The Rolling Stones é uma
banda de rock inglesa formada em Londres em 1962 e considerada um dos maiores e
mais bem sucedidos grupos musicais de todos os tempos. Ao lado dos Beatles, é
considerada a banda mais importante da chamada Invasão Britânica ocorrida nos
anos 60. A banda e seus membros ocuparam posição de destaque nas mudanças
musicais e comportamentais dos anos 60 e são frequentemente relacionados com a
contracultura, rebeldia e juventude.
Os Rolling Stones é um dos
grupos musicais mais bem sucedidos da história e já vendeu mais de 240 milhões
de álbuns no mundo inteiro.
Até o ano de 2007, quatro
das cinco turnês musicais de maior lucro e bilheteria em todos os tempos, eram
dos Rolling Stones. A turnê mais lucrativa da banda é "A Bigger Bang
Tour", que durou de 2005 até 2007 e arrecadou o valor incrível de U$558.255.524
(isso mesmo!!! Quinhentos e cinquenta e oito milhões, duzentos e cinquenta e
cinco mil, quinhentos e vinte e quatro dólares!!! Quase seiscentos milhões de
dólares!!!).
Durante esta turnê, a banda
fez um show gratuito na praia de Copacabana, no dia 18 de fevereiro de 2006 no
Rio de Janeiro. Mais de 2 milhões de pessoas compareceram ao show, que está
listado no Livro dos Recordes como o show gratuito de maior público realizado
por uma única banda em todos os tempos.
HISTÓRIA
1962
– 1969
Tudo começou em 1960, quando
os dois amigos de infância, Mick Jagger e Keith Richards, se reencontraram em
um trem na estação de Dartford, Inglaterra, e descobriram um interesse em comum
por rock and roll. Foram convidados pelo guitarrista Brian Jones em 1962 a
montar a definitiva banda de R&B branca, que se chamaria The Rolling
Stones, inspirado no nome de uma canção de Muddy Waters, “Rollin' Stone”, cujo
nome foi utilizado oficialmente, pela primeira vez, em sua apresentação no
Marquee Club de Londres em 12 de julho de 1962.
O pianista Ian Stewart,
amigo de Brian, seria o co-fundador da banda, mas porque sua imagem pessoal não
tinha o devido sex-appeal, ele seria rebaixado a gerente de palco, com direito
a gravar com a banda mas não de posar como membro. Bill Wyman, que embora já
vivesse da noite há muito mais tempo que os demais, seria acrescentado à banda
por um motivo fútil: possuía mais de um amplificador.
Em janeiro de 1963, Charlie
Watts assumiria definitivamente a bateria. A boa repercussão nas apresentações
ao vivo somadas à habilidade promocional de seu empresário, levou a banda a um
contrato com a Decca Records (então a piada do ano por ter recusado um contrato
com os Beatles). Seu empresário promove a banda com uma imagem de rebeldes e
cria a pergunta: Você deixaria sua filha se casar com um Rolling Stone?
Os primeiros singles, covers de canções de Chuck Berry e Muddy
Waters de cada lado, “Come On”/”I Want To Be Loved”, e uma gravação para uma
composição da dupla John Lennon e Paul McCartney, “I Wanna Be Your Man”, foram
bem aceitos.
O primeiro álbum, de 1964, lançado no Reino Unido. |
O primeiro álbum, chamado simplesmente The
Rolling Stones, saiu em abril de 1964, contendo apenas uma composição
de Jagger e Richards. Apenas com “Tell Me (You're Coming Back)”, lançado em
junho de 1964, é que uma composição da dupla seria lançada como lado A de um
compacto.
(Uma pausa para uma
curiosidade!!).
Enquanto a Decca Records era
a distribuidora das músicas gravadas pela banda no Reino Unido, o que incluía a
escolha dos formatos de álbum e as gravações que os compunham, nos Estados
Unidos, a distribuição das músicas, com as mesmas prerrogativas sobre a compilação
e formato dos álbuns, ficou a cargo da London Records. Essa distinção entre as
distribuidoras em cada país ocasionou diferenças entre a discografia da banda
nos Estados Unidos e no Reino Unido.
