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sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O OUTRO LADO DO PINK FLOYD - PARTE 1 DE 5


Salve galera que curte o Blog Opinião do Véio! Estou aqui para comentar sobre uma das bandas mais importantes para o cenário musical. Nada mais do que PINK FLOYD, uma banda idolatrada por milhões de fãs no planeta inteiro. Não é exagero de minha parte dizer que estamos tratando aqui de um ícone da indústria musical, pois além de grande êxito, comercialmente falando, durou cinco décadas, diga-se de passagem, muito mais tempo que alguns casamentos por aí.

PINK FLOYD

Foi uma banda de rock britânica, formada oficialmente em 1965, que literalmente viajou musicalmente no estilo psicodélico e progressivo. Teve seu trabalho marcado pelo uso de letras filosóficas, algumas vezes protestando e apontando o dedo para os erros do sistema britânico. O Pink Floyd utilizou de experimentações musicais, teve encartes de álbuns inovadores e shows elaborados.
Os integrantes do Pink Floyd, em 1964.

Era Syd Barrett (1964 – 1968)
O Pink Floyd surgiu de uma banda de rock formada em 1964 e que teve nomes como Sigma 6, The Meggadeaths, Tea Set, The Abdabs, The Screaming Abdabs e The Architectural Abdabs. Quando a banda se separou, os ex-integrantes Rado “Bob” Klose e Roger Waters (guitarristas), Nick Mason (baterista) e Rick Wright (instrumentista de sopro), formaram uma nova banda, chamada Tea Set. Depois de um pequeno período com o vocalista Chris Dennis, o guitarrista e vocalista Syd Barrett se juntou à banda, indo Roger Waters para o baixo.

Roger Keith "Syd" Barrett

Quando eles descobriram que já existia uma banda com o mesmo nome, Syd Barrett deu a ideia de um nome alternativo, The Pink Floyd Sound, em homenagem aos músicos de blues Pink Anderson e Floyd Council. Por um tempo, a banda oscilou entre os dois nomes, até se decidirem pelo segundo. O “Sound” foi deixado de lado rapidamente, mas o “The” continuou sendo usado regularmente até 1968.
Os primeiros lançamentos da banda no Reino Unido, durante o período em que Syd Barrett esteve junto à banda, vinham creditados como The Pink Floyd, assim como em seus dois primeiros singles nos Estados Unidos. Segundo informações, David Gilmour se referiu ao grupo como The Pink Floyd até 1984.
“Bob” Klose, que era fortemente influenciado pelo jazz, saiu depois de ter gravado somente uma fita demo, deixando uma formação diferente com Syd Barrett na guitarra e vocais principais, Roger Waters no baixo e vocais de apoio, Nick Mason na bateria e percussão e Rick Wright revezando nos teclados e vocais de apoio. Syd Barrett logo começou a escrever suas próprias composições, influenciado pelo rock psicodélico norte-americano e britânico, além da surf music, com extravagância e humor.
O Pink Floyd se tornou favorito no movimento underground, tocando em lugares como UFO Club, The Marquee Club e The Roundhouse. No fim de 1966, a banda foi convidada para contribuir com músicas no documentário “Tonite Let’s All Make Love In London”, de Peter Whitehead. Eles foram filmados tocando duas faixa (“Interstellar  Overdrive” e “Nick’s Boogie”) em janeiro de 1967. Apesar de que quase nenhuma dessas músicas tenham participado do filme, elas acabaram sendo lançadas como “London 1966/1967”, no ano de 2005.
Como a popularidade da banda ia crescendo, os integrantes formaram a Blackhill Enterprises em outubro de 1966. Era uma sociedade a seis, com seus agentes Peter Jenner e Andrew King, lançando os singles “Arnold Layne”, em março de 1967 e “See Emily Play”, em junho de 1967. “Arnold Layne” alcançou o número 20 das paradas britânicas e “See Emily Play” alcançou o número 6, o que garantiu à banda a primeira participação em cadeia nacional no programa de TV Top Of The Pops em julho de 1967. Antes, eles haviam aparecido tocando “It’s So Far Out It’s Straight Down”. Isso foi ao ar em março de 1967, mas apenas transmitido à região de Granada, no Reino Unido.

