Últimas postagens

domingo, 18 de setembro de 2016

O Outro Lado do Pink Floyd - Parte 2 de 5


Olá galera que está curtindo a história da banda Pink Floyd e por tabela o Blog Opinião do Véio! Sejam bem vindos para curtir a segunda parte da história desta banda que teve uma existência de cinco décadas, onde nos trouxe muitas músicas que gostamos e curtimos até hoje.
Era do Estouro: 1971 – 1975
Durante esse período, o Pink Floyd se distanciou da cena psicodélica e se tornou uma banda distinta, até difícil de se classificar. Os estilos divergentes dos principais compositores (Gilmour, Waters e Wright), se misturaram confusamente em uma sonoridade única. Essa era contém o que muitos consideram haver dois álbuns considerados obras-primas da carreira da banda, The Dark Side Of The Moon e Wish You Were Here.
O som se tornou mais trabalhado e com colaboração de todos, incluindo letras filosóficas e linhas de baixo mais aparentes de Waters, estilo único de guitarra de blues de Gilmour e assustadoras melodias de teclados e texturas harmônicas de Wright. Gilmour foi o vocalista dominante deste período, e contribuições de corais femininos e o saxofone de Dick Parry, se tornaram parte do estilo da banda.
O som fora do tom e duro do começo da carreira da banda, abriu caminho para um som bastante suave e calmo, que chegou ao máximo em “Echoes”. Este álbum intitulado Meddle, que ilustrava a capa, um ouvido reverberando sons de ecos, continha ainda a clássica instrumental “One Of These Days” que foi tocada pela banda  durante toda a carreira, e a famosa “Fearless” citando o trecho “You’ll never walk alone” pela torcida do time de futebol inglês, Liverpool.
Esse período marcou o fim da era verdadeiramente colaborativa da banda, porque depois de 1973, a influência de Waters se tornou cada vez mais dominante musicalmente e nas letras. A última composição creditada por Wright e última participação como vocal principal num álbum de estúdio até Division Bell, de 1994. É desse período as músicas “Shine On You Crazy Diamond” e “Time”.
Os créditos por letras de Gilmour também diminuíram gradualmente e com frequência, até a saída de Roger Waters em 1985, embora ele tenha continuado a fazer a voz principal e escrever músicas durante o período. Os últimos laços com Barrett estão presentes em Wish You Were Here, cuja música principal, “Shine On You Craz Diamond”, foi escrita como tributo e elogio à Syd Barrett.



A sonoridade da banda foi consideradamente mais focalizada em Meddle (1971), com a música épica de 23 minutos, “Echoes”, tomando todo o lado B do álbum. “Echoes” é uma música leve de rock progressivo com longos solos de guitarra e teclado, e uma longa seção intermediária consistindo praticamente só de sintetização musical produzida por guitarras, órgãos e sintetizadores, complementada por um pedal wah wah de guitarra ao contrário.
Conseguiu-se dessa forma, algo que soava como samplers de albatrozes, descrito por Waters como um “poema sônico”. Meddle foi considerado por Nick Mason como “o primeiro álbum real do Pink Floyd. Ele introduziu a ideia de um tema a que o álbum pode ser voltado”. O álbum teve som e estilo  bem sucedidos na época em que foi lançado, mas não teve a presença da orquestra que foi notável em Atom Heart Mother. Meddle também inclui a atmosférica “One Of These Days”, uma música muito utilizada nos concertos, apresentando uma única linha de voz de Nick Mason (“One of these days, I’m going to cut you into little pieces”), slide guitar distorcida e com estilo de blues e uma melodia que, em certo momento, se esvai em um pulso sintético, citando o tema de uma clássica série de TV, Doctor Who.
O sentimento melancólico dos outros três álbuns que se seguiram, está bastante presente em “Fearless”. Essa faixa mostra influência de folk e contém uma substancial slide guitar em “A Pillow Of Winds”, uma das únicas músicas acústicas do Pink Floyd que lidam com amor.