No Reino Unido, por exemplo,
os Extended Play's, álbum de formato
médio, faziam sucesso e várias músicas foram vendidas assim, enquanto a London
Records não utilizava esse formato pra vendas. E havia os singles, pequenos
álbuns onde cabiam de duas a quatro canções apenas, e onde eram compiladas
músicas na qual se via grande possibilidade de sucesso individual, um provável hit.
Acontece que, no Reino
Unido, músicas que eram vendidas em Single
ficavam de fora dos LP's, enquanto nos Estados Unidos, músicas escolhidas pra
singles geralmente eram mantidas nos LP's. Uma terceira diferença ocasionada
pela diversidade de distribuidoras e a independência no trabalho entre elas
gerou discografias diferentes pra cada país, com uma quantidade diferente de
álbuns, títulos diferentes com fotos de capa diferentes e, mesmo quando se
tratava do mesmo álbum, o repertório podia variar de uma país para outro.
Por isso que o álbum The
Rolling Stones foi lançado nos Estados Unidos com o nome de England's
Newest Hit Makers, o qual foi escrito na capa, modificando o conceito
idealizado originalmente por Andrew Oldham, e ainda com a faixa "Not Fade
Away" (lado A, terceiro single do Reino Unido), substituindo "Mona (I
Need You Baby)".
A capa do primeiro álbum, de 1964, na versão americana. |
England's Newest Hit Makers
alcançou a posição de número 11 nos Estados Unidos, sendo disco de ouro. Em
agosto de 2002, England's Newest Hit Makers foi relançado em CD remasterizado,
enquanto o seu homólogo britânico mantém-se fora de catálogo desde 1987.
(Continuando com a pausa...)!!
12 X 5 é o
segundo álbum de estúdio na discografia estadunidense da banda de rock
britânica The Rolling Stones, lançado
em 1964, após o enorme sucesso de seu álbum estréia The Rolling Stones no
Reino Unido e das vendas promissores de sua versão americana, England's
Newest Hit Makers.
O álbum, manteve a receita
de seu antecessor, tendo o repertório de covers de clássicos do rhythm and blues americano. No entanto,
ele contém três composições da ainda principiante dupla Mick Jagger / Keith
Richards, os 'Glimmer Twins', bem como
duas composições do grupo sob o pseudônimo de "Nanker Phelge".
A capa do segundo álbum americano, de 1964. |
O resto das músicas foram os
singles "It's All Over Now" e "Time Is On My Side", com
seus lados-B, além de três canções que foram posteriormente incluídos no
segundo álbum da discografia britânica, The Rolling Stones Nº. 2. A Decca,
por sinal, para montar o segundo álbum britânico da banda, usaria a mesma capa
(menos as letras), deste álbum.
12 X 5 foi
lançado em 17 de outubro de 1964, tendo sucesso ainda maior que seu antecessor The
Rolling Stones, atingindo o 3º lugar entre os discos mais vendidos nos
Estados Unidos e virando Disco de Ouro rapidamente.
The Rolling Stones Nº. 2 é o
segundo álbum de estúdio na discografia britânica da banda de rock inglesa The Rolling Stones e foi lançado pela
Decca Records no Reino Unido no dia 16 de janeiro de 1965.
A capa do segundo disco, versão britânica, de 1965. |
Usando a capa de 12 X
5, o segundo álbum americano dos Stones, lançado em outubro de 1964, The
Rolling Stones Nº. 2 tem apenas quatro faixas em comum com este ("Time Is
On My Side", "Grown Up Wrong", "Under The Boardwalk" e
"Susie Q"), mas iria ser largamente imitado no próximo lançamento
americano dos Stones: The Rolling Stones, Now!, considerado um dos melhores
álbuns da discografia do grupo.