Foto dos integrantes do Pink Floyd, em 1967.

Lançado em agosto de 1967, o primeiro álbum da banda, The Piper At The Gates Of Dawn, é atualmente considerado um ótimo exemplo da música psicodélica britânica, e foi bem recebido pelos críticos da época. Atualmente, é visto como o melhor primeiro álbum por muitos críticos. As faixas, predominantemente escritas por Syd Barrett, mostram letras poéticas e uma mistura eclética de música, desde a faixa de vanguarda com estilo livre “Interstellar Overdrive”,até músicas ‘assobiáveis’ como “The Scarecrow”, inspirada nas Fenlands, uma região rural ao norte de Cambridge (cidade de Syd Barrett, Roger Waters e David Gilmour, que somente foi integrado como parte do grupo em dezembro daquele ano).

Capa do álbum The Piper At The Gates Of Dawn, de 1967.

As letras eram inteiramente surreais, às vezes fazendo referência ao folclore, como em “The Gnome”. A música refletia novas tecnologias de eletrônicos, com o uso constante de espaçamento no estéreo, edição de fita, efeitos de eco e teclados. O álbum foi um sucesso no Reino Unido, onde alcançou a 6ª posição das paradas, mas não foi muito bem na América do Norte, alcançando a posição número 31 nas paradas dos Estados Unidos.
Durante esse período, a banda excursionou com Jimi Hendrix, o que ajudou a aumentar sua popularidade. Um fato interessante sobre o álbum é que ele foi gravado ao mesmo tempo que o aclamado Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band dos Beatles, no estúdio da Abbey Road, e os integrantes das bandas se encontravam seguidamente no corredor e conversavam sobre influências musicais. Ambos álbuns são hoje citados como o início do rock progressivo.
Declínio de Syd Barrett
Enquanto a banda se tornava mais popular, o estresse da vida na estrada e o consumo de drogas cada vez maior por Syd Barrett, deteriorou sua saúde mental. Seu comportamento foi se tornando cada vez mais imprevisível e estranho, fato esse atribuído ao consumo constante de LSD. Conta-se que às vezes ele ficava encarando algum ponto , enquanto a banda tocava. Durante algumas apresentações, ele somente tocava um acorde o concerto inteiro, ou aleatoriamente desafinava sua guitarra.
Chegou um momento em que os outros integrantes da banda decidiram  por simplesmente não levar mais Syd Barrett para os shows. Chamaram então o guitarrista David Gilmour, já conhecido de Barret e Waters, após a banda ter escolhido Jeff Beck. Inicialmente, esperava-se que Barret fizesse composições, enquanto Gilmour tocaria nos shows. Mas composições como “Have You Got It Yet”, com progressões de acordes e melodias diferentes a cada gravação, fez com que o resto da banda desistisse dessa ideia. O último show da banda com Barrett foi em 20 de janeiro de 1968, em Hasting Pier, mas a saída de Barret só foi formalizada em abril de 1968. Os produtores Jenner e King, decidiram continuar com Syd, o que pos fim à sociedade Blackhill Enterprises e fez a banda escolher Steve O’Rourke como empresário, que permaneceu com eles até sua morte, em 2003.
Depois de gravar dois álbuns solo (The Madcap Laughs e Barrett, em 1970, co-produzido por, e às vezes com participações de Gilmour, Waters e Wright) com sucesso razoável, Barrett então foi para reclusão, ideia muitas vezes rebatida por sua família, que disse não ter sido exatamente assim. Novamente chamado pelo nome oficial, Roger Keith “Syd” Barrett, viveu uma vida pacata em sua cidade natal, Cambridge, até sua morte em 07 de julho de 2006.
Procurando Novos Caminhos: 1968 – 1970
Esse foi um período de experimentações musicais da banda. Cada um dos integrantes do Pink Floyd (Gilmour, Waters e Wright) contribuía com músicas que tinham sua própria sonoridade e voz, o que resultava num material menos consistente e coeso que o da era Barrett, quando o som era mais trabalhado. Se anteriormente Barrett era a voz e o compositor principal, agora Gilmour, Waters e Wright dividem composições de letras e vozes principais.
Geralmente, Waters escrevia músicas mais lentas, com melodias de jazz, linhas de baixos complexas e dominantes, letras simbólicas. Já Gilmour focava-se em jams de blues levadas pela guitarra e Gilmour Wright preferia melodias pesadas psicodélicas de teclado. Diferente de Waters, Gilmour e Wright preferiam músicas que tinham letras simples ou que fossem puramente instrumentais.
Alguns números musicais mais experimentais são desse período, como A Saucerful Of Secrets, contendo bastante barulhos, feedback (realimentação), percussões, osciladores, loops e “Careful With That Axe, Eugene” (que foi chamada por vários outros nomes também), uma música levada por Waters, com baixo e um pesado improviso de teclado, culminando em uma bateria forte e gritos de Waters.
Syd Barrett escreveu praticamente todo o primeiro álbum e agora participava nesse na composição com “Jugband Blues” e tocou nas faixas “Remember a Day” (gravada durante as sessões do The Piper) e “Set The Controls For The Heart Of The Sun” (a única faixa que apresenta Barrett e Gilmour dividindo as guitarras). A Saucerful Of Secrets foi lançada em junho de 1968, atingindo o o número 9 das paradas do Reino Unido e se tornando o único álbum do Pink Floyd que não apareceu nas paradas dos Estados Unidos.
De alguma forma, apesar da saída de Barrett, o álbum ainda contém bastante da sonoridade psicodélica, combinada com mais música experimental, que seria amplamente mostrada em Ummagumma. A faixa principal “A Saucerful Of Secrets”, com doze minutos de duração, chegou ao estilo épico de duração que composições futuras chegariam. Se o álbum foi mal recebido pelos críticos da época, muitos críticos de hoje tendem a ser mais leves nas críticas, dentro do contexto da carreira do Pink Floyd.
Os integrantes do Pink Floyd foram recrutados pelo diretor Barbet Schroeder para produzir uma trilha sonora para um filme seu, chamado More, que estreou em maio de 1969. A obra foi lançada como um álbum do Pink Floyd em seu próprio direito, Music From The Film More (também chamado simplesmente More), alcançando o 9º lugar das paradas do Reino Unido e chegando ao 153º lugar das paradas dos Estados Unidos em 1969.

