Olá
galera que está curtindo a história da banda Pink Floyd e por tabela o Blog
Opinião do Véio! Sejam bem vindos para curtir a segunda parte da história desta
banda que teve uma existência de cinco décadas, onde nos trouxe muitas músicas
que gostamos e curtimos até hoje.
Era do Estouro: 1971 – 1975
Durante
esse período, o Pink Floyd se distanciou da cena psicodélica e se tornou uma
banda distinta, até difícil de se classificar. Os estilos divergentes dos
principais compositores (Gilmour, Waters e Wright), se misturaram confusamente
em uma sonoridade única. Essa era contém o que muitos consideram haver dois álbuns
considerados obras-primas da carreira da banda, The Dark Side Of The Moon e
Wish
You Were Here.
O
som se tornou mais trabalhado e com colaboração de todos, incluindo letras
filosóficas e linhas de baixo mais aparentes de Waters, estilo único de
guitarra de blues de Gilmour e assustadoras melodias de teclados e texturas
harmônicas de Wright. Gilmour foi o vocalista dominante deste período, e
contribuições de corais femininos e o saxofone de Dick Parry, se tornaram parte
do estilo da banda.
O
som fora do tom e duro do começo da carreira da banda, abriu caminho para um
som bastante suave e calmo, que chegou ao máximo em “Echoes”. Este álbum intitulado Meddle, que ilustrava a capa, um
ouvido reverberando sons de ecos, continha ainda a clássica instrumental “One Of These Days” que foi tocada pela
banda durante toda a carreira, e a
famosa “Fearless” citando o trecho “You’ll never walk alone” pela torcida do
time de futebol inglês, Liverpool.
Esse
período marcou o fim da era verdadeiramente colaborativa da banda, porque depois
de 1973, a influência de Waters se tornou cada vez mais dominante musicalmente
e nas letras. A última composição creditada por Wright e última participação
como vocal principal num álbum de estúdio até Division Bell, de 1994. É
desse período as músicas “Shine On You
Crazy Diamond” e “Time”.
Os
créditos por letras de Gilmour também diminuíram gradualmente e com frequência,
até a saída de Roger Waters em 1985, embora ele tenha continuado a fazer a voz
principal e escrever músicas durante o período. Os últimos laços com Barrett
estão presentes em Wish You Were Here, cuja música principal, “Shine On You Craz Diamond”, foi escrita
como tributo e elogio à Syd Barrett.
A
sonoridade da banda foi consideradamente mais focalizada em Meddle
(1971), com a música épica de 23 minutos, “Echoes”,
tomando todo o lado B do álbum. “Echoes”
é uma música leve de rock progressivo com longos solos de guitarra e teclado, e
uma longa seção intermediária consistindo praticamente só de sintetização
musical produzida por guitarras, órgãos e sintetizadores, complementada por um
pedal wah wah de guitarra ao
contrário.
Conseguiu-se
dessa forma, algo que soava como samplers
de albatrozes, descrito por Waters como um “poema sônico”. Meddle foi considerado
por Nick Mason como “o primeiro álbum real do Pink Floyd. Ele introduziu a
ideia de um tema a que o álbum pode ser voltado”. O álbum teve som e
estilo bem sucedidos na época em que foi
lançado, mas não teve a presença da orquestra que foi notável em Atom
Heart Mother. Meddle também inclui a atmosférica “One Of These Days”, uma música muito
utilizada nos concertos, apresentando uma única linha de voz de Nick Mason (“One of these days, I’m going to cut you into
little pieces”), slide guitar
distorcida e com estilo de blues e uma melodia que, em certo momento, se esvai
em um pulso sintético, citando o tema de uma clássica série de TV, Doctor Who.
O
sentimento melancólico dos outros três álbuns que se seguiram, está bastante
presente em “Fearless”. Essa faixa
mostra influência de folk e contém
uma substancial slide guitar em “A Pillow Of Winds”, uma das únicas
músicas acústicas do Pink Floyd que lidam com amor.