Um grande sucesso no Reino
Unido após seu lançamento, The Rolling Stones Nº. 2 passou 10
semanas em número 1 no início de 1965, tornando-se um dos maiores vendedores do
ano no Reino Unido.
The Rolling Stones, Now! é o
terceiro álbum de estúdio na discografia americana da banda de rock inglesa The Rolling Stones e foi lançado em 1965
pelo seu distribuidor inicial americano, a London
Records.
O álbum contêm sete faixas
de seu segundo álbum do Reino Unido, The Rolling Stones Nº. 2 e algumas
músicas que aparecem na edição britânica do próximo álbum dos Stones, Out Of Our Heads, também de
1965. "Little Red Rooster" foi um síngle nº 1 no Reino Unido e
"Surprise, Surprise", não apareceu em nenhum álbum britânico dos Rolling Stones até 1989.
A capa do terceiro disco dos Stones, nos Estados Unidos. |
Quatro das músicas do The
Rolling Stones, Now! foram escritas por Mick Jagger e Keith Richards,
que cresciam como compositores e no ano seguinte assinariam todas as faixas do
disco Aftermath.
Após seu lançamento em
fevereiro, The Rolling Stones, Now! atingiu a posição de nº 5 nas paradas nos
Estados Unidos e tornou-se em outro disco de ouro para o Stones.
The Rolling Stones, Now! é
geralmente considerado um álbum muito forte e o maior destaque de seus primeiros
lançamentos americanos, sendo considerado por muitos como um dos melhores
discos da banda.
Out Of Our Heads é o
terceiro álbum de estúdio na discografia britânica e o quarto na discografia
norte-americana da banda The Rolling
Stones, lançado em 1965. Foi lançado nos Estados Unidos em 30 de julho pela
London Records, e no Reino Unido em 24 de setembro pela Decca Records.
A versão americana do álbum
foi o primeiro disco dos Stones a
alcançar um milhão de cópias vendidas e a alcançar o primeiro lugar entre os
mais vendidos nos Estados Unidos, muito graças ao sucesso de "(I Can't Get
No) Satisfaction".
A capa do álbum de 1965. |
O sucesso deste álbum nos
Estados Unidos, e, principalmente, o estrondoso sucesso obtido pela canção,
foram decisivos para alçar os Rolling Stones, até então apenas uma das grandes
bandas de Rock da Invasão Britânica, em A Grande Banda de Rock do mundo, ao
lado e rivalizando a partir daí, com os Beatles.
A versão americana do álbum
é uma mistura de músicas gravadas ao longo de seis meses, incluindo o hit Top
10 “The Last Time” e a canção número 1 em todo o mundo, que mais tarde se
tornaria impensado não ter em shows, "(I Can't Get No) Satisfaction".
Seis músicas foram depois
incluídas na versão britânica do álbum. Aproveitando a onda do sucesso de
"Satisfaction", Out Of Our Heads tornou-se o
primeiro álbum dos Rolling Stones número
1 nos Estados Unidos, atingindo o disco de platina.
A partir daí, pouco a pouco o material próprio começou a ser valorizado, tendo em Out Of Our Heads, de 1965, o primeiro de uma série de discos basicamente de composições da dupla Jagger-Richards. É nesse ano que a banda lança seu maior hit em todos os tempos, “(I Can't Get No) Satisfaction”.
December's Children (And
Everybody's) é o quinto álbum de estúdio na discografia americana
da banda The Rolling Stones, lançado
no final de 1965.
A maioria das músicas foi gravada
em apenas dois dias, em sessões realizadas em 5 e 6 de setembro, objetivando
terminar a edição britânica Out of Our Heads, além de gravar o seu novo single
"Get Off Of My Cloud". O álbum foi completado com faixas gravadas no
início de 1963.