O papel de Waters como compositor começa a tomar forma com sua “San Tropez”, em estilo de jazz, que ele trouxe praticamente completa para a banda.Meddle foi recebido entusiasticamente por críticos e fãs e alcançou o 3º lugar nas paradas britânicas. Nos Estados Unidos não passou do 70º lugar. De acordo com Nick Mason, isso foi em parte porque a Capitol records não promoveu o álbum com publicidade suficiente. Hoje, Meddle resiste como um dos mais aclamados trabalhos da banda.
Em 1972, foi lançado Obscured By Clouds, como trilha sonora para o filme La Valle, outro filme independente de Barbet Schroeder. Foi um dos álbuns da banda que chegou ao Top 50 nos Estados Unidos, onde alcançou o 4º lugar e no Reino Unido chegou ao 1º lugar. Embora Mason tenha descrito o álbum anos depois como “sensacional”, ele foi pouco aclamado pelos críticos.



(Deixe-me fazer um grande parêntese. Não sou especialista em detalhes técnicos musicais, apenas aprecio boa música. Na maioria das vezes em que eu li que os álbuns do Pink Floyd foram aclamados pelos críticos, a vendagem foi baixa. Sem desrespeitar, de maneira alguma, aos críticos, mas quando a música é boa, ela deve ser valorizada, sim, por seu todo. Mas quando você ouve aquela música que te impressiona, te faz viajar pelo tema e pelos arranjos melódicos, isso faz com que você queira adquirir aquela preciosidade. Imagina se o álbum recorre nesse mesmo patamar, onde uma música é mais bela que a outra, aí você quer comprar o álbum.
É isso que acontece com um fã de uma banda, ele se encanta com o que ele ouve e se torna um seguidor. Por favor, não me crucifiquem fãs do Pink Floyd. Não me julgo fã de banda ou cantor(a) nenhum. Sou apenas um grande admirador do trabalho de muitos. Como admiro imensamente muita coisa que o Pink Floyd faz. Para vocês terem uma ideia, assisti ao filme The Wall cinco vezes, no ano em que ele foi lançado. Tinha o LP duplo deles em mãos (claro que não era meu, mas o gravei inteiro em fitas K-7). E para finalizar, essa grande admiração que as pessoas criam em torno de um artista, recai em vendas. E com a quantidade enorme de pessoas adquirindo a obra de um artista, resulta em sucesso comercial e isso nem sempre é bem visto pelos críticos, pois a opinião deles não influenciou em um fracasso ou um sucesso deste artista. E é a massa popular quem eleva um artista ou o esquece no anonimato. O artista vive de quem adquire seu trabalho, vai aos seus shows, não do que a crítica vai dizer dele. Bem, continuando...).
As letras de “Free Four”, a primeira música do Pink Floyd a tocar razoavelmente nas rádios dos Estados Unidos, introduziram os pensamentos da morte do pai de Waters na Segunda Guerra Mundial, o que se repetiria nos álbuns seguintes. Outras duas músicas do álbum, “Wot’s... Uh The Deal” e “Chilhood’s End”, também lidaram com temas que voltaram a ser usados em álbuns futuros, que se tornariam mais comuns na era liderada por Roger Waters. Além de solidão e desespero, outros temas recorrentes que também seriam trabalhados bastante no próximo álbum, como fixação na vida, morte e a passagem do tempo.
Childhood’s End”, também inspirada no livro de Arthur C. Clarke, de mesmo nome, foi a última contribuição de letra de Gilmour por 15 anos. O álbum foi, de modo geral, diferente em estilo de Meddle, e às vezes até considerado como folk-rock, blues-rock e levada de piano soft-rock: “Burning Bridges”, “The Gold It’s In The...” e “Stay” são os melhores exemplos de cada estilo.
O lançamento com sucesso em massa de 1973, The Dark Side Of The Moon, foi o ápice de popularidade da banda. O Pink Floyd havia parado de lançar singles depois de “Point Me At The Sky” em 1968, e nunca havia sido uma banda levada pelos sucessos dos singles, mas The Dark Side Of The Moon teve um single no Top 20 dos Estados Unidos com “Money”.