O
papel de Waters como compositor começa a tomar forma com sua “San Tropez”, em estilo de jazz, que ele
trouxe praticamente completa para a banda.Meddle foi recebido
entusiasticamente por críticos e fãs e alcançou o 3º lugar nas paradas
britânicas. Nos Estados Unidos não passou do 70º lugar. De acordo com Nick
Mason, isso foi em parte porque a Capitol records não promoveu o álbum com
publicidade suficiente. Hoje, Meddle resiste como um dos mais
aclamados trabalhos da banda.
Em
1972, foi lançado Obscured By Clouds, como trilha sonora para o filme La
Valle, outro filme independente de Barbet Schroeder. Foi um dos álbuns
da banda que chegou ao Top 50 nos Estados Unidos, onde alcançou o 4º lugar e no
Reino Unido chegou ao 1º lugar. Embora Mason tenha descrito o álbum anos depois
como “sensacional”, ele foi pouco aclamado pelos críticos.
(Deixe-me
fazer um grande parêntese. Não sou especialista em detalhes técnicos musicais,
apenas aprecio boa música. Na maioria das vezes em que eu li que os álbuns do
Pink Floyd foram aclamados pelos críticos, a vendagem foi baixa. Sem
desrespeitar, de maneira alguma, aos críticos, mas quando a música é boa, ela
deve ser valorizada, sim, por seu todo. Mas quando você ouve aquela música que
te impressiona, te faz viajar pelo tema e pelos arranjos melódicos, isso faz
com que você queira adquirir aquela preciosidade. Imagina se o álbum recorre
nesse mesmo patamar, onde uma música é mais bela que a outra, aí você quer
comprar o álbum.
É
isso que acontece com um fã de uma banda, ele se encanta com o que ele ouve e
se torna um seguidor. Por favor, não me crucifiquem fãs do Pink Floyd. Não me
julgo fã de banda ou cantor(a) nenhum. Sou apenas um grande admirador do
trabalho de muitos. Como admiro imensamente muita coisa que o Pink Floyd faz.
Para vocês terem uma ideia, assisti ao filme The Wall cinco vezes, no
ano em que ele foi lançado. Tinha o LP duplo deles em mãos (claro que não era meu, mas
o gravei inteiro em fitas K-7). E para finalizar, essa grande admiração que as
pessoas criam em torno de um artista, recai em vendas. E com a quantidade
enorme de pessoas adquirindo a obra de um artista, resulta em sucesso comercial
e isso nem sempre é bem visto pelos críticos, pois a opinião deles não
influenciou em um fracasso ou um sucesso deste artista. E é a massa popular
quem eleva um artista ou o esquece no anonimato. O artista vive de quem adquire
seu trabalho, vai aos seus shows, não do que a crítica vai dizer dele. Bem,
continuando...).
As
letras de “Free Four”, a primeira
música do Pink Floyd a tocar razoavelmente nas rádios dos Estados Unidos,
introduziram os pensamentos da morte do pai de Waters na Segunda Guerra
Mundial, o que se repetiria nos álbuns seguintes. Outras duas músicas do álbum,
“Wot’s... Uh The Deal” e “Chilhood’s End”, também lidaram com
temas que voltaram a ser usados em álbuns futuros, que se tornariam mais comuns
na era liderada por Roger Waters. Além de solidão e desespero, outros temas
recorrentes que também seriam trabalhados bastante no próximo álbum, como
fixação na vida, morte e a passagem do tempo.
“Childhood’s End”, também inspirada no
livro de Arthur C. Clarke, de mesmo nome, foi a última contribuição de letra de
Gilmour por 15 anos. O álbum foi, de modo geral, diferente em estilo de Meddle,
e às vezes até considerado como folk-rock,
blues-rock e levada de piano soft-rock: “Burning Bridges”, “The Gold
It’s In The...” e “Stay” são os
melhores exemplos de cada estilo.
O
lançamento com sucesso em massa de 1973, The Dark Side Of The Moon, foi o
ápice de popularidade da banda. O Pink Floyd havia parado de lançar singles
depois de “Point Me At The Sky” em
1968, e nunca havia sido uma banda levada pelos sucessos dos singles, mas The Dark Side Of The Moon
teve um single no Top 20 dos Estados
Unidos com “Money”.
O
álbum foi o primeiro a chegar ao 1º lugar das paradas dos Estados Unidos, e até
dezembro de 2006 (10 anos atrás!!) havia acumulado 15 milhões de unidades
vendidas no mercado americano, tornando-se um dos álbuns com melhor desempenho
comercial da história americana do norte.