Capa do álbum americano de 1969. |
Metade das canções que
aparecem no álbum foram escritas por Mick Jagger e Keith Richards. Os 'Glimmer Twins' escreveram músicas
marcantes, como "I'm Free" e "The Singer Not The Song", bem
como grandes sucessos como: "As Tears Go By" e "Get Off Of My
Cloud".
O baixista Bill Wyman falou
sobre o disco December's Children (And Everybody's) em 1968, afirmando que "não é um álbum, é apenas uma coleção
de canções".
Com o álbum Aftermath, de 1966, a banda começaria uma fase de músicas mais longas e de arranjos mais elaborados.
O álbum provou ser um grande
avanço artístico do The Rolling Stones, sendo o primeiro álbum da banda a ser
constituído exclusivamente por composições de Mick Jagger/Keith Richards.
Aftermath foi
também o primeiro álbum dos Rolling
Stones a ser gravado inteiramente nos Estados Unidos, no lendário RCA Studios, em Hollywood, Califórnia,
6363 Sunset Boulevard, e o primeiro álbum da banda a ser lançado em estéreo.
Foi o segundo álbum dos Stones a atingir um milhão de cópias vendidas apenas
nos Estados Unidos.
Como afirmou Bill Wyman em
2002: "O álbum era pra ser a trilha sonora do filme Back, Behind And In
Front, que nunca foi lançado. Nicholas Ray, diretor de Rebel Without a Cause,
iria dirigir o filme, mas tudo melou quando Mick o conheceu e não gostou
dele."
A capa do álbum britânico, de 1966. |
Tal como aconteceu com todos
os discos dos Stones pré-Their
Satanic Majesties Request, edições diferentes foram lançadas no Reino
Unido e nos Estados Unidos. Esta era uma característica comum dos álbuns pop
britânicos naquela época, a mesma prática foi aplicada a todos os álbuns do The Beatles antes de Sgt.
Pepper's Lonely Hearts Club Band, porque os álbuns pop britânicos não
incluíam faixas que haviam sido lançadas como singles e porque os álbuns
britânicos geralmente tinham 13 ou 14 faixas e os americanos 11 ou 12.
A versão original britânica
de Aftermath
foi lançada em abril de 1966 com catorze faixas. Lançado entre os singles
"19th Nervous Breakdown" e "Paint It, Black", não lançados
em LP, Aftermath foi um grande
sucesso no Reino Unido, passando oito semanas em número 1 na parada de álbuns
do Reino Unido.
A capa da versão americana. |
A versão americana tem capa diferente e eliminou
"Out Of Time", "Take It Or Leave It", "What To
Do" e "Mother's Little Helper". Todas as quatro
faixas foram posteriormente lançadas nos Estados Unidos em outras compilações,
e "Mother's Little Helper" foi também lançada como single, em 1966,
atingindo número 8 nas paradas da Billboard.
Em seu lugar, o álbum tem o
hit número 1 "Paint It, Black". Aftermath chegou a número 2 nos Estados Unidos, recebendo o disco de
platina.
Between The Buttons é o
quinto álbum de estúdio britânico dos Rolling
Stones e foi lançado em 20 de Janeiro de 1967, no Reino Unido. O álbum foi
lançado em 11 de fevereiro de 1967, nos Estados Unidos, sendo seu sétimo álbum
americano. É tido como a continuação do ambicioso Aftermath, de 1966.
Com "Ruby Tuesday",
alcançando a primeira posição, Between The Buttons foi o segundo
colocado nos Estados Unidos, sendo disco de ouro e chegando a terceira posição
no Reino Unido.
Gravado em dois estúdios, em
Los Angeles, agosto de 1966, e Londres em novembro do mesmo ano, Between the
Buttons captura o período em que o The Rolling Stones estavam se movendo mais
para o território do art rock e para longe de suas raízes do R&B.