Capa do álbum More, de 1969.

A banda usaria e sessões de trilhas sonoras futuras, para produzir trabalhos que não se encaixavam na ideia do que deveria aparecer em um álbum do Pink Floyd. A maioria das faixas de More eram músicas folk, acústicas. Duas dessas músicas, “Green Is The Colour” e “Cymbaline”, se tornaram comuns em repertórios da banda por um tempo e também parte do suíte “The Man & The Journey”, como pode ser ouvido em muitas gravações de bootlegs (não oficiais) desse período. “Cymbaline” também foi a primeira música explícita do Pink Floyd a lidar com a atitude cínica de Waters contra a indústria fonográfica. O resto do álbum consiste em músicas incidentais de vanguarda da trilha (algumas dessas também fizeram parte do concerto The Man/The Journey) e algumas faixas de rock mais pesadas jogadas no meio, como “The Nile Song”.
O álbum seguinte, o quádruplo (sim, quatro discos), Ummagumma, foi uma mistura de gravações ao vivo e experimentações de estúdio dos integrantes, em que cada um gravou metade do lado do vinil como um projeto solo. A noiva de Nick Mason, na época, fez uma contribuição não-creditada como flautista. Apesar do álbum ter as gravações solo e ao vivo, era esperado originalmente que fosse uma mistura de vanguarda, de sons de instrumentos “achados”. As consequentes dificuldades de gravação e falta de organização em grupo levou ao fechamento desse projeto.