No
mundo todo, Dark Side Of The Moon superou 40 milhões de cópias vendidas. O
álbum ficou no Top 200 da Billboard por 1094 semanas!! (incluindo 591 semanas
consecutivas , de 1976 até 1988!!), um feito sem precedentes estabeleceu um
recorde mundial. Ele também permaneceu 1301 semanas nas paradas do Reino Unido
e, apesar de não ter passado da 2ª posição lá, foi extremamente bem recebido
pelos críticos (opa!!).
O
saxofone forma uma parte importante do som do álbum, expondo a influência de
jazz da banda, especialmente de Rick Wright, e cantoras de apoio (as backing vocals), fazem a diferença em
ajudar a diversificar a textura do álbum. Por exemplo, músicas como “Money” e “Time” são colocadas ambas, em sons melancólicos de slide guitar, remanescente do Meddle,
em “Breathe (Reprise)”, e levada,
pelo canto feminino “The Great Gig In The
Sky”, com Clare Torry nos vocais principais, enquanto a minimalista em
instrumentos “On Yhe Run” é tocada
praticamente inteira em um único sintetizador.
Efeitos
sonoros incidentais e partes de entrevistas são apresentadas ao longo das
músicas, a maioria delas, gravadas em estúdio. As entrevistas de Roger Waters
começavam com perguntas como “Qual sua
cor favorita?”, uma tentativa em deixar as pessoas mais confortáveis. Então
ele perguntava “Quando foi a última vez
em que você foi violento? E você estava por perto?” Outras perguntas também
eram “Você tem medo de morrer?”
As
letras do álbum soam como tentativas de descrever as diferentes pressões que a
vida no dia-a-dia atua no ser humano. Esse conceito, concebido por Waters em
uma reunião da banda perto da cozinha de Mason, provou ser poderoso com a
banda, e juntos eles fizeram uma lista de temas, vários, os quais seriam
reutilizados em álbuns seguintes, como o uso de violência e a futilidade da
guerra em “Us And Them”, e temas como
insanidade e neurose discutido em “Brain
Damage”, lembrando o estado insano de Syd Barrett.
As
complicadas e precisas formas do engenheiro no som do álbum, com Alan Parsons,
ditaram novos parâmetros para fidelidade de som, o que virou um aspecto
reconhecível da banda, e foi uma forte forma no que diz respeito à longa
permanência do álbum nas paradas, enquanto especialistas em som de alta
qualidade constantemente trocam suas cópias desgastadas.
A capa da coletânea reunindo os dois primeiros álbuns. |
Procurando
capitalizar sua recém chegada fama, a banda também lançou uma coletânea chamada
A
Nice Pair, o que foi uma junção dos dois primeiros álbuns, The
Piper At The Gates Of Dawn e A
Saucerful Of Secrets. E também foi durante esse período que o diretor
Adrian Maben lançou o primeiro filme concerto do Pink Floyd, o Live
At Pompeii.
Me desculpem os fãs, mas tem capa com o corte do diretor, remasterizada e outras tantas. Usei essa apenas para demonstrar que esse álbum existiu, mesmo sem público. |
O
corte original para os cinemas, apresentava a banda tocando em 1971 num
anfiteatro em Pompeia, sem plateia presente, exceto pela equipe de filmagem e a
equipe da banda. Maben também gravou entrevistas e os bastidores da banda
durante as sessões de gravações do The Dark Side Of The Moon nos
estúdios Abbey Road. Apesar da cronologia dos eventos indicar que as sessões de
gravação do The Dark Side... ter acontecido depois do ao vivo, eles
promoveram uma olhada no processo envolvido na produção do álbum. Essas
filmagens foram incorporadas em futuros lançamentos de Live At Pompeii.
Depois
do sucesso de The Dark Side..., a banda não estava certa sobre sua direção
futura e estava preocupada em como conseguiriam superar a enorme popularidade
daquele álbum. Em retorno ao experimentalismo, eles começaram a trabalhar eu um
projeto chamado Household Objects, que consistia em músicas tocadas
literalmente em objetos caseiros. No entanto, o planejamento do álbum foi logo
deixado de lado, depois que a banda decidiu que seria mais fácil e melhor tocar
com instrumentos de verdade. Nenhuma gravação terminada dessas sessões existe,
mas alguns efeitos gravados foram usados no próximo álbum.