A capa do álbum de 1967. |
Bem como Aftermath
e todos os outros discos dos Stones pré-Their Satanic Majesties Request, Between
The Buttons tem algumas diferenças nas versões do Reino Unido e Estados
Unidos. A edição do Reino Unido (que tem como produtores Andrew Loog Oldham e
The Rolling Stones) foi lançada em janeiro de 1967 pela Decca Records,
simultaneamente com o single, "Let's Spend The Night Together" /
"Ruby Tuesday".
Devido à prática comum na
indústria fonográfica britânica, ao contrário do que acontece nos Estados
Unidos, o single não aparece no álbum. O álbum foi bem recebido pela crítica e
pelo público, alcançando a terceira posição no Reino Unido.
Nos Estados Unidos,
"Let's Spend The Night Together" e "Ruby Tuesday" foram
colocados no álbum no lugar de "Back Street Girl" e "Please Go
Home", que seriam incluídas no lançamento americano seguinte, a coletânea
Flowers.
Com "Ruby
Tuesday", alcançando a primeira posição, Between The Buttons ficou
em segundo lugar nos Estados Unidos, sendo disco de ouro.
Além disso, o disco foi o
último álbum produzido por Andrew Loog Oldham, com quem The Rolling Stones
teriam uma queda criativa, em meados de 1967. Na verdade, a influência de
Oldham é mais evidente aqui do que em álbuns anteriores, ele emprega técnicas
de Phil Spector, em "Yesterday's Papers", "My Obsession", e
"Complicated".
O flerte com o rock psicodélico e experimental teria seu ápice em Their
Satanic Majesties Request, de 1967.
Their Satanic Majesties
Request é o oitavo álbum de estúdio na discografia
americana e o sexto na discografia inglesa dos Rolling Stones, lançado pela Gravadora Decca em 08 de novembro de
1967 no Reino Unido e no dia seguinte nos EUA.
* A partir deste, todos os álbuns
de estúdio da banda viriam a ter uma única versão para o mundo todo.*
A capa do álbum de 1967. |
Seu título é uma brincadeira com o texto que aparece dentro dos passaportes britânicos: "Her Britannic Majesty requests and requires...", e também em algumas caixas de uísque produzido no Reino Unido.
O álbum foi lançado na África do Sul e Filipinas como The Stones Are Rolling por causa da palavra "satanic" no título.
Lançado em dezembro de 1967,
Their
Satanic Majesties Request alcançou a 3ª posição entre os discos mais
vendidos no Reino Unido e 2º lugar nos EUA (disco de ouro), mas seu desempenho
comercial declinou rapidamente.
Logo foi visto como uma
tentativa, pretensiosa e mal concebida, para superar os Beatles e seu aclamado álbum de Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club
Band (lançado em junho de 1967), muitas vezes explicada pela
experimentação de drogas e excessos da moda musical da época.
Contra essa acusação,
lembra-se que John Lennon e Paul McCartney fizeram backing vocals nas faixas "Sing This All Together" e
"She's A Rainbow".
Em uma entrevista de 1970 , John
Lennon comentou sobre o álbum:... "Satanic Majesties é Sgt. Pepper. ‘We Love You’ ... é ‘All
You Need Is Love’.”
A capa do álbum de 1968. |
Com Beggar's Banquet (1968) haveria a volta ao estilo mais próximo ao R&B que os fizeram famosos.
São desta época dois dos
maiores hits da banda, “Jumpin' Jack Flash”, que só saiu como compacto e a
controversa “Sympathy For The Devil”, que Mick disse ter se inspirado em uma
visita a um centro de candomblé na Bahia. A música foi responsável pela maior
parte das acusações de satanismo que a banda iria sofrer desde então.
Beggars Banquet foi
um grande sucesso comercial, alcançando número 3 no Reino Unido e número 5 nos
Estados Unidos (disco de platina). Foi o terceiro álbum de Suas Majestades Satânicas a alcançar um milhão de cópias vendidas
apenas nos Estados Unidos.
A partir deste álbum, todos
os álbuns posteriores de músicas inéditas em estúdio da banda, sempre
alcançaram, no mínimo, um milhão de cópias vendidas entre os norte-americanos.