O álbum foi o primeiro a chegar ao 1º lugar das paradas dos Estados Unidos, e até dezembro de 2006 (10 anos atrás!!) havia acumulado 15 milhões de unidades vendidas no mercado americano, tornando-se um dos álbuns com melhor desempenho comercial da história americana do norte.
No mundo todo, Dark Side Of The Moon superou 40 milhões de cópias vendidas. O álbum ficou no Top 200 da Billboard por 1094 semanas!! (incluindo 591 semanas consecutivas , de 1976 até 1988!!), um feito sem precedentes estabeleceu um recorde mundial. Ele também permaneceu 1301 semanas nas paradas do Reino Unido e, apesar de não ter passado da 2ª posição lá, foi extremamente bem recebido pelos críticos (opa!!).
O saxofone forma uma parte importante do som do álbum, expondo a influência de jazz da banda, especialmente de Rick Wright, e cantoras de apoio (as backing vocals), fazem a diferença em ajudar a diversificar a textura do álbum. Por exemplo, músicas como “Money” e “Time” são colocadas ambas, em sons melancólicos de slide guitar, remanescente do Meddle, em “Breathe (Reprise)”, e levada, pelo canto feminino “The Great Gig In The Sky”, com Clare Torry nos vocais principais, enquanto a minimalista em instrumentos “On Yhe Run” é tocada praticamente inteira em um único sintetizador.
Efeitos sonoros incidentais e partes de entrevistas são apresentadas ao longo das músicas, a maioria delas, gravadas em estúdio. As entrevistas de Roger Waters começavam com perguntas como “Qual sua cor favorita?”, uma tentativa em deixar as pessoas mais confortáveis. Então ele perguntava “Quando foi a última vez em que você foi violento? E você estava por perto?” Outras perguntas também eram “Você tem medo de morrer?
As letras do álbum soam como tentativas de descrever as diferentes pressões que a vida no dia-a-dia atua no ser humano. Esse conceito, concebido por Waters em uma reunião da banda perto da cozinha de Mason, provou ser poderoso com a banda, e juntos eles fizeram uma lista de temas, vários, os quais seriam reutilizados em álbuns seguintes, como o uso de violência e a futilidade da guerra em “Us And Them”, e temas como insanidade e neurose discutido em “Brain Damage”, lembrando o estado insano de Syd Barrett.
As complicadas e precisas formas do engenheiro no som do álbum, com Alan Parsons, ditaram novos parâmetros para fidelidade de som, o que virou um aspecto reconhecível da banda, e foi uma forte forma no que diz respeito à longa permanência do álbum nas paradas, enquanto especialistas em som de alta qualidade constantemente trocam suas cópias desgastadas.


A capa da coletânea reunindo os dois primeiros álbuns.

Procurando capitalizar sua recém chegada fama, a banda também lançou uma coletânea chamada A Nice Pair, o que foi uma junção dos dois primeiros álbuns, The Piper At The Gates Of Dawn  e A Saucerful Of Secrets. E também foi durante esse período que o diretor Adrian Maben lançou o primeiro filme concerto do Pink Floyd, o Live At Pompeii.


Me desculpem os fãs, mas tem capa com o corte do diretor, remasterizada e outras tantas.
Usei essa apenas para demonstrar que esse álbum existiu, mesmo sem público.

O corte original para os cinemas, apresentava a banda tocando em 1971 num anfiteatro em Pompeia, sem plateia presente, exceto pela equipe de filmagem e a equipe da banda. Maben também gravou entrevistas e os bastidores da banda durante as sessões de gravações do The Dark Side Of The Moon nos estúdios Abbey Road. Apesar da cronologia dos eventos indicar que as sessões de gravação do The Dark Side... ter acontecido depois do ao vivo, eles promoveram uma olhada no processo envolvido na produção do álbum. Essas filmagens foram incorporadas em futuros lançamentos de Live At Pompeii.
Depois do sucesso de The Dark Side..., a banda não estava certa sobre sua direção futura e estava preocupada em como conseguiriam superar a enorme popularidade daquele álbum. Em retorno ao experimentalismo, eles começaram a trabalhar eu um projeto chamado Household Objects, que consistia em músicas tocadas literalmente em objetos caseiros. No entanto, o planejamento do álbum foi logo deixado de lado, depois que a banda decidiu que seria mais fácil e melhor tocar com instrumentos de verdade. Nenhuma gravação terminada dessas sessões existe, mas alguns efeitos gravados foram usados no próximo álbum.
Wish You Were Here, lançado em 1975, carrega um tema abstrato de ausência de qualquer humanidade dentro da indústria fonográfica e, mais importante, a ausência de Syd Barrett. Bem conhecido por sua faixa-título, o álbum inclui o grande instrumental de nove partes “Shine On You Crazy Diamond”, um tributo para Barrett em que as letras lidam explicitamente com seu declínio.