Wish
You Were Here, lançado em 1975, carrega um tema abstrato
de ausência de qualquer humanidade dentro da indústria fonográfica e, mais
importante, a ausência de Syd Barrett. Bem conhecido por sua faixa-título, o
álbum inclui o grande instrumental de nove partes “Shine On You Crazy Diamond”, um tributo para Barrett em que as
letras lidam explicitamente com seu declínio.
Capa de Wish You Were Here, de 1975. |
A
maioria das influências musicais do passado da banda foram juntadas. Teclados
atmosféricos, peças de guitarras de blues, solos de saxofone por Dick Parry,
fusão de jazz com agressiva slide guitar,
nas várias partes ligadas da suíte, culminando numa marcha fúnebre, tocada por
sintetizador, e terminando com uma citação musical do antigo single “Emily Play”, como demonstração final da
liderança inicial de Barrett na banda.
As
demais faixas, “Welcome To The Machine”
e “Have a Cigar”, criticam duramente a
indústria fonográfica e essa última foi cantada pelo cantor folk Roy Harper. Esse foi o terceiro
álbum do Pink Floyd a chegar ao 1º lugar das paradas do Reino Unido e dos
Estados Unidos e, (pasmem!!) os críticos o aclamaram (e aclamam até hoje!) tão
entusiasticamente quanto The Dark Side Of The Moon.
Em
uma história conhecida, um homem obeso, com cabeça e sobrancelhas inteiramente
raspadas, andou pelo estúdio enquanto a banda mixava “Shine On You Crazy Diamond”. A banda não o reconheceu por um tempo,
quando de repente um deles percebeu que era Syd Barrett. Quando perguntado como
ele àquele peso, ele respondeu: “Eu tenho
uma frigideira grande na cozinha e eu estive comendo bastante carne de porco”.
Em
uma entrevista em 2001 no documentário da BBC “Syd Barrett: Crazy Diamond”
(lançado posteriormente em DVD como “The Pink Floyd Story And Syd Barrett Story”,
a história é contada por inteira. Rick Wright disse sobre a sessão, dizendo: “Uma coisa que ficou na minha mente, que
nunca esquecerei, eu estava indo para as sessões de “Shine On...”. Eu fui ao
estúdio e vi esse cara sentado no fundo do estúdio, ele estava distante, do
mesmo jeito que eu de você. E eu não o reconheci. Eu disse,- “Quem é aquele
cara atrás de você?” – “Aquele é o
Syd”. Eu não acreditei... ele havia
raspado todo seu cabelo... digo, suas sobrancelhas, tudo... ele estava pulando
para cima e para baixo, escovando seu dente, aquilo foi horrível. E ah!, eu
estava, quer dizer, Roger estava aos prantos, eu acho que ele estava. Nós
estávamos aos prantos. Aquilo foi realmente chocante... sete anos sem contato
algum e de repente ele aparece enquanto estávamos fazendo aquela faixa. Eu não
sei, coincidência, carma, destino, quem sabe? Mas aquilo foi, muito, muito
poderoso”.
Esse foi o Syd Barrett que seus antigos companheiros viram. |
No mesmo
documentário, Nick Mason disse: “Quando
eu penso sobre isso, eu ainda posso ver seus olhos, mas... foi o resto que
estava diferente”. Na mesma entrevista, Roger Waters disse: “Eu não tive ideia de quem ele era por um bom
tempo”. David Gilmour contou: “Nenhum
de nós reconheceu ele. Raspado... raspado careca e bem gordo”. Na versão
definitiva de 2006 do documentário, as entrevistas com os ex-parceiros de banda
de Barrett estão inclusas sem edição, bem mais detalhados os sentimentos e
ações deles, durante o trágico esgotamento e a saída de Barrett da banda.
Bem galera, era isso que eu tinha para comentar (e como dei pitaco,hein?) nessa segunda parte da história do Pink Floyd. Curtam mais de Pink Floyd em:
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