Embora houvesse sido
planejado muito tempo antes, dias depois a banda realizou um concerto memorável
no Hyde Park, em Londres, diante de um público de 300 mil pessoas, que acabou
tendo um significado especial além da apresentação do pouco conhecido novo
guitarrista, Mick Taylor.
O show aconteceu num palco decorado com uma enorme
foto colorida e estourada de Jones. Jagger, vestido de branco, interrompeu a
apresentação para ler uma passagem do poema Adonais de Percy Bysshe
Shelley, em memória do amigo problemático.
Enquanto mais de 3.000 borboletas
brancas eram soltas do palco para a plateia emocionada. Os Stones pareciam ter
chegado ao fim de uma era, sem imaginar que a próxima tragédia estava bem
próxima.
Em 06 de dezembro de 1969, o
grupo chegou a Altamont, na Califórnia, para uma grande apresentação ao ar
livre, com uma plateia pelo menos duas vezes maior do que a do Hyde Park.
Bem antes dos Stones subirem
no palco já havia problemas. A segurança do espetáculo estava sob a
responsabilidade de um bando de Hell’s
Angels de São Francisco, uma gangue de motoqueiros grossos e arrogantes que
não sentiam nada a não ser desprezo pela multidão de mais de 500 mil hippies.
Qualquer um que tentasse subir no palco era agredido e escorraçado de volta
para a plateia pelos Angels que
portavam tacos de sinuca.
Durante a apresentação da
banda Jefferson Airplane, que
antecedeu a atração principal, fãs estavam sendo carregados para as cabanas da
Cruz Vermelha em maior quantidade do que os médicos de plantão podiam dar
conta. Quando os Rolling Stones finalmente foram se apresentar, a multidão
ficou histérica, e os Hell’s Angels
reagiram ficando ainda mais selvagens.
Os Hell's Angels durante show dos Stones. |
Durante a execução de “Under
My Thumb” no momento em que Mick finalizava a canção, um jovem hippie, Meredith
Hunter, negro,ataca os seguranças (Hell’s
Angels) que desde muito antes tratavam o público com hostilidade e
violência, em contrapartida, um Hell Angel
apunhala o jovem pelas costas, matando-o .
Os Stones tinham noção de
que alguma coisa havia acontecido, embora do palco fosse difícil dizer
exatamente o quê. No dia seguinte é que os Rolling Stones descobriram que
quatro pessoas (incluindo Meredith Hunter) haviam morrido naquele dia.
Há
versões de que Meredith foi agredido pelos Hell’s
Angels por estar acompanhado de uma linda loira, mas ele estava armado com
um revolver e o assassino, Alan Passaro, foi julgado alguns anos depois e
inocentado por legítima defesa.
O que aconteceu naquele dia
fatídico está registrado no filme Gimme
Shelter, de 1970. Ainda em 1969 os Stones lançaram Let It Bleed (título
geralmente visto como sátira a Let It Be, dos Beatles, disco que de
fato só seria lançado seis meses depois).
Let It Bleed é o
décimo álbum de estúdio na discografia americana, e o oitavo na discografia britânica
dos Rolling Stones, lançado em 29 de
dezembro de 1969 pela Decca Records /
ABKCO Records no Reino Unido e pela London
Records / ABKCO nos Estados Unidos. É o último álbum da banda a ter a
participação de Brian Jones (harpa em "You Got the Silver" e
percussão em "Midnight Rambler").
Let It Bleed
alcançou a posição de número 1 no Reino Unido (batendo Abbey Road dos Beatles) e a terceira posição no Top Pop Álbuns da Billboard nos Estados
Unidos, onde foi platina duplo. Foi o primeiro álbum dos Stones a ultrapassar a marca de dois milhões de cópias vendidas nos
Estados Unidos.