Capa do álbum Ummagumma, de 1969, gravado parte em estúdio e parte ao vivo.

O título do álbum é uma gíria sexual de Cambridge e reflete a atitude da banda naquela época. A banda foi amplamente experimental no álbum de estúdio, que contém a composição puramente folk de Waters “Grantchester Meadows”, uma peça de piano dissonante, “Sysyphus”, uma composição com uma textura mais progressiva, “The Narrow Way”, e um grande solo de percussão, “The Grand Vizier’s Garden Party”.
Several Species Of Small Furry Animals Gathered Together In a Cave And Grooving With a Pict” (Nome comprido, não?) é uma música de 5 minutos, composta inteiramente pela voz de Roger Waters, tocada em diferentes velocidades, resultando em barulhos que lembram roedores e pássaros.
Grande parte do álbum de estúdio já era tocado ao vivo no concerto conceitual The Man & The Journey. O álbum ao vivo apresenta aclamadas performances de algumas das mais populares músicas da era psicodélica deles, fazendo com que o álbum fossemais bem recebido pelos críticos do que os dois álbuns anteriores. A obra foi o trabalho mais popular dessa época, alcançando a 5ª posição nas paradas do Reino Unido e o 74º lugar nas paradas dos Estados Unidos.
Atom Heart Mother, de 1970, foi a primeira gravação da banda com uma orquestra, com colaboração do compositor de vanguarda Ron Geesin. Um lado do álbum consistia na faixa-título de quase 24 minutos de duração, uma longa suíte de orquestração de rock. O segundo lado apresentava uma música de cada integrante da banda, até então, vocalistas: “If”, a música folk-rock de Roger Waters, a levada de blues “Fat Old Sun”, de David Gilmour e a nostálgica “Summer ‘68”, de Rick Wright.

Capa do álbum de 1970.

Outra faixa longa, a “Alan’s Psychedelic Breakfast” foi uma colagem de som, de um homem cozinhando e tomando/comendo um café-da-manhã e seus pensamentos, ligados com instrumentais. O uso de barulhos, efeitos sonoros incidentais e samplers de voz seria, no futuro, uma parte importante do som da banda. Atom Heart Mother possui uma das mais enigmáticas capas de álbuns até hoje, estampando a “Lullubelle III”, foto tirada no interior inglês.
Este foi, também, o primeiro álbum da banda com grande propaganda. Apesar de Atom Heart Mother ter sido considerado um grande passo para trás pela banda na época, é até hoje considerado pelos fãs como um dos mais inacessíveis álbuns. Ele teve a melhor performance da banda nas paradas até então, alcançando o 1º lugar no Reino Unido e o 55º nos Estados Unidos.
Tem sido descrito tanto como “um monte de besteira” por Gilmour, quanto “jogue-o na gaveta e nunca mais o ouça” por Waters. O álbum foi um componente dessa fase transitória do grupo, explorando diferentes territórios musicais. A popularidade do álbum, permitiu que o Pink Floyd embarcasse em sua primeira turnê completa pelos Estados Unidos.
Antes do lançamento do álbum original seguinte, a banda lançou uma coletânea chamada Relics, que continha vários singles do começo da carreira e B-sides, além de uma música inédita, estilo jazz, composta por Waters, “Biding My Time”, parte do concerto The Man & The Jorney, gravada durante as sessões do Ummagamma. Eles também contribuíram para a trilha sonora do filme Zabriskie Point, apesar de muitas contribuições deles terem sido descartadas pelo diretor Michelangelo Antonioni.       

Capa da coletânea Relics, de 1971.
                        
Por enquanto era isso pessoal, até a próxima postagem do The Other Side Of Pink Floyd, parte 2 de 5. Curtam mais do Pink Floyd em:

















































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