primeiro álbum da banda com grande propaganda. Apesar de Atom
Heart Mother ter sido considerado um grande passo para trás pela banda
na época, é até hoje considerado pelos fãs como um dos mais inacessíveis
álbuns. Ele teve a melhor performance da banda nas paradas até então,
alcançando o 1º lugar no Reino Unido e o 55º nos Estados Unidos.
Tem
sido descrito tanto como “um monte de
besteira” por Gilmour, quanto “jogue-o
na gaveta e nunca mais o ouça” por Waters. O álbum foi um componente dessa
fase transitória do grupo, explorando diferentes territórios musicais. A
popularidade do álbum, permitiu que o Pink Floyd embarcasse em sua primeira
turnê completa pelos Estados Unidos.
Antes do lançamento
do álbum original seguinte, a banda lançou uma coletânea chamada Relics,
que continha vários singles do começo da carreira e B-sides, além de uma música inédita, estilo jazz, composta por
Waters, “Biding My Time”, parte do
concerto The Man & The Jorney, gravada durante as sessões do Ummagamma.
Eles também contribuíram para a trilha sonora do filme Zabriskie Point, apesar
de muitas contribuições deles terem sido descartadas pelo diretor Michelangelo
Antonioni.
Capa da coletânea Relics, de 1971. |
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