Foi durante a gravação de Let
it Bleed que a situação de Brian Jones tornou-se insustentável. Sua
namorada de anos, Anita Pallenberg o trocou pelo amigo Keith Richards.
Capa do álbum de 1969. |
Brian não produzia
praticamente mais nada. Um diagnóastico do médico de Brian pede a sua retirada
imediata dos palcos. Em junho, o próprio Brian pediu pra sair da banda. O
substituto de Brian, por sugestão do guitarrista e bluesman inglês John Mayall
é um garoto talentoso de 21 anos, Mick Taylor.
Na noite de 3 de julho os
Stones estão no estúdio gravando a primeira música com Taylor, quando,à
meia-noite, o telefone toca: uma voz de mulher avisa que Brian Jones morreu.
Em 1969 Brian Jones oficialmente é demitido dos Stones, sendo substituído por Mick Taylor (que havia tocado com o John Mayall's Bluesbreakers). Poucos dias depois de sua saída, Brian Jones seria encontrado morto afogado na piscina de sua casa em Sussex, em circunstâncias até hoje pouco esclarecidas.
Existem duas versões: que ele se afogou sob influência de drogas e álcool, ou que ele foi afogado propositadamente por um dos empreiteiros contratados para fazer obras na propriedade. Entretanto, em 1993, um empreiteiro conhecido como Frank, assumiu em seu leito de morte ter assassinado Brian Jones através de afogamento.
1971
– 1980
Sticky Fingers é o
décimo-primeiro álbum de estúdio na discografia americana, e o nono na discografia
britânica dos Rolling Stones, lançado
no Reino Unido no dia 23 de abril e nos Estados Unidos no dia 30 de abril de
1971. Este álbum está na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall
of Fame.
A capa do álbum de 1971. |
Foi o primeiro álbum do
quinteto inglês a alcançar três milhões de cópias vendidas apenas nos Estados
Unidos. É o primeiro lançamento da banda em seu recém-criado rótulo Rolling Stones Records, depois de terem
sido contratados desde 1963 da Decca Records no Reino Unido e da London Records
nos Estados Unidos.
É o primeiro álbum dos Rolling Stones em que o guitarrista Mick
Taylor, substituto de Brian Jones, morto em 1969, toca do começo ao fim. É
também o primeiro disco dos Stones
onde aparece o conhecido logotipo da língua.
Em 1971 a banda passa para a
Atlantic Records, que lhes permite estrear o selo próprio, Rolling Stones
Records. Nesse ano a banda lança um dos seus álbuns mais curiosos, Sticky
Fingers, cuja capa foi idealizada por Andy Warhol com uma foto de uma
pélvis atribuída a Jagger e cujo LP original possuía um zíper que podia ser
aberto e mostrava uma figura de uma cueca (a despeito da banana do álbum Velvet Underground And Nico).
Sticky Fingers é o terceiro de quatro LPs de estúdio dos Stones que são geralmente considerados suas maiores realizações artísticas e uma das maiores obras-primas do rock. Os outros três álbuns são Beggars Banquet (1968), Let It Bleed (1969), e Exile on Main Street (1972). Sticky Fingers sempre é citado quando são feitas listas dos melhores álbuns
Esse álbum
também foi o primeiro a mostrar o famoso logotipo da boca que apesar de ter
sido sempre atribuído a Andy Warhol na verdade foi produzido por John Pasche.
Keith Richards encontra-se
no sul da França, na mansão utilizada pelos nazistas Villa Nellecote, pelo fato
de todos os Stones estarem devendo uma fortuna de imposto de renda na
Inglaterra. Esse período foi considerado como o exílio dos Rolling Stones. A
intenção da banda, era compor todo o novo álbum (que viria a ser Exile
On Main Street) para, na sequência, promover uma grande turnê pelos
Estados Unidos.