Capa de Wish You Were Here, de 1975.

A maioria das influências musicais do passado da banda foram juntadas. Teclados atmosféricos, peças de guitarras de blues, solos de saxofone por Dick Parry, fusão de jazz com agressiva slide guitar, nas várias partes ligadas da suíte, culminando numa marcha fúnebre, tocada por sintetizador, e terminando com uma citação musical do antigo single “Emily Play”, como demonstração final da liderança inicial de Barrett na banda.
As demais faixas, “Welcome To The Machine” e “Have a Cigar”, criticam duramente a indústria fonográfica e essa última foi cantada pelo cantor folk Roy Harper. Esse foi o terceiro álbum do Pink Floyd a chegar ao 1º lugar das paradas do Reino Unido e dos Estados Unidos e, (pasmem!!) os críticos o aclamaram (e aclamam até hoje!) tão entusiasticamente quanto The Dark Side Of The Moon.
Em uma história conhecida, um homem obeso, com cabeça e sobrancelhas inteiramente raspadas, andou pelo estúdio enquanto a banda mixava “Shine On You Crazy Diamond”. A banda não o reconheceu por um tempo, quando de repente um deles percebeu que era Syd Barrett. Quando perguntado como ele àquele peso, ele respondeu: “Eu tenho uma frigideira grande na cozinha e eu estive comendo bastante carne de porco”.
Em uma entrevista em 2001 no documentário da BBC “Syd Barrett: Crazy Diamond” (lançado posteriormente em DVD como “The Pink Floyd Story And Syd Barrett Story, a história é contada por inteira. Rick Wright disse sobre a sessão, dizendo: “Uma coisa que ficou na minha mente, que nunca esquecerei, eu estava indo para as sessões de Shine On...”. Eu fui ao estúdio e vi esse cara sentado no fundo do estúdio, ele estava distante, do mesmo jeito que eu de você. E eu não o reconheci. Eu disse,- “Quem é aquele cara atrás de você?” – “Aquele é o Syd”. Eu não acreditei... ele havia raspado todo seu cabelo... digo, suas sobrancelhas, tudo... ele estava pulando para cima e para baixo, escovando seu dente, aquilo foi horrível. E ah!, eu estava, quer dizer, Roger estava aos prantos, eu acho que ele estava. Nós estávamos aos prantos. Aquilo foi realmente chocante... sete anos sem contato algum e de repente ele aparece enquanto estávamos fazendo aquela faixa. Eu não sei, coincidência, carma, destino, quem sabe? Mas aquilo foi, muito, muito poderoso”.


Esse foi o Syd Barrett que seus antigos companheiros viram.

No mesmo documentário, Nick Mason disse: “Quando eu penso sobre isso, eu ainda posso ver seus olhos, mas... foi o resto que estava diferente”. Na mesma entrevista, Roger Waters disse: “Eu não tive ideia de quem ele era por um bom tempo”. David Gilmour contou: “Nenhum de nós reconheceu ele. Raspado... raspado careca e bem gordo”. Na versão definitiva de 2006 do documentário, as entrevistas com os ex-parceiros de banda de Barrett estão inclusas sem edição, bem mais detalhados os sentimentos e ações deles, durante o trágico esgotamento e a saída de Barrett da banda. 

Bem galera, era isso que eu tinha para comentar (e como dei pitaco,hein?) nessa segunda parte da história do Pink Floyd. Curtam mais de Pink Floyd em:












































Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...