O faturamento da tour
serviria para quitar os impostos dos Stones na terra da Rainha. Entretanto, os
problemas de Keith e sua esposa, Anita Pallemberg, com as drogas acaba por
atravancar os trabalhos de composição. Após várias semanas pontuadas por
incidentes e trabalhos infrutíferos, Keith e Anita são acusados de tráfico de
drogas e obrigados a fugir da França às pressas. A maior parte do disco é
composta e gravada em Los Angeles (EUA). Antes da conclusão do trabalho, no
entanto, Keith Ricards passa por um severo programa de desintoxicação na Suíça.
Após a mixagem lançam, em 1972, o álbum duplo Exile On Main Street, considerado por muitos, e pelo próprio Jagger, como o melhor álbum da banda pela sua consistência, plasticidade e versatilidade dos músicos, o qual produz, entre outras, a música “Tumbling Dice”, obrigatória em qualquer show dos Stones até os dias de hoje.
A capa do álbum de 1972. |
Exile on Main Street é o
décimo álbum de estúdio dos Rolling
Stones, lançado como um LP duplo em 1972. Trata-se do único álbum duplo de
inéditas da discografia da banda.
Apesar de ter chegado a 1ª
posição entre os mais vendidos nos Estados Unidos, o álbum foi recebido com
críticas mornas. Mas, anos mais tarde, passou a ser considerado o melhor álbum
da banda por grande parte da crítica especializada e fãs , e, para muitos, como
um dos melhores discos de rock de todos os tempos, concluindo grandiosamente a
sequência de quatro álbuns definitivos dos Stones
compostas por Beggars Banquet, Let It Bleed e Sticky Fingers.
Com a excelente repercusão do disco anterior e embalados pela sua turnê de 1972/1973, os Stones entram mais uma vez no estúdio e lançam em 1973 o álbum Goats Head Soup, amplamente conhecido pelo hit “Angie” e pela polêmica “Star Star”, concebida originalmente como "Starfucker".
Interessante que a balada “Waiting On a Friend” foi composta e gravada durante as sessões deste álbum e lançada apenas oito anos depois no álbum Tattoo You de 1981, a qual, devidamente remixada tornou-se um hit da banda, assim como a música “Tops”.
A capa do álbum de 1973. |
Goats Head Soup é o
décimo terceiro álbum de estúdio na discografia americana e o décimo primeiro
na discografia britânica dos Rolling
Stones, lançado em 1973.
Este foi o primeiro disco
dos Stones após o aclamado Exile
On Main Street. Goats Head Soup, embora irregular e
menos inspirado que os anteriores, foi uma produção mais polida do que Exile
e reflete o ressurgimento da soul-pop e a ascensão do funk e do glam rock,
mantendo o som dos Stones um rock
distinto.
Ele gerou o single
"Angie", possivelmente a música mais conhecida do disco, e que
liderou as paradas em ambos Estados Unidos e Reino Unido. Repetiu as altas
vendas de Sticky Fingers, atingindo três milhões de cópias no mercado
americano, recorde da banda até então.
Bem pessoal, por aqui
encerro a primeira parte da história dessa banda que, sem dúvida, é um ícone no
cenário musical mundial, pois tem uma carreira longa, que mostra a vitalidade
do grupo e, ao mesmo tempo, os abusos que alguns fizeram em suas vidas, seja de
álcool, drogas, e outros não menos prejudiciais.
O diferencial em sua discografia ficou por parte de ter duas distribuidoras, uma no Reino Unido, onde normalmente singles e lados B de compactos ficavam fora do álbum lançado após isso (não sei se acontece até hoje, mas comprei algumas coletâneas com os chamados B-Sides!!).
Enquanto nos Estados Unidos, os singles e lados B de compactos são utilizados para confeccionar o álbum seguinte, criando uma discografia paralela e diferenciada, tornando o fã da banda em um aficionado colecionador.
The Rolling Stones é uma
banda que, se alguém nunca ouviu pelo menos um de seus sucessos, como se diz
popularmente, estava fora desse planeta, ou coisa do gênero.
Fiquem com mais de Rolling
Stones em:
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